5º Domingo após pentecostes
Que a graça do Senhor Jesus Cristo,
o amor de Deus
e a presença do Espírito Santo
estejam com todos vocês! (2Co 13.13).
Texto Bíblico: Mc 6.1-13
Contigo ó Mestre quero andar.
Assim começa o hino 334 do nosso hinário. É um hino que está na parte sobre o Ministério, mas também é a expressão daquilo que se passa na vida de todos que seguem a Jesus Cristo.
Outro hino parecido seria: Quero estar Jesus contigo, onde fores te seguir (HL 321).
São hinos, inspirados na Palavra de Deus e que expressam a confiança em Jesus Cristo. São Hinos de fé.
E "fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver." (Hb 11.1).
Nosso texto bíblico diz que Jesus não pode fazer muitos milagres em Nazaré porque as pessoas não creram nele.
Na verdade o poder de Deus não depende da fé das pessoas. Não precisamos crer para que Deus tenha poder. Ele é todopoderoso, mesmo que o mundo não creia. Mas as pessoas que estavam indo ali estavam buscando o mestre milagreiro. E certamente tomaram um susto quando se depararam com aquele homem, que eles tinham visto menino correndo pelas ruas.
Nós precisamos lembrar que Jesus nunca fez milagres para forçar as pessoas a crerem. Mas ao contrário, seus milagres eram testemunhos necessários de seu poder. Testemunhos do seu envio. Confirmação de que ele era, de fato, o Messias prometido. Lembrem a pergunta dos discípulos, quando encontraram um cego de nascença:
"– Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele?" E Jesus respondeu: "Ele é cego ... para que o poder de Deus se mostre nele." (Jo 9.2-3).
Aquelas pessoas que buscavam os milagres, se deixaram levar pelas características humanas de Jesus. E como ele tinha crescido ali e todos conheciam seus parentes, desprezaram o seu ensinamento. Esqueceram que Jesus veio para ser o Messias e não creram nas suas palavras.
O povo tinha esquecido a promessa de Moisés em Deuteronômio 18.15: "Do meio de vocês Deus escolherá para vocês um profeta que será parecido comigo, e vocês vão lhe obedecer.", bem como Deuteronômio 18.18, onde o próprio Deus diz: "Do meio deles escolherei para eles um profeta que será parecido com você. Darei a esse profeta a minha mensagem, e ele dirá ao povo tudo o que eu ordenar."
O profeta saiu do meio do povo, como prometido, mas não foi bem recebido em sua terra.
E se Jesus aparecesse hoje, como nós o receberíamos?
Vemos por aí pessoas procurando milagres e maravilhas.
Vemos por aí pessoas fazendo todo o tipo de coisa para alcançar "a vitória" sobre o inimigo, que deixou de ser Satanás, para ser a derrota financeira ou a doença.
Vemos rosas consagradas, canetas abençoadas, grutas da libertação, oração de 318 e assim por diante.
Mas Jesus Cristo desaparece a cada dia, entre cantos efusivos e emocionantes. As pessoas choram com belas palavras de excelentes oradores, mas não mais ouvem Jesus Cristo.
Esqueceram o exemplo de João Batista.
Os discípulos de João estavam preocupados porque as pessoas estavam indo atrás de Jesus. Então João responde a eles: "Ninguém pode ter alguma coisa se ela não for dada por Deus. Vocês são testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Messias, mas foi enviado adiante dele.' Num casamento, o noivo é aquele a quem a noiva pertence. O amigo do noivo está ali, e o escuta, e se alegra quando ouve a voz dele. Assim também o que está acontecendo com Jesus me faz ficar completamente alegre. Ele tem que ficar cada vez mais importante, e eu, menos importante." (Jo 3.27-30).
João não quis ser importante, pois ele sabia quem era realmente importante. E me angustia muito ver pela cidade cartazes gigantesco com nomes de pastores, cantores e tantas outras coisas. Me angustia por que Jesus desaparece e os outros crescem.
O que é isto que está se anunciando hoje por todo lugar? Ainda é Jesus?
Que espécie de fé é esta anunciada de diversas formas? Será que ainda é fé verdadeira no verdadeiro Salvador?
No texto bíblico, o verdadeiro Jesus apareceu entre os seus e os seus não o receberam. Pois procuravam um milagreiro. Tinham esquecido as promessas do Salvador que viria do meio do próprio povo de Israel.
Mesmo assim, esse Salvador veio e habitou entre nós. Como um ser humano comum. Mas também como o verdadeiro Deus. E por causa da falta de fé de seus conterrâneos, Jesus logo se retirou de sua terra novamente. E caminhava pelas redondezas anunciando a Palavra da Salvação.
Mas mesmo ali no meio daqueles incrédulos, "alguns doentes" recorreram a Jesus, com fé, e tiveram suas doenças curadas.
Hoje, mesmo no meio deste mundo cheio de maldades e mentiras, todos que vão à Jesus com fé, recebem dele atenção e carinho.
Foi assim com Jairo, que viu sua filha voltar viva.
Foi assim com a mulher doente que apenas tocou na borda da roupa de Jesus. Foi assim com tantos outros, que mais que a cura pro corpo, receberam cura para a alma, no perdão dos pecados.
Será assim com todos que buscarem Jesus. Colocando em primeiro lugar nas suas vidas o Reino de Deus, pois todo o resto Deus dará um jeito. Talvez não seja o nosso jeito, mas Deus nunca nos deixará abandonados.
Na segunda parte de nosso texto, os discípulos são chamados e enviados. Este envio também era uma demonstração de fé. Pois Jesus lhes disse: "para não levarem nada na viagem, somente uma bengala para se apoiar. Não deviam levar comida, nem sacola, nem dinheiro. Deviam calçar sandálias e não levar nem uma túnica a mais." (Mc 6.8-9).
Jesus agiu de maneira contrária aos vendedores de milagres. Seus discípulos não ostentavam contas polpudas e carros importados. Eles não iriam vender a mensagem, mas como receberam de graça, de graça a entregavam.
Os discípulos deveriam depender inteiramente da fé em seu Senhor que, por meio dos ouvintes, providenciaria o pão de cada dia.
Esses mestres vendedores já existiam na época de Jesus. E quando um deles ficava famoso, juntavam muitos discípulos e os discípulos também queriam lucrar como o mestre estava lucrando. E, como acontece hoje, muitos caíam em sua conversa vazia.
Porém aos seus, Jesus envia sem nada, além da fé. Nem com o frio deveriam se preocupar, pois o Pai estaria com eles.
Jesus está entre nós. Ele vem a nós no perdão e na Santa Ceia. Vem a nós em sua Palavra e nos livra de todos os medos e males.
Jesus, o Salvador verdadeiro, morreu por nós e nos dará a vida eterna. E é nele que a nossa fé está firmada. Assim caminhamos firmes para a vida eterna. Amém.
E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Amém. (Fp 4.7)
Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Iguaçu-RJ
Glórias Somente a Deus
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