domingo, 9 de setembro de 2012

Não briguem inutilmente

 

Evangelho de Marcos, capítulo 9

Queridos irmãos em Cristo.

A Paz do Senhor esteja com todos vocês.

Quando lemos o texto de Marcos 9, vêm à mente muitas situações pelas quais passamos quase sempre.

Momentos de discussão.

E onde costumam levar os momentos de discussão? A mais discussão, rancores e inimizades.

Mas qual era a situação em Marcos 9?

Logo no início do capítulo acontece a transfiguração de Jesus Cristo, fato presenciado por apenas três discípulos de Jesus: Tiago, João e Pedro. Foi o momento em que Deus falou pessoalmente: “Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz!” (Mc 9.7).

Estavam também presentes ali, como uma concessão divina, Elias e Moisés, dois dos grandes profetas do povo de Israel, se não os maiores profetas...

Não é a toa que Pedro diz: “Mestre, como é bom estarmos aqui!” (Mc 9.5). Ele estava fascinado com a proximidade de Deus. E dos profetas. Ele ficou maravilhado com a revelação divina do Senhor Jesus Cristo, confirmada pela voz de Deus que vinha do céu.

Mas eles precisavam descer o monte...

Ao descer a situação não podia ser pior:

Um pai desesperado trouxe seu filho para os discípulos de Jesus, mas eles não conseguiram libertar o menino. Então os escribas usaram isso contra eles. Estavam tentando desacreditar os discípulos e por consequência, Jesus também. Então eles estão discutindo e no meio disso tudo está o pai com seu filho. E em volta, assistindo pra ver o desfecho, está a multidão.

De repente desce Jesus do monte Tabor. Uma montanha que tem mais ou menos 2km de caminho de subida e que é bastante íngreme.

Jesus aparece e as pessoas ficam surpresas e logo acorrem a ele.

Jesus, percebendo o desentendimento pergunta: “O que vocês estão discutindo com eles?” (v. 16).

Antes mesmo que alguém respondesse o pai pula na frente e fala do seu caso. Conta também que tinha entregue o menino aos discípulos que não conseguiram nada, se não, fracasso.

Jesus acabou com a discussão e tomou o caso nas mãos.

A primeira coisa que fez foi repreender a todos que ali estavam e, no meio desses, os próprios discípulos, que também faziam parte da “Gente sem fé”.

Discutir não ia resolver, aliás, raramente resolve algo quando alguém se exalta e perde a razão. Quando ofende àquele a quem chama de irmão por bobagens. Só pra “não ficar pra trás”!

Pessoas que discutem por qualquer coisa, também ouviriam “Gente sem fé”. Pra que vocês discutem? Tragam o caso de vocês pra mim. Assim Jesus fez: “Tragam o menino aqui.” (v. 19).

Assim que Jesus diz isso, a multidão se aglomera rapidamente. Todos querem ver o que vai acontecer. E não é bonito o que todos vão presenciar: chega uma criança, possuída por um demônio, que lhe causava problemas físicos (comparáveis ao que hoje chamamos de epilepsia). Quando chega à presença de Jesus, o espírito mal agita violentamente o menino, que cai e começa a rolar-se no chão. Certamente se enchendo de mais lacerações e feridas. Isso tudo aconteceu aos olhos daquele pai e aos olhos da multidão, que já tinham visto os discípulos falharem.

Antes ainda de curar, Jesus pergunta desde quando o menino estava assim e ouve do pai que era desde muito pequeno. Quanto sofrimento para um pai e uma família! Quantas vezes viu seu filho quase morto afogado ou queimado, pois o espírito muitas vezes jogava o menino na água e no fogo. Então o pai implora: “se o senhor pode, então nos ajude.” (v. 22).

Será que Jesus pode? Afinal os discípulos falharam...

Será que aquele homem parou de crer em Jesus?

Não parou. Mas sua fé fraquejava e duvidava. Talvez não sabendo mais a quem recorrer em tantos anos de agonia. Talvez como Pedro, que ao sentir as águas e o vento, começou a afundar, mesmo vendo o Senhor andar por cima da água e, então, ouviu de Jesus: “Como é pequena a sua fé” Por que você duvidou?” (Mt 14.31).

Talvez como nós, muitas vezes, ao recorrer a tudo que podemos, nos deparamos com pessoas que disseram poder fazer tudo, mas nossa confiança não é mais a mesma. Estamos a ponto de sentar à beira do caminho, baixar a cabeça e chorar.

É uma reação natural de alguém que já está cansado, que foi provado e atacado de tentações. Mas que ainda crê no Senhor.

Então Jesus prova uma vez mais a fé daquele homem: “Tudo é possível para quem tem fé.” (v. 22).

“Então o pai gritou: —Eu tenho fé! Ajuda-me a ter mais fé ainda!”(v. 23). Essa era a resposta de fé.

Esta é a resposta do cristão frente aos problemas da vida. Mesmo quando é humilhado numa discussão. Ele sabe quem o defende e que não precisa dar o troco. Quem quer dar o troco ou ter a última palavra, está servindo de arma de Satanás para semear a discórdia.

Você quer ser um servo de Satanás? Fique se metendo em discussões inúteis. Semeie a discórdia no trabalho, no lar e na igreja. Talvez você consiga sair sempre por cima. Talvez você consiga não ser humilhado. Mas o que você conseguirá com certeza é o desprezo de todos. Pois ninguém mais vai querer ter você por perto. E mais do que isso. Você talvez crie feridas tão grandes que jamais cicatrizem na família, no trabalho e na sua igreja.

Jesus não discutiu porque era inútil. O importante era ajudar aquele pai e seu filho e falar do Reino de Deus, para salvar mais e mais pessoas.

Mas ainda tem uma última coisa: por que os discípulos não conseguiram libertar o menino? Afinal, eles já tinham feito isso antes. Eles já tinham expulsado demônios e curado pessoas, mas naquele momento não conseguiram.

A resposta é simples: eles não conseguiram porque estavam confiando em si mesmos e em seus procedimentos. Esqueceram o básico. Esqueceram de pedir ao Pai em oração. “Este tipo de espírito só pode ser expulso com oração.” (v. 29).

Interessante notar que Jesus não precisa orar, afinal ele é a palavra de Deus encarnada. Ele é o próprio Deus. Ele recebe o menino, o liberta e o devolve ao seu pai.

Assim, se na nossa vida, tudo mais falhar, mesmo aqueles que se dizem enviados por Deus. Jesus jamais falhará.

Ele nos dá o perdão dos pecados, mesmo que nós jamais tenhamos merecido seu sacrifício.

Ele está conosco hoje e estará sempre. Até o dia em que voltar para nos levar à vida eterna.

Duas coisas então:

1. Não se metam em discussões inúteis. Apenas para provar que são melhores. Os melhores são os humildes. Os melhores são os que se abaixam para lavar os pés do irmão, mesmo que o mundo não entenda.

2. Nunca se esqueça que Jesus jamais falhará com você. E se Jesus não falha, porque deixar pra procurá-lo só no fim. Busque o Senhor em oração e na sua Palavra e ele sempre te ouvirá e, no tempo certo, te atenderá. Afinal, quem não negou-se a dar a própria vida por você, não se negará a te ouvir.

Que o Senhor nos conserve a fé até o fim, amém.

Rev. Jarbas Hoffimann
Nova Venécia-ES

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