Mt 25.31-46
Último Domingo do Ano Eclesiástico
Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Último Domingo do Ano da Igreja. É também fim de ano. Nesta época começamos a refletir sobre coisas passadas em nossa vida. É hora de olhar para trás e também para frente...
Vocês já perceberam como os dias passaram rápido?
Já faz quase um ano que voltamos para Nova Venécia. Daqui 3 semanas faz 10 anos da minha formatura no seminário. E nesse período o Senhor nos conduziu por muitos lugares. Assim ele conduz a vida de cada um, mesmo daqueles que não creem nele.
E a vida de vocês? Quanta coisa mudou?
Situações de fim e novo começo nos lembram que também este mundo terá seu fim e, para os de Cristo, começará a vida eterna em sua plenitude. Novo céu e nova terra...
Diz Jesus: “Todos os povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras.” (Mt 25.32) Todos serão levados à presença do juiz na hora do julgamento como fala Ap 20.12: “Vi também os mortos, tanto os importantes como os humildes, que estavam de pé diante do trono... o mar entregou os mortos que estavam nele. A morte e o mundo dos mortos também entregaram os que eles tinham em seu poder. E todos foram julgados de acordo com o que cada um tinha feito.”
Todos comparecerão à presença de Deus para serem julgados. O Destino final só tem dois nomes: Céu ou Inferno. E você para onde irá?
Pro inferno? Ou pro céu?
Os que vão para o inferno são aqueles que dizem ter fé, mas que realmente não têm. São aqueles que vão ouvir: “...eu estava com fome, e vocês não me deram comida; estava com sede, e não me deram água. Era estrangeiro, e não me receberam na sua casa; estava sem roupa, e não me vestiram. Estava doente e na cadeia, e vocês não cuidaram de mim.” (Mt 25.42-43). E nessa hora não adiante se justificar:
— Eu não testemunhei porque não sabia falar...
— Eu não ofertei porque não podia...
— Eu não ajudei o próximo porque eles também podiam trabalhar para ganhar...
Nenhuma desculpa vai adiantar, porque o Senhor conhece a nossa realidade. Ele conhece o que se passa em nosso coração.
Aqueles que vão para o inferno são os que tiveram boa intenção, boas ideias, mas nunca fizeram nada. Como diz Tg 2.15-17: “Por exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. Se vocês não lhes dão o que eles precisam para viver, não adianta nada dizer: “Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem.” Portanto a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta.” E como diz um ditado muito conhecido: De boas intenções o inferno está cheio.
Deus Filho morreu por nós para nos dar o céu, mas para onde nós iremos? Para o inferno? Para ir ao inferno é muito fácil, mas sair de lá é impossível.
Para ir ao inferno é só fazer o que Ap 21.8 diz: “os covardes, os traidores, os que cometem pecados nojentos, os assassinos, os imorais, os que praticam a feitiçaria, os que adoram ídolos e todos os mentirosos, o lugar dessas pessoas é o lago onde queima o fogo e o enxofre, que é a segunda morte.” Façam isso e vocês irão para o inferno e nunca mais sairão de lá.
Ninguém, em sã consciência quer ser condenado eternamente...
Existe um meio de evitar o inferno: é viver de acordo com a fé em Jesus.
Queridos irmãos! Jesus Cristo morreu por nós. Ele nos deu a sua vida para que nós tenhamos vida eterna. Ele curou pessoas, fez milagres e ressuscitou pessoas, provando que é o Filho de Deus. Será que isso não vale nada? Será que nós vamos continuar fazendo o contrário da Palavra de Deus e vivendo de acordo com o que o mundo quer?
Deus quer nos dar o céu. Mas para onde iremos? Para o inferno ou para o céu?
Deus não nos quer no inferno, ele nos quer no céu. Mas simplesmente dizer que tem fé não é realmente tê-la. Jesus dá o exemplo prático de quem vai entrar no céu. No versículo 34 do nosso texto Jesus diz “Venham...”. Jesus vai chamar para perto dele aqueles que tiveram fé e que viveram de acordo com sua fé.
Assim, recebendo o prêmio da vida eterna, os santos não vão se gabar por aquilo que fizeram. Mas Jesus dirá: “...eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeira, e foram me visitar”. (Mt 25.35-36)
Ninguém merece ser salvo. A salvação é por graça de Deus, pela fé e por meio de Jesus Cristo. Nós não podemos fazer nada para nos salvar, mas Deus oferece a fé por meio da sua Palavra, do Batismo e da Santa Ceia. Deus perdoa os pecados a todos que se arrependem. E o Espírito Santo nos ajuda a produzir os frutos que Deus espera. Estes frutos se resumem em amor ao próximo e amor a Deus.
