quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Concílio no Espírito Santo - 4


Fundamentos
O que é a Teologia? O que é um Teólogo?
·         F. Pieper lembra: os termos teologia e teólogo são de origem pagã e não estão na Bíblia. Adotados pela igreja cristã, não são usados sempre em um único sentido. “O que importa” diz, “é que as palavras usadas não devem expressar qualquer ideia não escriturística. A matéria definida por estas palavras deve estar contida na Escritura”.
·         A ciência de que o pastor se ocupa é a Teologia. Se dela não se ocupa, não é ou não deveria ser pastor! Por outro lado, a Teologia é sempre pastoral (poimênica) ou não é Teologia! Logo, não se pode falar de Teologia desvinculada da pessoa que recebeu este dom. E nem da pessoa como Pastor/teólogo sem considerar o que é a Teologia! Portanto, não há teologia sem teólogo e não há teólogo sem teologia. Ambos estão vinculados.
·         Lutero diz que cada ser humano crente é um teólogo. Todos somos chamados teólogos, assim como todos somos chamados cristãos. Mas, no sentido restrito, Teólogo é aquele que exerce a função de servo da Igreja (ministerium ecclesiasticum), no qual ele foi investido por Deus.
·         C. F. W. Walther lembra que Teologia é habitus (disposição, qualidade, estado) practicus da alma, concedido por Deus (Θεόδοτος) e adquirido/recebido dele pelos conhecidos meios da graça pelo qual o servo da igreja é habilitado para o pleno exercício de suas atribuições. E o faz para a glória de Deus e a promoção da salvação, sua e de seus ouvintes.
·         Walther enfatiza que teologia não é saber que tenha o conhecimento como objetivo último; mas é um habitus practicus, cujo objetivo maior é conduzir pecadores pela fé à salvação. E, no sentido restrito, ter como objetivo a práxis, o exercício da função de servo da igreja (ministerium ecclesiasticum), na qual ele foi investido por Deus.
·         É habilidade prática não por estar relacionada ás áreas do ensino, da proclamação e da litúrgica; mas porque trata com a palavra de Deus em sua ação direta, ligando o ensino à vida. Não é o fato de ser prática que a torna viva, eficaz; mas, por ser eficaz, tem oportunidade de mostrar seu poder atuante.
·         A teologia é dada por Deus, logo, sobrenatural e, portanto, não pode ser conseguida por mera capacidade e persistência humana. Mas é concedida pela ação do Espírito Santo, através dos meios da graça, e pressupõe a fé justificadora que só possui quem está na graça divina e é regenerado (2Co 2.16; 3.5-6).
·         A teologia é dada por Deus (Θεόδοτος), pois os dons da santificação e os do ofício pastoral são inseparáveis. E, ambos, charismas e dons, são doação e distribuição unicamente do Espírito Santo (Tg 1.17; 1Co 12.4; 2Co 3.5).
·         Johann Gerhard (1582-1637) diz: “O zelo pela bem-aventurança deve estar em todos os cristãos, mas em especial naqueles que se dedicam à teologia e almejam o serviço da igreja”. Ele enumera 8 pontos:
1.      Temor do Senhor, sem o qual não há sabedoria (Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10).
2.      Distinguir entre sabedoria espiritual e carnal (Tg 3.15)
3.      A sabedoria de Deus não habita no perverso.
4.      O Espírito Santo é o Mestre íntimo e verdadeiro que conduz à toda a verdade (Jo 16.13; 1Jo 2. 27).
5.      Quem gosta de estar na treva do pecado, não pode portar a luz do conhecimento espiritual do evangelho de Cristo (2Co 4.4).
6.      A verdadeira teologia é antes disponibilidade, intenção (in affectu) do que sabedoria; Nos assemelhamos a Deus mais pelo bem do que pela sabedoria; verdadeiro conhecimento de Deus implica em prática de boas obras, intenção do coração e prática cristã.
7.      A verdadeira iluminação não está presente na alma dormente (Ef 5.14).
8.      Quem se aplica à teologia precisa despir-se do velho homem (Jo 14.17).

Os verdadeiros servos e mestres da igreja não nascem tal, mas são feitos ministros, assim como todos são feitos cristãos (pela ação de Deus). Para tal é necessária longa preparação e muito estudo, para que assumam este elevado ofício bem capacitados. Pois não basta aqui apenas a aparência pessoal, ou seriedade e santidade de vida; mas se exige muito mais, é preciso o conhecimento teológico (1Tm 4.16).


