domingo, 29 de março de 2009

a desunião destrói, o amor constrói

Quinto Domingo na Quaresma

Marcos 10.32-45

Jesus e os discípulos iam pela estrada, subindo para Jerusalém. Ele caminhava na frente, e os discípulos, espantados, iam atrás dele; as outras pessoas que iam com eles estavam com medo. Então Jesus chamou outra vez os discípulos para um lado e começou a falar sobre o que ia acontecer com ele. Jesus disse:
– Escutem! Nós estamos indo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos não-judeus. Estes vão zombar dele, cuspir nele, bater nele e matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Depois Tiago e João, filhos de Zebedeu, chegaram perto de Jesus e disseram:
– Mestre, queremos lhe pedir um favor.
– O que vocês querem que eu faça para vocês? – perguntou Jesus.
Eles responderam:
– Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda.
Jesus respondeu:
– Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber e podem ser batizados como eu vou ser batizado?
Eles disseram:
– Podemos.
Então Jesus disse:
– De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber e receberão o batismo com que vou ser batizado. Mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e à minha esquerda. Pois foi Deus quem preparou esses lugares e ele os dará a quem quiser.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar zangados com Tiago e João. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse:
– Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de todos. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.


Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).


A desunião destrói o amor constrói


Queridos irmãos em Jesus Cristo.

Imaginem a situação:

Vocês estão em casa, ainda crianças. É domingo e se aproxima a hora do almoço. Vocês têm vários irmãos e a mamãe tá preparando aquele frango que ela faz como ninguém.

Você e seus irmãos estão circulando pela cozinha o tempo todo, e pelo mesmo motivo. Mas ninguém diz nada sobre isso.

O que todos estão pensando é:

—Assim que a mamãe chamar pro almoço eu já sou o primeiro, assim posso escolher a parte que mais gosto.

De repente seu irmão diz:

—Mamãe a senhora pode me dar aquele pedaço?

Vocês já imaginam o que acontece entre as crianças neste momento. Todas querem o mesmo pedaço e todas começam a protestar. O que vai acontecer depois é que possivelmente ninguém vai ganhar ou o pedaço será dividido por todos. Deixando todo mundo aborrecido.

Esta atitude que acontece na casa de quase todo mundo, aconteceu, de certa forma entre os discípulos de Jesus. Aqueles doze apóstolos que o Senhor tinha escolhido.

O texto de Marcos nos descreve Jesus indo para Jerusalém.

Ele estava indo para enfrentar sua morte em favor de todos os seres humanos. Ele sabia o que o esperava. Então leva consigo seus apóstolos e vão também muitos outros discípulos. Alguns estavam espantados com tudo que estavam vendo e ouvindo. Outros chegaram a ficar com medo, como fala o Evangelho.

Jesus então chama os doze para um canto e fala em particular: "Escutem! Nós estamos indo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos não-judeus. Estes vão zombar dele, cuspir nele, bater nele e matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará." (Mc 10.33-34).

Mas os discípulos ainda não tinham compreendido a real gravidade da situação que se aproximava. Não tinham percebido o sofrimento de Jesus enquanto sua paixão e morte ficavam cada vez mais próximas.

Então Jesus vê a necessidade de avisar tudo antes, para que eles e nós saibamos que tudo já era conhecido e estava profetizado. E que a morte não era o fim, pois três dias depois Jesus ia ressuscitar. Certamente a notícia deixa os discípulos meio atordoados, mesmo que não compreendessem.

E lembrem que até então eles ainda não tinham compreendido corretamente a tarefa de Jesus. Muitos imaginavam que Jesus seria apenas um rei terreno...

Logo depois destas palavras, o evangelista Marcos registra que Tiago e João fazem um pedido a Jesus. Eles, vislumbrando o reino futuro terreno pedem: "Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda." (Mc 10.37)

Jesus logo contesta o pedido. Mas o pedido dos irmãos Tiago e João produz algo semelhante àquele almoço de domingo:

"Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar zangados com Tiago e João." (Mc 10.41)

E quem não ficaria? Você vê outro querendo te puxar o tapete, a reação normal é protestar.

Vejam se não:

Você está numa fila há 2 horas, de repente, um conhecido do guarda entra e vai direto ser atendido. O que isso causa em você e nos outros da fila? Indignação. Revolta. Tristeza pelo jeito que o ser humano age...

Mas se fosse você o amigo do guarda? Não aproveitaria disso pra passar os outros pra traz? E aquela consulta que ninguém consegue marcar, mas você tem um amigo "lá dentro", é certo passar na frente dos outros? O jeitinho para conseguir favores e passar na frente dos outros? O que isso causa?

Tais atitudes produzem desunião.

Produzem rancor de todos os lados.

Sabendo disto Jesus não deixa a conversa ir adiante:

"Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de todos. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida para salvar muita gente." (Mc 10.42-45).

Enquanto a atitude humana produz divisão, a atitude ensinada por Jesus produz a união.

Em uma família onde todos se dispõem a servir, as coisas irão bem. Mas onde alguém quer se servir dos outros a desunião aparece.

Numa comunidade com a nossa é preciso permanecer no amor de Jesus Cristo, que nos leva a servir uns aos outros. E isso é muito bonito. Pois um completa o trabalho do outro.

Se alguém sabe cantar, serve cantando.

Se alguém sabe falar, serve falando.

Se alguém sabe administrar, serve administrando.

Pois servimos a Jesus Cristo, nosso Senhor.

Ele nos serviu primeiro, morrendo em nosso lugar para nos dar a vida eterna. Ele continua nos servindo na Santa Ceia, perdoando nossos pecados e fortalecendo a fé. Ele continua nos servindo, guardando nossos passos até o último dia.

No mundo as pessoas querem passar por cima umas das outras. Umas querendo se servir das outras. E neste mundo competitivo, muitos acham que é até uma qualidade que todos deveriam ter, mas não é uma qualidade.

O cristão não pode ser assim.

Estamos aqui para servir ao Senhor e ao próximo de todas as formas possíveis. Em amor. Com misericórdia. Procurando o bem de todos, para que todos juntos, um dia alcancemos a vida eterna.

Afinal, Jesus Cristo morreu para pagar os nossos pecados. E ressuscitou para nos dar a vida eterna. Todos aqueles que creem em Jesus Cristo serão salvos.

O Senhor nos serviu e mostrou que a desunião destrói, mas a união constrói. A união firmada no amor de Deus por nós e na salvação que nos é dada pela fé em Jesus. Amém.


E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Amém. (Fp 4.7)

Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Iguaçu-RJ

Soli Deo Gloria

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