Jó 19.23-27
Ressurreição de nosso Senhor
Domingo de Páscoa
Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).
A paz do Cristo Ressuscitado esteja com todos vocês. Amém.
23“Como gostaria que as minhas palavras fossem escritas,
que fossem escritas num livro!
24Ou que com uma ponteira de ferro
elas fossem gravadas para sempre no chumbo ou na pedra!
25Pois eu sei que o meu defensor vive;
no fim, ele virá me defender aqui na terra.
26Mesmo que a minha pele seja toda comida pela doença,
ainda neste corpo eu verei a Deus.
27Eu o verei com os meus olhos; os meus olhos o verão,
e ele não será um estranho para mim. E desejo tanto que isso aconteça!
Queridos irmãos em Cristo, Como vocês fazem para registrar alguma coisa? Como fazem para comprovar a veracidade de um documento?
Uma regra geral é procurar um cartório de registro, chamar duas ou três testemunhas e estes, com suas assinaturas reconhecidas em cartório, confirmarão que aquele documento é realmente nosso. Que as palavras ali escritas foram ditas por nós mesmos.
É esse nosso costume.
Mas mesmo que vocês registrem em cartório, será que no futuro o registro será válido? São várias as histórias de cartórios que pegaram fogo e perderam todos os documentos. Embora isso tudo esteja cada vez mais seguro.
Outra forma de preservar para além da morte algumas palavras é mandar gravar na pedra. Assim como se costuma fazer em lápides de cemitério. Porque aquilo que está gravado na pedra dificilmente será apagado. Mesmo estando ao relendo e sofrendo todas as intempéries naturais.
Pois bem! Jó queria registrar suas palavras para que as gerações futuras a ouvissem o que ele tinha a dizer. E as palavras que ele quer propagar aparecem numa parte bastante interessante de seu livro. Quando ele estava sendo contestado por sua família e por seus amigos.
Naquele momento Jó testemunha a sua fé. E sua certeza é tamanha, que não tem dúvidas em desejar que suas palavras durem para sempre: “Como gostaria que as minhas palavras fossem escritas, que fossem escritas num livro! Ou que com uma ponteira de ferro elas fossem gravadas para sempre no chumbo ou na pedra!” (Jó 19.23-24).
E por obra do Senhor, as palavras de Jó duram até hoje, cerca de 4 mil anos depois que ele as pronunciou. Ficaram como um testemunho da presença de Deus na vida daquele homem que tanto sofreu. Assim como a própria vida de Jó ficou registrada toda num livro, para servir de exemplo a outros cristãos em seus sofrimentos.
Em Jó 19, vemos esse homem profundamente desiludido. Ele lembra que Deus está permitindo que sua vida esteja cheia de desgraças (vv. 6-12), lembra também que os seus parentes e amigos se afastaram (vv. 13-22). E os poucos que restaram ficam ao seu redor, só pra mostrar que Deus estaria contra ele.
Então, depois de dizer que está sofrendo e que foi abandonado, Jó mostra que sua esperança não acabou, pois sua fé se firma no Deus verdadeiro.
Jó estava magoado, mas não queria gravar sua mágoa na pedra. As mágoas a gente escreve na areia da praia, bem junto às ondas. Assim, logo o mar vem e as leva embora.
O que Jó queria escrever na pedra é sua esperança em Deus.
Ele queria gravar a certeza de que o Senhor o defenderá no momento certo. Mesmo que passe por muitas coisas ruins neste mundo, mesmo que todos lhe virem as costas: “Pois eu sei que o meu defensor vive; no fim, ele virá me defender aqui na terra. Mesmo que a minha pele seja toda comida pela doença, ainda neste corpo eu verei a Deus. Eu o verei com os meus olhos; os meus olhos o verão, e ele não será um estranho para mim. E desejo tanto que isso aconteça!” (Jó 19.25-27).
Queridos irmãos em Cristo...
O que você gostaria de gravar na pedra? O que você quer deixar registrado para as suas futuras gerações?
Melhor do que isso, o que você quer gravado em seu coração e no coração dos seus queridos? Mágoas e rancores ou a esperança em Jesus?
Jó fez a melhor escolha. Escolheu a esperança em Deus.
Pedro, mesmo tendo negado o Senhor, também fez a melhor escolha: creu em Jesus e recebeu o perdão.
Judas Iscariotes escolheu o rancor e a morte.
Hoje é Domingo de Páscoa. Acordamos bem cedinho para celebrar o maior dia da cristandade.
Hoje é dia de gravar novamente em nossos corações a esperança em Cristo. Dia de reafirmar nossa fé no Salvador Jesus e lembrar que ele morreu, mas ressuscitou e vive.
Sofrimentos existirão sempre, mas eles passarão.
Ou como diz 1Co 13: “Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará. Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.”
Tudo passará, por mais que pareça perene. Até mesmo as palavras de Jó, um dia passarão, pois não serão mais necessárias. Os salvos estarão na glória eterna e não mais precisarão da orientação de Jó.
O que jamais passará, é o amor de Deus por nós.
Isso é que precisa ficar gravado em nosso coração, como se estivesse gravado em pedra. Porque o amor de Deus nos deu Jesus Cristo e, em Cristo, temos a vida eterna.
Amém.
E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Amém. (Fp 4.7)
Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Iguaçu-RJ
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