Concílio no Espírito Santo - 3



Alguns destaques da Palestra:

·         Este estudo visa prover uma motivação evangélica para o estudo e a educação continuada no ministério pastoral.
·         Teologia e vida não podem ser dissociadas.
·         (O pastor Breno Thomé cita sua própria história de vida para descrever sua formação teológica. ... Cita, também, Lutero e sua trajetória de vida. A teologia de Lutero, ágil e complexa, não é concebida como um sistema, mas como o resultado da sua vivência diária do evangelho).
·         “E cuide que não se canse, ou pense que já fez o suficiente quando leu, ouviu e falou uma ou duas vezes (o texto bíblico) e que já tem entendimento completo. Você nunca será um teólogo especialmente bom se o fizer, porque será como uma fruta temporã que cai no chão antes de maturar pela metade” (Lutero).
·         Lutero tem uma visão realista do mal, do mundo e de si próprio como pecador.
·         A vida e obra de Lutero “são perpassadas pela tentação provocada por esses inimigos e determinadas pela luta contra eles”. Mas ele proclama o nome de Cristo, o Emanuel, o Deus que está conosco “na lama e no trabalho...”
·         Em seu amor, o Deus crucificado suporta e supera o pecado, a morte e o inferno.
·         Porque o crucificado foi, como nós, tentado na visão de morte, pecado e inferno, podemos “encarar a morte na vida, o pecado na graça, o inferno no céu, vencer e viver, mesmo que morramos”.
·         Este Deus é aquele que perdoa os pecados (é gracioso).
·         Lutero: “Fui batizado [...] absolvido, insisto nisso até morrer [...] o que quer que questione isso: tentações e preocupações, essas coisas não me farão balançar de jeito nenhum. Pois aquele que disse ‘Quem crê e é batizado está salvo’ e ‘Tudo o que desligares na terra estará desligado no céu’ e ‘Isto é o meu corpo [...] o meu sangue, que foi derramado por vós para remissão dos pecados’, não é capaz de enganar nem mentir. Isso certamente é verdadeiro”.
·         O que fica bastante destacado é que não há Teologia sem Teólogo e nem Teólogo sem Teologia e que a experiência de vida levará o teólogo a firmar sua teologia. Por seus problemas, suas alegrias, as tentações, a meditação e tudo mais que envolve a vida de uma pessoa.

o   O Rev. Natalino Pieper, deu um exemplo prático, dizendo: “Quanto o pastor está preparando o seu sermão, seu estudo bíblico, ele está fazendo teologia.”


Concílio no Espírito Santo - 2



12 de Setembro de 2012

O dia começou às 7 horas, com o café da manhã e às 8 horas o pastor Odair Denzin, começou sua devoção com o hino 396 Hinário Luterano: “Renova-me, ó eterna Luz”. E seguiu sua liturgia com o texto de Js 24.15: “Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR.”
O devocionista nos lembrou que:
como Josué, somos pecadores, limitados, sujeitos a erro. Contudo, chamados por Deus. E que os conselhos dados a Josué, são também para nós e para nosso aparo e apoio. O Senhor nos torna fortes e corajosos no compromisso de falar da Palavra do Senhor e meditemos em sua Palavra dia e noite.
O pastor Isaías Kipper foi convidado e nos dirigiu à Deus em oração, encerrando o momento devocional.
Às 8h25 o Pastor Avelino Vorpagel, fez uso da Palavra e disse que o Rateio de transporte ficou em R$ 62,00 e logo passou a palavra ao vice-presidente da Igreja, Rev. Geraldo Schüler, que trouxe o tema “O pastor como líder e o seu estudo – O preparo do pastor”, do Rev. Breno Thomé.
O Rev. Geraldo anunciou como se procederia a palestra, informando que a palavra estava, desde sempre, franqueada para todos que quisessem fazer uso, mesmo durante a palestra, pois assim, pensa o preletor, fica mais dinâmico o trabalho.
Como o conteúdo das palestras está todo (pp. 6-68) no Livro do Concílio, que cada pastor recebeu, não nos deteremos em registrar aqui os seus conteúdos, mas apenas serão feitos apontamentos de comentários do preletor e dos pastores conciliares.

