19 de Fevereiro de 2012
Em Cristo, o céu está aberto para nós
Texto Base: Mt 17.1-9
Salmo do Dia: Salmo 2.6-12Antigo Testamento: Êxodo 24.8-18
Epístola 2º Pedro 1.16-21
Evangelho do Dia Mateus 17.1-9
1. Introdução:
Testemunhas são importantes em muitos casos. Quando homem e mulher se casam, precisa de testemunhas. No Batismo, as testemunhas também são requeridas. Quando acontece um acidente no trânsito ou um crime, as testemunhas podem ser peças-chave para se chegar à conclusão dos casos.
2. Desenvolvimento:
2.1. Ver Jesus e sua glória
a) No texto do evangelho de hoje, Jesus chamou três dos seus discípulos para serem testemunhas de algo importante. A crucificação de Jesus estava se aproximando e os três discípulos seriam preparados para este acontecimento, pois seriam testemunhas de Jesus.
O que aconteceu naquele monte não foi uma visão sobrenatural, mas de fato eles viram Jesus mudar de aparência, ser transfigurado. Suas vestes ficaram brancas, mais do que qualquer alvejante poderia deixar e o rosto de Jesus ficou brilhante como o sol. Jesus não estava recebendo luz e brilho, mas isso tudo era dEle próprio, sinais da sua santidade.
Assim como no texto do Antigo Testamento, a nuvem aparece aqui como sinal da presença de Deus. A voz que veio da nuvem, afirmou: “Este é meu filho querido, que me dá muita alegria. Ouçam o que Ele diz.” (v.5)
b) As testemunhas foram importantes nessa ocasião, não somente os três discípulos, mas a presença de Moisés e Elias que serviu para testemunhar que o Antigo Testamento apontava para esse Jesus que estava ali: Ele é o Salvador prometido.
Moisés era o representante da Lei, pois foi com ele que Deus conversou no meio da nuvem, no monte Sinai, para dar as duas tábuas contendo os Dez Mandamentos. Elias é representante dos profetas, cujas mensagens apontavam para a promessa da salvação.
Isso quer dizer que Cristo é o centro de toda a pregação desde os tempos antigos. Deus quis mostrar que a Lei e os Profetas estavam apontando para o mesmo Jesus, o salvador da humanidade. Por isso, Deus afirmou: “Este é meu Filho querido, que me dá muita alegria. Escutem o que Ele diz.” (Mt 17)
Pedro, Tiago e João não sabiam direito o porquê dessa visão, mas depois da ressurreição de Jesus, tudo seria compreendido.
c) A visão e o sentimento antecipado de se estar no céu, na presença de Jesus, Moisés e Elias eram tão bons que Pedro disse: Como é bom estarmos aqui, Senhor! Se o senhor quiser, eu armarei três barracas neste lugar: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. (Mt 17.4) Os discípulos foram testemunhas e o desejo era de morar ali mesmo.
2.2. Ouvir Jesus na Palavra
a) Amados, Deus faz uso dos nossos sentidos para mostrar o seu plano salvador. Os discípulos viram, conversaram com Jesus e ouviram a voz de Deus: “Escutem o que Ele diz.” (v.4b) Vale ressaltar a importância de colocarmos nossos sentidos em submissão a Deus.
Nossos olhos precisam ver Deus. Nossos ouvidos precisam escutar o que Ele diz. Nossa boca precisa falar a respeito. Mas, onde podemos ver a Deus senão nos Sacramentos? Nossos olhos precisam focar além dos olhos físicos, precisam aprofundar para os olhos espirituais, os olhos da fé para que de fato, possamos ver e compreender como Deus age no Batismo e na Santa Ceia.
Onde escutar Jesus senão na Palavra? Temos Palavra nos cultos, nos estudos em grupos, cursos e nas devoções em casa.
Meus irmãos e irmãs, em Cristo o céu é aberto para nós. Não podemos deixar de ver, de escutar e de falar do que temos visto e ouvido, pois somos testemunhas disso.
b) Nessa ocasião em que Jesus foi transfigurado, vemos que Deus foca Cristo como o centro da fé e da salvação, a imagem da santidade divina. Este é meu Filho querido!
