quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Concílio no Espírito Santo - 8


a.       Lutero também exorta que só há meditação verdadeira na Palavra, quando houver primeiro o prazer. E Isto é uma exclusividade dos cristãos. “Por isso Davi ora: ‘Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça’ (Sl 119.36)”. Lutero outra vez afirma que o prazer na Lei do Senhor precisa vir necessariamente dos céus. [...] Os desejos humanos estão em oposição à Lei do Senhor, a ponto de o ser humano querer evitá-la. Não é uma ação livre do ser humano amá-la. Não é o temor pela punição nem o desejo pelas promessas de recompensa da Lei que irão produzir esse amor, mas esse desejo vem da fé em Deus, através de Jesus Cristo (Sl 19).
b.      É o celestial prazer na Lei do Senhor que une quem medita na palavra de Deus e o faz provar, saborear do melhor bem; de como ela é reta, verdadeira, boa, doce, pura, amável, poderosa e consoladora; “sabedoria acima de toda sabedoria”. O que se saboreia ainda melhor na tentação!
c.       Lutero critica o método de meditação monacal, que usa a Bíblia como trampolim para a oração do coração e a apropriação mental (intelectualismo) ou visionária (misticismo) das realidades celestiais. E à prática entusiasta de meditação na palavra interior, revelação direta ao coração.
d.      Tanto que no final da primeira regra afirma: “Isso produz agitadores espirituais que imaginam que as Escrituras estão sujeitas a eles e são facilmente compreendidas com o próprio entendimento que eles têm, sem o Espírito e a oração [...].   (ou) Porque isso gera os espíritos de bando [i. é, cismáticos], que têm a petulância de achar que a Escritura está sujeita a eles e pode facilmente ser captada com a sua razão [...] eles não necessitam de nenhum Espírito Santo nem de oração.”
e.       Por isso ressalta aqui “a palavra falada e o texto escrito da Bíblia” que precisas meditar, não apenas com o coração, mas também externamente, sempre de novo trabalhando e esfregando, lendo e relendo [...] diligentemente prestando atenção e refletindo no que o Espírito Santo está dizendo nela.
f.        E no final retoma a questão para dizer: “[...] porque não é por nada que ele [Deus] ordenou que a palavra fosse escrita, pregada, lida, ouvida, cantada e falada, e isso externamente”. Pois nela Deus está presente, ativo, eficiente, “encarnado”!
g.       Essa meditação no texto, segundo Bayer, induz a pessoa, não a entrar e a auscultar a si mesma, a contemplar o próprio umbigo, mas a ver-se na perspectiva da palavra que ouve.

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