Concílio no Espírito Santo - 1

Estamos vivendo os momentos do Concílio da Igreja.
Aqui vai o primeiro relatório do que está acontecendo até este momento.


Concílio Regional no Espírito Santo
11 a 13 de Setembro de 2012

11 de Setembro de 2012

Por volta das 16horas, muitos pastores chegavam ao local do Concílio, em Santa Isabel, Domingos Martins-ES. Logo houve a confraternização com o futebol.
Às 18 horas foi a hora da primeira refeição em conjunto.
Às 19h30 começou o culto de abertura, que contou com o vice-presidente da IELB, Geraldo Schüler, que trouxe o tema: “Sob os olhos de Jesus”. Também o Grupo Nova Vida dirigiu os hinos do culto.
Logo após o culto, todos os pastores se apresentaram e foi um momento de alegre e marcante descontração.
Terminado o culto, os pastores estavam livres, perto das 22 horas, para confraternizar-se com os colegas.

domingo, 9 de setembro de 2012

Não briguem inutilmente

 

Evangelho de Marcos, capítulo 9

Queridos irmãos em Cristo.

A Paz do Senhor esteja com todos vocês.

Quando lemos o texto de Marcos 9, vêm à mente muitas situações pelas quais passamos quase sempre.

Momentos de discussão.

E onde costumam levar os momentos de discussão? A mais discussão, rancores e inimizades.

Mas qual era a situação em Marcos 9?

Logo no início do capítulo acontece a transfiguração de Jesus Cristo, fato presenciado por apenas três discípulos de Jesus: Tiago, João e Pedro. Foi o momento em que Deus falou pessoalmente: “Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz!” (Mc 9.7).

Estavam também presentes ali, como uma concessão divina, Elias e Moisés, dois dos grandes profetas do povo de Israel, se não os maiores profetas...

Não é a toa que Pedro diz: “Mestre, como é bom estarmos aqui!” (Mc 9.5). Ele estava fascinado com a proximidade de Deus. E dos profetas. Ele ficou maravilhado com a revelação divina do Senhor Jesus Cristo, confirmada pela voz de Deus que vinha do céu.

Mas eles precisavam descer o monte...

Ao descer a situação não podia ser pior:

Um pai desesperado trouxe seu filho para os discípulos de Jesus, mas eles não conseguiram libertar o menino. Então os escribas usaram isso contra eles. Estavam tentando desacreditar os discípulos e por consequência, Jesus também. Então eles estão discutindo e no meio disso tudo está o pai com seu filho. E em volta, assistindo pra ver o desfecho, está a multidão.

De repente desce Jesus do monte Tabor. Uma montanha que tem mais ou menos 2km de caminho de subida e que é bastante íngreme.

Jesus aparece e as pessoas ficam surpresas e logo acorrem a ele.

Jesus, percebendo o desentendimento pergunta: “O que vocês estão discutindo com eles?” (v. 16).

Antes mesmo que alguém respondesse o pai pula na frente e fala do seu caso. Conta também que tinha entregue o menino aos discípulos que não conseguiram nada, se não, fracasso.

Jesus acabou com a discussão e tomou o caso nas mãos.

A primeira coisa que fez foi repreender a todos que ali estavam e, no meio desses, os próprios discípulos, que também faziam parte da “Gente sem fé”.

Discutir não ia resolver, aliás, raramente resolve algo quando alguém se exalta e perde a razão. Quando ofende àquele a quem chama de irmão por bobagens. Só pra “não ficar pra trás”!

Pessoas que discutem por qualquer coisa, também ouviriam “Gente sem fé”. Pra que vocês discutem? Tragam o caso de vocês pra mim. Assim Jesus fez: “Tragam o menino aqui.” (v. 19).

Assim que Jesus diz isso, a multidão se aglomera rapidamente. Todos querem ver o que vai acontecer. E não é bonito o que todos vão presenciar: chega uma criança, possuída por um demônio, que lhe causava problemas físicos (comparáveis ao que hoje chamamos de epilepsia). Quando chega à presença de Jesus, o espírito mal agita violentamente o menino, que cai e começa a rolar-se no chão. Certamente se enchendo de mais lacerações e feridas. Isso tudo aconteceu aos olhos daquele pai e aos olhos da multidão, que já tinham visto os discípulos falharem.