O ser humano busca meios próprios de estar em paz com Deus. Fazemos coisas para tentar agradar a Deus, como Pedro: Como é bom estarmos aqui, Senhor! Se o senhor quiser, eu armarei três barracas neste lugar: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias. (Mt 17.4) Tentamos buscar a aprovação de Deus pela nossa aparente bondade e obediência aos mandamentos.
A presença de Moisés naquele momento em que Jesus foi transfigurado, prova que a Lei de Deus aponta para a solução em Cristo, não na bondade humana ou no cumprimento da Lei. Tanto que Deus interrompeu a fala de Pedro para dizer: “Este é meu Filho querido, que me dá muita alegria. Escutem o que Ele diz.” (Mt 17)
Existe o perigo de acreditarmos em profecias e ensinamentos que não estão de acordo com a vontade de Deus. Orientam ações aparentemente alegres e descentes, mas que conduzem direto ao inferno. Deus quer manter nossos olhos e ouvidos espirituais atentos.
Vejam que, após terem ouvido Deus dizer: “Este é meu Filho querido, que me dá muita alegria. Escutem o que Ele diz.” Os discípulos ficaram com tanto medo, que se ajoelharam e encostaram o rosto no chão. Jesus veio, tocou neles e disse: — Levantem-se e não tenham medo! Então eles olharam em volta e não viram ninguém, a não ser Jesus. (v.6-8)
Diante da nossa cegueira espiritual e fraqueza, só Jesus permanece porque Ele é o centro, o foco, o próprio Salvador. Jesus permanece porque Ele vem ao encontro do pecador caído e com medo, para tocar com seu perdão e dizer: Levante-se e não tenha medo!
c) Em Cristo, o céu permanece aberto para nós e temos acesso ao seu perdão. O céu fechado é a maior desgraça, pois a pessoa fica sozinha, à mercê de satanás que como um leão que ruge, procura alguém para devorar. (1Pe 5.8) Mas o Bom Pastor Jesus mantém o céu aberto para que Deus olhe para nós e diga: Tu és o meu filho querido! Tu és a minha filha querida!
3. Conclusão:
Servir Jesus no Reino
É importante lembrar que acima de toda e qualquer testemunha está a Palavra de Deus. Ela é, por assim dizer, a testemunha das testemunhas, pois nela está escrito a vontade de Deus, cujo centro é Cristo. “Este é meu Filho querido, que me dá muita alegria. Escutem o que Ele diz.” (v.5) O mesmo apóstolo Pedro disse na epístola de hoje: Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem. (2Pe 1.19)
Como é bom estarmos aqui, Senhor! – podemos acompanhar essas palavras de Pedro. No Batismo, na Palavra e na Santa Ceia, estamos próximos a Jesus e do seu perdão. Na Igreja, nos cultos, temos a oportunidade de estar, antecipadamente no céu, na presença do nosso Salvador Jesus.
Não precisamos subir um monte para estar mais perto de Deus. Jesus subiu o monte chamado Calvário para lá ser crucificado e morto em nosso lugar, a fim de que fôssemos feitos filhos de Deus, mediante a fé nEle. Importa que inclinemos nossos olhos um pouquinho para observar que na cruz, Jesus abriu o céu para nós. Por isso, Deus afirmou: “Este é meu filho querido, que me dá muita alegria.” (v.5) A alegria de Deus é porque Jesus garantiu a nossa salvação.
Mas é importante que desçamos o monte com Jesus para testemunhar nossa fé. É bom estarmos na presença de Jesus, melhor é agir em nome de Jesus, para que o céu aberto seja visto pelas pessoas. Para que reconheçam Cristo como Salvador e ouçam o que Ele diz na Palavra. E assim, outros poderão juntar-se conosco no exército de testemunhas que proclamam o céu aberto por meio de Jesus.
Assim, permaneceremos em Cristo e ouviremos constantemente a afirmação de Deus: “Este é meu filho querido, que me dá muita alegria.” Alegria pelo perdão e a salvação testemunhados por nós. Amém.
Rev. Jacson Junior Ollmann — Florianópolis-SC, pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil.
muito bom sua exposição sobre esse tema, em muito me esclaeceu algumas dificuldades que tinha principalmente sobre a questão da visão de Pedro. com certeza me servira como orientação em minhas homilias
ResponderExcluir