Então, à medida que for concluindo, será postado aqui.
Trata-se de orientações elaboradas pela Comissão de Culto da IELB.
O Culto Luterano
I - Palavras Introdutórias
A IELB vem trabalhando esse
tema — culto, ou aspectos ligados ao culto há muito tempo. Exemplos:
·
Por
treze anos uma comissão trabalhou na reforma do Hinário Luterano, o qual foi
editado em 1986.
·
A
produção de material complementar: hinos para Missões (1a Edição em
1968 com 54 hinos), produções independentes (Love Songs - Louvor, composto e impresso por Arnaldo Koller em
1977, com 130 cânticos; Musi Jovem,
coletânea de cânticos e hinos para jovens, compilada por Gijsbertus van Hattem,
DIPA, 1a edição 1980, com 100 hinos); hinários para jovens (Todos os Povos o Louvem, JELB, 1a
edição 1982, com 104 hinos) e crianças (Cânticos
de Louvor - Vol 1, 2a edição 1986, com 113 hinos e Cânticos de Louvor - Vol 2, 1a
edição 1990, com 65 hinos), estudos em Convenções: “Uma Proposta Litúrgica para a IELB” (apresentado na 50a
Convenção Nacional da IELB de 21 a 26 de janeiro de 1986, em São Leopoldo, RS).
·
Aprovação
de vestes litúrgicas na Convenção Nacional da IELB (1988 em São Leopoldo - RS)
·
Produção
de livros na década de 80: Manual da Comissão de Altar (1987); O Culto Cristão
(1988); Por Esta Causa me Ponho de Joelhos (1989).
·
A
adoção da Série Trienal em 1980.
·
A
produção de vários Preciso Falar com
auxílios para a pregação e o culto (Vol. 1, 1975; Vol 2, 1976; Vol. 3, 1978;
Vol 4, 1984; Vol 5 A e B, 1985; Vol 6, 1986; Vol 7, 1986; Dois Vol., 1998).
Citamos esses pontos, além de
trabalhos publicados nas revistas teológicas dos Seminários (Igreja Luterana e
Vox Concordiana) e artigos no Mensageiro Luterano, para enfatizar a preocupação
da IELB, com a questão litúrgica e do culto corporativo, principalmente nas
últimas três décadas. E agora, em 1998, com a ênfase Adorando como Filhos de Deus, a IELB se vê desafiada a mais uma vez
refletir sobre a sua vida de culto.
Na medida em que nós nos
aproximamos do limiar de um novo milênio, é mais do que natural que reflitamos
como igreja sobre onde estamos e para onde queremos ir. Que mudanças o mundo
sofrerá? E como isso afetará o nosso país, as nossas comunidades, as nossas
profissões, as nossas famílias, etc.?
Convém perguntar o mesmo da
igreja! Em particular o povo da IELB. Na medida em que ela olha para frente,
para um novo milênio, e observa as muitas mudanças culturais e demográficas em
desenvolvimento, precisamos nos perguntar o que o futuro nos reserva em termos
de nosso culto corporativo.
Qualquer previsão tem seus
riscos. Muitos são os fatores que podem influenciar qualquer item. Quem
poderia, por exemplo, prever, no início do século, que a língua alemã utilizada
indiscriminadamente em nossos cultos, sofreria uma mudança radical na década de
40. E quem poderia prever que a reforma litúrgica de Vaticano II pudesse afetar
as demais igrejas cristãs no que concerne a uma revisão litúrgica. Quem poderia
prever as mudanças quase radicais que ocorreram a partir da década de 60, com o
advento dos Beatles, no que se refere à linguagem e ao estilo musical, ambos
centrais ao culto corporativo.
O Sínodo de Missouri
preocupado com novas tendências, em 1987 instalou uma Comissão de Culto, com a
tarefa específica de reunir dados que ajudassem a igreja a vislumbrar o futuro
e melhor corresponder aos anseios do nosso tempo. Os dados levantados revelaram
as seguintes tendências:
1. Mensagem: Os sermões continuarão a receber um destaque muito especial
no culto luterano. Mas deverão ser mais curtos do que os atuais e usarão uma
variedade maior de estilos de comunicação. Possivelmente, o esboço do sermão
aparecerá impresso nos programas de culto. Os sermões também deverão abordar
com maior frequência os temas sociais.
2. Música: Variedade e simplicidade serão os destaques quanto à música
e canto nos próximos anos. Se tornará comum o uso de outros instrumentos
musicais para acompanhar os hinos. Haverá uma preferência por ritmos e textos
mais alegres e leves.
3. Recepção: As congregações, de forma geral, prestarão mais atenção às
dinâmicas sociais nos cultos. As oportunidades para interação entre os membros
durante o culto serão expandidas (ampliadas). Os projetos das igrejas ideais
incluirão espaços específicos para que membros possam confraternizar antes e
depois do culto.
4. Ordens Litúrgicas: Esta é a área que deverá receber a maior
atenção e adaptação nos próximos anos. Os membros e frequentadores dos cultos
estão na expectativa de maior variedade litúrgica. Também ampliarão o seu
envolvimento no culto. Os cultos dominicais serão elaborados cuidadosamente com
vistas à integração do velho e do novo, no que se refere a formas litúrgicas.
5. Crianças: A presença e a participação de crianças no culto e vida
congregacional se tornará um item prioritário em muitas congregações locais.
Sermonetes passarão a ser um item regular nos cultos corporativos. As crianças
também deverão acompanhar os pais por ocasião da distribuição da Santa Ceia
para, num gesto especial, receberem uma bênção do pastor.
6. Outras tendências: As congregações se tornarão mais atentas
quanto às necessidades espirituais e sociais dos membros e da comunidade em
geral. Mais tempo e esforço será empregado no sentido de tornar a experiência
cúltica mais agradável, significativa e positiva.[1]
No Brasil, infelizmente, não
temos pesquisa similar, todavia, observa-se, ainda que desordenadamente,
tendências semelhantes. Observa-se que várias congregações da IELB criaram suas
comissões de culto e altar, outras, elaboraram suas próprias ordens de cultos
alternativas, a Concórdia recentemente lançou novos auxílios litúrgicos (Vinde, Adoremos, 96/97) e o Seminário
Concórdia dedicou em 97 um Laboratório de Litúrgica e Homilética, visando
equipar e capacitar estudantes de teologia, pastores e congregações para
acompanharem adequadamente as tendências, exigências e necessidades do nosso
tempo.
Considerando que a Igreja
Luterana é uma igreja historicamente litúrgica. Considerando que desde a sua
origem nossos pais, ao longo da história, sempre procuraram orientar suas ações
por princípios teológicos sadios, neste momento em que a IELB se propõe a
examinar mais uma vez a questão litúrgica, sob a ênfase Adorando como Filhos de Deus, não poderíamos deixar de fazê-lo sem
considerar esses princípios teológicos.
[1] “Worship Toward
2000” Challenges and Opportunities. A Task Force
Report from the Commission on Worship, The Lutheran Church-Missouri Synod,
Janeiro, 1991.
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