Antes ainda de curar, Jesus pergunta desde quando o menino estava assim e ouve do pai que era desde muito pequeno. Quanto sofrimento para um pai e uma família! Quantas vezes viu seu filho quase morto afogado ou queimado, pois o espírito muitas vezes jogava o menino na água e no fogo. Então o pai implora: “se o senhor pode, então nos ajude.” (v. 22).

Será que Jesus pode? Afinal os discípulos falharam...

Será que aquele homem parou de crer em Jesus?

Não parou. Mas sua fé fraquejava e duvidava. Talvez não sabendo mais a quem recorrer em tantos anos de agonia. Talvez como Pedro, que ao sentir as águas e o vento, começou a afundar, mesmo vendo o Senhor andar por cima da água e, então, ouviu de Jesus: “Como é pequena a sua fé” Por que você duvidou?” (Mt 14.31).

Talvez como nós, muitas vezes, ao recorrer a tudo que podemos, nos deparamos com pessoas que disseram poder fazer tudo, mas nossa confiança não é mais a mesma. Estamos a ponto de sentar à beira do caminho, baixar a cabeça e chorar.

É uma reação natural de alguém que já está cansado, que foi provado e atacado de tentações. Mas que ainda crê no Senhor.

Então Jesus prova uma vez mais a fé daquele homem: “Tudo é possível para quem tem fé.” (v. 22).

“Então o pai gritou: —Eu tenho fé! Ajuda-me a ter mais fé ainda!”(v. 23). Essa era a resposta de fé.

Esta é a resposta do cristão frente aos problemas da vida. Mesmo quando é humilhado numa discussão. Ele sabe quem o defende e que não precisa dar o troco. Quem quer dar o troco ou ter a última palavra, está servindo de arma de Satanás para semear a discórdia.

Você quer ser um servo de Satanás? Fique se metendo em discussões inúteis. Semeie a discórdia no trabalho, no lar e na igreja. Talvez você consiga sair sempre por cima. Talvez você consiga não ser humilhado. Mas o que você conseguirá com certeza é o desprezo de todos. Pois ninguém mais vai querer ter você por perto. E mais do que isso. Você talvez crie feridas tão grandes que jamais cicatrizem na família, no trabalho e na sua igreja.

Jesus não discutiu porque era inútil. O importante era ajudar aquele pai e seu filho e falar do Reino de Deus, para salvar mais e mais pessoas.

Mas ainda tem uma última coisa: por que os discípulos não conseguiram libertar o menino? Afinal, eles já tinham feito isso antes. Eles já tinham expulsado demônios e curado pessoas, mas naquele momento não conseguiram.

A resposta é simples: eles não conseguiram porque estavam confiando em si mesmos e em seus procedimentos. Esqueceram o básico. Esqueceram de pedir ao Pai em oração. “Este tipo de espírito só pode ser expulso com oração.” (v. 29).

Interessante notar que Jesus não precisa orar, afinal ele é a palavra de Deus encarnada. Ele é o próprio Deus. Ele recebe o menino, o liberta e o devolve ao seu pai.

Assim, se na nossa vida, tudo mais falhar, mesmo aqueles que se dizem enviados por Deus. Jesus jamais falhará.

Ele nos dá o perdão dos pecados, mesmo que nós jamais tenhamos merecido seu sacrifício.

Ele está conosco hoje e estará sempre. Até o dia em que voltar para nos levar à vida eterna.

Duas coisas então:

1. Não se metam em discussões inúteis. Apenas para provar que são melhores. Os melhores são os humildes. Os melhores são os que se abaixam para lavar os pés do irmão, mesmo que o mundo não entenda.

2. Nunca se esqueça que Jesus jamais falhará com você. E se Jesus não falha, porque deixar pra procurá-lo só no fim. Busque o Senhor em oração e na sua Palavra e ele sempre te ouvirá e, no tempo certo, te atenderá. Afinal, quem não negou-se a dar a própria vida por você, não se negará a te ouvir.

Que o Senhor nos conserve a fé até o fim, amém.

Rev. Jarbas Hoffimann
Nova Venécia-ES

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Vocês têm ouvidos para ouvir?

Marcos 7.14-23

 

Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).

