Pois é...
Depois de anos apenas com pintura corporal...
Agora ela está usando uma “roupa”. Pra lembrar, dançando, que daqui uns
dias tem carnaval. E francamente, nem sei se faz alguma diferença, mesmo porque
a roupa parece mesmo aquela antiga pintura.
Um parêntese:
O carnaval está perdendo apoio de governos, por causa da crise financeira. Confesso que nunca entendi como governos liberam dinheiro de impostos para certas coisas. E o carnaval é uma delas... No meu ponto de vista isso tudo deveria ser bancado pelos seus próprios interessados e não por toda a sociedade.
Não penso que isto deveria ser assim apenas para o carnaval... Não estou querendo “puxar a sardinha pro meu assado”. Não é isso. Não deveria haver aporte financeiro público para o carnaval, nem para a “parada gay”, ou para sindicados (aliás, se a contribuição sindical é obrigatória, qual é o direito do trabalhador que não quer ser sindicalizado? Este não tem direito numa sociedade livre? De escolher não ser sindicalizado?)...Vou além, não deveria ter aporte público financeiro (não sei se tem... Não sei mesmo.) para as “marchas por jesus” (e é “jesus” minúsculo mesmo, pois essas marchas só servem para promover distanciamento entre cristãos de diversas denominações... Para extremismos e inflar egos de supostos pregadores e supostos evangelistas e, ora vejam, levitas (esse povo nem sabe o que faziam os levitas – acham que eram só cantores, e não eram).Então, acho que você já percebeu que me parece incorreto impostos serem usados para apoiar qualquer dessas “marchas”, festas, etc... Tudo deveria ser bancado pelo retorno que desse, ou pelo interesse de seu realizador. É a mesma coisa com os espetáculos. Se for o que o povo quer assistir, dará retorno financeiro e não precisará de apoio. Se não der retorno, quer dizer que ninguém quer ver, e o cidadão que não quer ver, não precisa pagar, com seus impostos, certas ideologias que são bancadas com o mito de “cultura”. Incluindo religiões que, quando classificadas como “cultura” não apenas deixam de pagar impostos (como acontece com igrejas), mas ainda recebem aporte financeiro público. Se você é a favor, é direito seu. Eu sou contra e posso ser. Se não entendeu nada do que eu disse acima, leia com calma, novamente e se quiser perguntar diretamente para mim, meus endereços estão abaixo.Entendo que deveria haver aporte financeiro à cultura nas escolas, com fim educacional. Que se aprendesse teatro, música, e outras artes, bancado sim com dinheiro público. Mas para “grandes” artistas, estes, se são grandes, não precisam de dinheiro público para suas ideias mirabolantes. Nossas crianças e jovens estudantes precisam, se querem seguir nessa carreira.
Mas vamos à “Globeleza”...
Estranhamente, ninguém parece ter problema com uma moça (sempre negra,
para explorar o machismo e racismo embutidos na coisa), quase nua, dançando a
qualquer hora do dia na televisão... Enquanto que alguns programas que (no meu
entendimento) crianças poderiam assistir, são classificados para 12 anos ou
mais.
Estranhamente, nunca foi uma loira, ou ruiva, ou outra etnia qualquer,
das tantas que, também representam a população brasileira. E ninguém acha que
isso é racismo (deve ser porque loira não samba...). Mas se fosse uma loira, certamente
alguém gritaria que é racismo.
Na paranoia pelo politicamente correto, até “Rei Momo” (que é a figura
mítica conhecida por ser glutão, se não nem faz sentido), teve que ficar magro
em algumas edições. Bem, se o Momo gordo incentiva a comilança e a falta de
cuidado com a saúde, o que sugere uma moça seminua, dançando na TV? O que os de
fora de nosso país pensam sobre nossas lindas moças negras, vendo aquela
propaganda? E assistindo ao carnaval?
E pior, o que pensam nossas crianças quando assistem a isto? Quando
assistem às brigas do BBB (um programa para criar acéfalos)? Quando assistem ao
programa da Fátima (eu preferia o Bob Esponja) tratando de temas que deveriam
ser também classificados para maiores de 16 ou 18 anos? E nos outros canais têm
programas equivalentes, mas eu aprendi como não assistir e posso ensinar:
desligue a TV ou mude para um canal menos pernicioso.
Não sou adepto aos atos extremos (acho que por ser luterano, sempre
aprendemos que há um caminho mediano)... Os extremos costumam sempre levar a
caminhos muito ruins. Por isso não sou adepto a boicotes. Mas tenho a liberdade
de simplesmente desligar a TV (cuidando de mim e da minha família). Não vou
levantar uma bandeira e transformar isso num ato político... Todos têm um
cérebro (normalmente em excelente estado pelo pouco uso), têm seus preceitos, têm
sua cultura, que se use conforme aprendeu, ou até mude. Você pode mudar-se.
Não estou sugerindo que você boicote o carnaval ou a Globo. O que
aparece ali são sintomas de um sociedade doente. Assim como as corrupções nos
mais altos níveis de nosso país. Não são a doença, são o sintoma. A doença é a
corrupção entranhada em nós, povo brasileiro, que se orgulha do “jeitinho”...
Você já parou pra pensar que dar um jeitinho é simplesmente agir
desonestamente? É como fazer uma “gambiarra”... É como oferecer uma
“cervejinha” para ganhar alguma coisa ou se livrar de uma multa.
Mas a “Globeleza” vestida revela também que não há mais o que fazer para
chamar a atenção...
Em época de internet, onde os “nudes” de whatzapp fazem sucesso, não faz
diferente mais uma moça negra dançando sem roupa... Há milhares de moças e
rapazes, de todas as etnias, dispostos a tirar a roupa para conseguir uns
“likes”. É uma sociedade triste, onde as pessoas carecem da atenção virtual,
porque parecem não ter atenção no lar e da sociedade física em volta.
Assim, se quiser fazer como eu, desligue a TV, olhe seus filhos nos
olhos, brinque com eles na terra... Suje-se. Diz que omo limpa tudo. É possível
limpar a sujeira, mas não é possível recuperar o tempo perdido. Se você
frequenta locais que seus filhos ou esposa (marido) não podem ir, repense e não
vá. Se você recebe pornografia pelo telefone, saia daquele grupo. Cuidado com o
que você acessa... Pode estar destruindo você e sua família.
E... Seja feliz, cante, dance... Seja saudável espiritual e
psicologicamente também.
Jarbas Hoffimann é formado em Teologia e pastor da Igreja Evangélica
Luterana do Brasil, em Nova Venécia. (pastorjarbas@gmail.com; facebook.com/pastorjarbas)
Estes e outros artigos são publicados no Jornal Correio 9, de Nova Venécia (curta para ser avisado das edições diárias, leitura completa online): https://www.facebook.com/correio9