A fé sem obras é coisa morta. Não vale nada. Mas a fé que trabalha é a fé verdadeira. Quem é cristão servirá a Deus e ao seu próximo. Nós seremos julgados por Deus. E no dia do julgamento Deus dirá se nossa fé era uma fé viva ou morta. Pois apenas aqueles que têm uma fé viva têm o seu nome inscrito no Livro da Vida.
João nos revela o que acontecerá no dia do Juízo: “...foi aberto ... o Livro da Vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que cada um havia feito, conforme estava escrito nos livros. Aí o mar entregou os mortos que estavam nele. A morte e o mundo dos mortos também entregaram os que eles tinham em seu poder. E todos foram julgados de acordo com o que cada um tinha feito. ... Quem não tinha o seu nome escrito no Livro da Vida foi jogado no lago de fogo.” (Ap 11.12-15)
Você para onde irá?
Por inferno ou pro céu?
Quero contar pra vocês a história de Ruth, mas podia ser a história de cada um de nós. Ouçam.
Ruth olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta. Pegou-a e olhou-a antes de abri-la. Mas logo parou para observar com mais atenção. Não havia selo, nem marcas do correio, somente seu nome e endereço. Ela decidiu ler a carta:
“Querida Ruth. Estarei próximo de sua casa, no sábado à tarde, e passarei para visitá-la. Com amor, Jesus.”
Ela tremia muito quando colocou a carta sobre a mesa e se perguntou “Porque o Senhor vai querer me visitar? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer a ele...” — pensou.
Preocupada, Ruth lembrou que não tinha nada em sua cozinha. “Ai, não! Não tenho nada para oferecer a Jesus. Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar.”
Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa: R$ 6,00. “Bem, vou comprar pão e alguma outra coisa, pelo menos.” Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair...
Um pão francês, um pouco de mortadela e uma caixa de leite... E Ruth ficou somente com R$ 0,20 que deveriam durar até a segunda-feira. Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde compra debaixo de um dos braços.
— Olá, senhora, pode nos ajudar?
Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor. Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos.
— Olhe, senhora, não tenho emprego. Minha mulher e eu temos vivido na rua. Está fazendo frio e estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos muito agradecidos...
Ruth olhou para eles com mais cuidado. Estavam sujos e tinham mau cheiro e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam conseguir algum emprego se realmente quisessem.
— Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre. Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede importante para esta noite e planejava servir isso a Ele.
— Sim, senhora, eu entendo... De qualquer maneira, obrigado — respondeu o homem.
O pobre homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher, e os dois se dirigiram para a saída. Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração.
— Senhor, espere!
O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua.
— Olhem, querem aceitar este lanche? Conseguirei algo para servir ao meu convidado — dizia Ruth, enquanto estendia a mão, com o pacote do lanche.
— Obrigado, senhora, muito obrigado.
— Obrigada, disse a mulher. Foi aí que Ruth pôde perceber que a mulher tremia de frio.
— Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este — ofereceu Ruth.
Ela desabotoou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da mulher. Sorrindo, voltou a caminho de casa... Sem casaco e sem nada para servir a seu convidado.
— Obrigado, senhora, muito obrigado — despediu-se, agradecido, o casal.
Ruth estava tremendo de frio quando chegou à porta de casa. Agora não tinha nada para oferecer ao Senhor. Procurou a chave rapidamente na bolsa, enquanto notava outra carta na caixa de correio.
“Que estranho, o carteiro nunca vem duas vezes em um dia” — pensou.
Ela então apanhou a carta e abriu-a:
“Querida Ruth. Foi bom vê-la novamente. Obrigado pelo delicioso lanche e pelo esplêndido casaco. Com amor, Jesus.”
O ar estava frio, porém, ainda sem se agasalhar, Ruth nem percebeu. Porque seu coração estava aquecido com a presença do Senhor...
É mais ou menos uma situação destas que Jesus descreve no texto do Evangelho de Mateus. Cada pessoa que ajudamos é como se ajudássemos o próprio Jesus Cristo.
Por isso, vamos olhar com mais amor os nossos irmãos na fé. Vamos olhar para as necessidades dos nossos irmãos. Deus quer tornar nossa fé cada vez mais forte e viva.
O Deus vivo e verdadeiro quer nos levar a todos para sua mansão celestial onde Jesus nos dirá: “Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo.” (Mt 25.34). E assim, caminhando alegres vamos para o céu.
Amém.
E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Amém. (Fp 4.7)
Pastor Jarbas Hoffimann – Nova Venécia-ES
Congregação Castelo Forte30
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