 

Que a Paz esteja com vocês. Amém.

Queridos irmãos em Jesus.

O que vocês entendem com esta frase de Jesus: “Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.”? (Mc 7.16).

...

Vocês têm ouvidos... Mas eles ouvem? Eles ouvem o que o Senhor tem a dizer?

É triste perceber que muitas pessoas têm ouvidos que não ouvem o Salvador. E é claro que o texto do evangelista Marcos não fala de deficiência auditiva. Jesus usa uma expressão para chamar a atenção. Como se dissesse: “Prestem atenção! Não deixem minhas palavras entrarem por um ouvido e sair pelo outro.”

E o que era tão importante as pessoas ouvirem?

“Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique impura.” (Mc 7.15).

Aqui, obviamente, também, Jesus está se referindo à impureza espiritual. Porque era esse o assunto que o Mestre falava aos chefes dos judeus naquele dia. Os judeus estavam preocupados com os cerimoniais de purificação, como lavar as mãos, mas por outro lado eram péssimo exemplo de conduta moral. Então Jesus diz o que realmente nos torna impuros diante de Deus: “... os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas consequências.” (Mc 7.21-22).

Antes que comecemos a nos defender e acusar a outros é bom lembrar do Salmo 53.3, que diz: “todos caíram, se desviaram assim do caminho certo, e são igualmente corruptos. Não há mais ninguém que faça o que é direito, não há nem mesmo uma só pessoa.”

Diante de Deus todos os seres humanos são iguais: pecadores. Impuros desde o nascimento. Assim o nosso coração é cheio de maldade. E são essas atitudes maldosas que afastam de Deus.

Aquele onde habita o Espírito Santo não pode se contaminar com essas coisas. Precisa, dia após dia, estar na presença do Senhor, pois só assim permanecerá puro.

É triste, mas precisamos reconhecer: nosso coração trama maldades. Quando Jesus diz que do coração vêm os “maus pensamentos” ele sabe o que está dizendo.

A palavra que aparece no texto original da Bíblia, não é um mero pensar, mas um tramar. O coração trama maldades contra os outros. O coração de quem não é de Cristo fica articulando vinganças e remorsos.

Isso tudo sem falar no inimigo, que quer nos afastar do Senhor. E tudo, até a coisa mais perfeita, nas mãos do tentador, vira arma de ataque. Com o objetivo de destruir a nossa fé em Jesus.

Até a Palavra de Deus pode ser virada contra nós com as artimanhas do maligno.

Foi assim na tentação de Jesus. Satanás citou a Palavra de Deus para tentar fazer Jesus pecar.

O que ele pode fazer conosco?

Pode usar amigos, vizinhos, nosso próprio coração para nos afastar do Senhor.

Porém quando Jesus nos encontra ele nos limpa de verdade. Somos transformados em nova criatura. Com coração puro e as mãos limpas, sem precisar de sabões.

Limpos, estamos prontos para viver em Cristo. Livres de toda a impureza e de todo o pecado.

Porém ainda existe pecado em nós e, enquanto estamos no mundo, o pecado vai querer dominar nossas vidas e afastar de Deus. E muitos esquecem Jesus, dando ouvidos ao coração pecador. Enchem suas vidas de problemas, fazendo todo tipo de coisa ruim. Jogam a sua vida na imundície novamente.

A pergunta se repete: vocês, que são cristãos, têm ouvidos para ouvir Jesus?

Hoje novamente o Salvador vem ao nosso encontro e lembra que na cruz ele nos limpou de todo pecado. Pela fé em Jesus Cristo temos a vida eterna e temos Jesus nos acompanhando aqui sempre.

Vocês têm ouvidos, ouçam o que diz a Palavra de Deus:

“A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar.” (Tg 3.6-8).

Do coração vêm as coisas ruins que podem nos tornar impuros diante de Deus. Estas coisas ruins saem pela língua. Língua que quer ferir de morte ao irmão.

E Tiago ainda lembra como, por vezes, somos hipócritas: “Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. Por acaso pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? Meus irmãos, por acaso pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uvas dar figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce.” (Tg 3.9-12).

Nosso coração é purificado pelo Sangue de Jesus.

Nos vestimos com a santidade de Cristo, então como poderíamos pensar e falar mal do próximo? Pois isso transforma nossa língua e nosso coração em fonte de impureza.

