Hb 12.4-24
13º Domingo após Pentecostes
Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).
Sl 50.1-15; Is 66.18-23; Hb 12.4-24; Lc 13.22-30
A Paz do Senhor esteja com todos vocês. Amém.
Queridos irmãos em Cristo.
Está em tramitação, em nosso congresso, uma lei que vai novamente afetar as relações familiares. Estamos caminhando para uma estatização dos filhos. Parece que os pais não devem mais ter responsabilidade sobre os filhos. O governo está tomando, à força de leis, o direito sobre as crianças.
Ainda esta semana li um comentário sobre a lei das palmadas, que afirma:
“A lei contra as palmadas introduz dentro de casa um ‘olhar soturno do governo’ que ficará perpetuamente entre os pais e as crianças como um protetor dela (da criança) contra eles (os pais). Criará a impressão de que, no fundo, os pais são maus e o Estado é bom. Salta aos olhos que o verdadeiro dono dos filhos será o Estado. Pasmo ao imaginar que o Estado, que é favorável ao aborto, vira protetor dos filhos contra os pais! Aliás, já existem leis preconizando a permanência dos filhos doze horas na escola logo a partir dos 3 ou 4 anos de idade. É a formação estatal, comunitária, igualitária, que torna a família desnecessária e a transforma em mera ‘chocadeira’ para novos cidadãos.”
Não quero defender espancamentos. Isso é crime. Todo pai e mãe verdadeiro sabe. Mas é muito simplista afirmar que toda palmada é agressão. Que a pessoa ficará marcada para o resto da vida e que isso gerará um comportamento violento.
O comportamento violento que estamos vivendo vem exatamente da ineficácia de nossos governos em sanar problemas como educação e segurança. Ou na impressão que as autoridades passam de que ninguém será condenado, faça o que fizer.
Mas o tema da disciplina responsável de pais para com os filhos me saltou aos olhos quando li novamente Hebreus 12.(5-6):
“Preste atenção, meu filho, quando o Senhor o castiga, e não se desanime quando ele o repreende. Pois o Senhor corrige quem ele ama e castiga quem ele aceita como filho.”
O pai corrige porque ama. Porque corrigir é difícil e dá trabalho. É muito mais fácil deixar a pessoa fazer o que quiser e arcar com as consequências. Mas corrigir é necessário.
O pai, mostra o caminho certo. Esta é a função de nós pais e mães. Não é função estatal. Não é função da Igreja. Nós Pais é que precisamos cuidar e cuidar bem dos nossos filhos. E fazendo o melhor, pode ser que ainda não fique como esperávamos. O que não significa que foi falha do pai ou da mãe. O ser humano tem a infeliz capacidade de buscar o erro sozinho, mesmo que seja orientado para o bem.
De maneira semelhante, o Senhor nos exorta, pois fomos chamados, em Cristo, para ser seus filhos. O Pai nos repreende e aponta o caminho certo a seguir. E quando preferimos seguir longe dele, a culpa não é do Pai. Ele faz todo o necessário para nos ter perto de si:
Ele no deu a vida e sustenta. Enviou Jesus Cristo, que morreu para nos dar perdão dos pecados. Enviou o Espírito Santo, que nos dá a fé e conserva na fé. Nos orienta por meio de sua Santa Palavra e nos alimenta e preserva diariamente.
Queridos irmãos em Cristo.
Ninguém gosta de ser corrigido, mas a correção é necessária. Outro dia li a seguinte frase: “o pai que leva seu filho à Igreja, não terá que busca-lo na cadeia.” Embora não se possa concordar com a totalidade desta afirmação, ela traz algo de verdade: se educando no caminho de Deus, as pessoas ainda podem escolher o lado mau, imaginem se elas nunca tiverem a orientação certa!
Diz a palavra do Senhor (Hb 12.8): “Se vocês não são corrigidos como acontece com todos os filhos de Deus, então não são filhos de verdade, mas filhos ilegítimos.”
Lembram das duas mulheres que brigavam pela mesma criança, diante de Salomão? Quando Salomão mandou cortar a criança no meio a ladra disse: “Podem cortá-lo em dois pedaços! Assim ele não será nem meu nem seu.” (1Rs 3.26).
O verdadeiro pai jamais fica tranquilo com a ruína de seus filhos. Por isso Salomão entregou a criança para a verdadeira mãe. E precisamos lembrar que ser pai e mãe é algo maior do que os laços consanguíneos.
Com amor maior do que qualquer laço de sangue, o nosso Pai do céu olha para nós e lembra: “Se me chamarem no dia da aflição, eu os livrarei, e vocês me louvarão.” (Sl 50.15).
O filho, com a bênção do Senhor, vai crescer. O filho de Deus também precisa crescer. O filho vai estudar, casar, sair de casa e viver sua própria vida, constituindo nova família. O filho de Deus, alimentado pela Palavra e pelos sacramentos, também vai crescer na fé. Mas pode ser que enfrente problemas. Pode ser que venham as provações. Pode ser que venham as angústias...
Nesse momento, quando parece que Deus nos abandonou, precisamos ter diante de nossos olhos as palavras do Senhor (Hb 12.10-11: “Os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo; mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade. Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz.”
E logo a em seguida a Palavra dá conselhos práticos que também são para nós:
(14) “Procurem ter paz com todos”. (14) “Se esforcem para viver uma vida dedicada ao Senhor”. (15) “Cuidado para não abandonar a graça de Deus”. (16) “Cuidado para não perderem o respeito pelas coisas sagradas”.
É o Pai chamando os filhos para o bom caminho. São orientações que servem muito bem para nós. Pois o Senhor, como um pai, está nos chamando de volta. Para entrar enquanto é tempo.
Depois que for fechada a porta, não adianta ficar batendo do lado de fora (Lc 13.25-26): “Senhor, nos deixe entrar!” ... Pois “Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade.”
Na hora que a porta for fechada, o tempo da salvação terá passado. Mas enquanto estamos neste mundo, ainda há tempo para ouvir o Senhor que nos orienta; nos chama; nos exorta e repreende para não ficarmos no erro.
Mesmo que por vezes a orientação pareça dura. É a orientação daquele que nos ama, como um pai que corrige seus filhos. É a orientação que nos trará de volta, como o Filho Pródigo que, arrependido, voltou e foi recebido por um pai amoroso.
Com um amor ainda maior, o nosso Pai do céu nos quer receber hoje e sempre. Para que nós estejamos seguros nessa família da fé. E a Santa Palavra nos diz: creia em Jesus e você será salvo. Creia no filho e seja tornado filho também. Amém.
E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus.” (Fp 4.7)
Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Iguaçu-RJ
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