Mas Jesus nos purifica.

Na Santa Ceia ele perdoa pecados e nos fortalece a fé. E nos dá ouvidos que ouvem.

Que bom é poder saber que nosso coração pode ser fonte de limpeza e não fonte de imundície.

Que bom é saber que lavados em Cristo estamos no caminho da vida eterna.

Que sempre possamos andar com Cristo, limpos de todo o pecado e que por nossos caminhos, nosso coração e nossa língua possam encher nossos caminhos de flores, para perfumar o caminho de todos.

Amém.

E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Amém. (Fp 4.7)

Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Venécia-ES

Glórias Somente a Deus

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Servir verdadeiro

Mc 7.1-13

 

 

Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).

Tema: Servir verdadeiro...

...com os lábios

...com as mãos

 

Que a Paz esteja com vocês. Amém.

Queridos irmãos em Cristo Jesus Cristo.

Não faz muito tempo, tivemos uma crise mundial por causa de um novo tipo de gripe. Foi em 2009, a grupe suína, ou melhor, o Influenza H1N1. Foram milhares de pessoas infectadas, outras morrendo. Campanha nacional de vacinação...

Naquela vez só se falava de uma coisa:

Se recomendou que lavem bem as mãos e que se evite o contato pessoal. Como abraços, beijos, como se isso fosse possível para as crianças... Crianças brincam, correm dão as mãos e se abraçam naturalmente.

A igreja católica, na época, recomendou que nos cultos não fossem dados os ósculos santos...

É interessante a sensação reinante naquela época: quem precisava entrar num ônibus, metrô ou trem; quem precisava entrar em filas de bancos, salas de espera de consultórios ou, simplesmente, comprar alguma coisa no centro da cidade, sabia o pavor que as pessoas estavam de chegar umas perto das outras. De comer algo na rua. De falar olhando para a pessoa. De dar um abraço, pegar no mesmo corrimão que outro encostou...

Naquela vez houve um certo pânico. E o pânico generalizado não ajuda, mas todos ficamos aflitos em pensar que podemos, de uma hora pra outra, pegar uma doença que nos mataria rapidamente. Por isso houve pânico. Especialmente nos preocupávamos com os nossos filhos.

Os judeus que estavam conversando com Jesus também tinham suas tradições de limpeza. Eles lavavam as mãos antes de comer. E isso era bastante sério para eles. Um famoso historiador registra: “Quando lavavam as mãos, os judeus lavavam até o cotovelo. Eles davam grande valor a estas lavagens ou batismos e, nem pensavam em comer sem antes se lavar. Fazer isso era um ato impensável. Além disso, eles inventaram que um espírito mau sentava sobre a comida de quem não se lavasse e a comida, então seria prejudicial. Esse espírito era chamado de Shibta.”

É esta situação que Jesus está enfrentando, ao assentar-se para comer com seus discípulos.

Jesus não está incentivando a sujeira. Não está dizendo que tanto faz se comemos com as mãos limpas ou sujas. Mas no evangelho de Marcos Jesus diz que aqueles homens supervalorizavam o mandamento de homens e se esqueciam dos mandamentos de Deus. Eles olhavam se os outros estavam se lavando ou não, mas tratavam aos outros de uma forma que Deus não gostava.

Por isso Jesus os chama de hipócritas.

Notem que os fariseus não estão preocupados com a Lei de Deus. O que eles querem saber é porque os discípulos não cumprem a tradição. Versículo 5: “Por que é que os seus discípulos não obedecem aos ensinamentos dos antigos e comem sem lavar as mãos?”

A nossa mãe também nos ensinou a lavar as mãos antes de comer. Isso para a nossa saúde, mas para os fariseus isso valia tanto quanto dar o dízimo, por exemplo. Eram leis igualmente importantes e tratadas como se fossem lei de Deus. E não como leis saudáveis.

Jesus responde citando Isaías: “Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de mim. A adoração deste povo é inútil, pois eles ensinam leis humanas como se fossem mandamentos de Deus.” (Is 29.13)

E quantas vezes somos como aqueles fariseus! Servimos da boca pra fora! Pra que as outras pessoas nos vejam e nos aplaudam, mas por dentro não temos o verdadeiro amor. Por dentro estamos ocos como madeira inútil.

Precisamos sim servir verdadeiramente ao Senhor. Com os lábios e com as mãos.

Por vezes nossas mãos estarão sujas do pecado. Mas, como Jó, podemos sempre buscar ao Senhor: “O sabão não pode lavar os meus pecados; o sabão mais forte não pode limpar o mal que cometi.” (Jó 9.30).

Com as mãos sujas de pecado, é impossível servir verdadeiramente o Senhor. Mas João nos lembra que “se vivemos na luz, como Deus está na luz, então estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, o seu Filho, nos limpa de todo pecado.” (1Jo 1.7).

Com os lábios sujos de pecado, é impossível servir verdadeiramente ao Senhor. Mas com Isaías também aprendemos que Deus nos torna puros, como fez ao profeta que disse: “Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros. E com os meus próprios olhos vi o Rei, o Senhor Todo-Poderoso!

Aí um dos serafins voou para mim, segurando com uma tenaz uma brasa que havia tirado do altar. Ele tocou a minha boca com a brasa e disse:

– Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas, e os seus pecados estão perdoados.” (Is 6.5-7).

Poderíamos lembrar ainda muitos outros textos, como Mt 15, onde Jesus diz que não é o que comemos que nos tira a vida eterna. Mas o que brota do coração impuro.

Ou o texto onde Pedro ouve o Senhor dizer: “o que eu tornei puro, não torne impuro você”. (At 10)

Regras de higiene são importantes e necessárias, mas para a Salvação é preciso estar limpo por dentro.

Quando aparecem as novas doenças, nos preocupamos, foi assim como a Aids, a gripe aviária, a gripe asiática, a gripe suína e ainda aparecerão mais doenças. Nos preocupamos com nossa saúde física, mas esquecemos que estamos em perigo de morte dia após dia. Estamos vivos. E isso nos dá uma certeza: vamos morrer. Pois todos vão. Não sabemos se hoje ou daqui a 100 anos. Não sabemos como e esperamos que seja daqui a muito tempo e de forma boa.

Porém enquanto estamos aqui, fomos chamados a Servir ao Senhor, como os discípulos fizeram.

Servindo com os corações e lábios puros. Assim estamos seguros diante do Senhor, como lembra João no Apocalipse: “– Estes são os que atravessaram sãos e salvos a grande perseguição. São as pessoas que lavaram as suas roupas no sangue do Cordeiro, e elas ficaram brancas. É por isso que essas pessoas estão de pé diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo. E aquele que está sentado no trono as protegerá com a sua presença. Elas nunca mais terão fome nem sede. Nem o sol nem qualquer outro calor forte as castigará. Pois o Cordeiro, que está no meio do trono, será o pastor dessas pessoas e as guiará para as fontes das águas da vida. E Deus enxugará todas as lágrimas dos olhos delas.” (Ap 7.14-16)

E quem estará na presença do Senhor?

Tem uma música antiga que diz assim:

1. |: Senhor, quem entrará, no santuário pra te louvar? :|

|: Quem tem as mãos limpas e o coração puro,
que não é vaidoso e sabe amar. :|

2 |: Senhor, faze-me entrar no santuário pra te louvar? :|

|: Oh! Dá-me mãos limpas e um coração puro,
arranca a vaidade, ensina-me a mar. :|

3. |: Senhor, já posso entrar, no santuário pra te louvar? :|

|: Teu sangue me lava, teu fogo me queima,
o Espírito Santo inunda meu ser. :|

Este lavar sim adianta. Este resolve o problema de nossa vida: o pecado. E nos une ao Salvador. Lavados no sangue do Cordeiro, pela fé em Jesus Cristo, estamos prontos para servir com lábios e mãos puras. E prontos para levantar mãos santificadas ao Serviço do Senhor. Em amor ao próximo e a Deus, na certeza da vida eterna. Pois todos aqueles que lavaram as suas vidas no sangue do Cordeiro, servem agora, purificados. Até o dia da vida eterna.

Amém.

E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Amém. (Fp 4.7)

Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Venécia-ES

Glórias Somente a Deus

Crescendo em Fé - Aula 4

  Aula 4 Leitura Bíblica: Semana 4 Salmo 104, 105; Provérbios 23 Salmo 106, 107; Provérbios 24 Salmo...