Há
muitos seriados que tratam do tema da morte. Um deles, mais recente é “Resurrection” . Pra quem nunca
assistiu, as pessoas (mortas há muito tempo) começam a reaparecer, até com a
mesma roupa que morreram. Na verdade, não são ressurreições como imaginamos,
mas elas reaparecem.
Antes
já havia outras séries que tratavam do tema da morte, como “Lost”, que, quando se chegou ao final (aviso de “spoiler”), descobriu-se que todos
estavam mortos desde a queda do avião e que, segundo a filosofia da série,
enquanto todos não aceitassem a morte, ninguém poderia seguir à diante. E o Jack é o último que aceita a morte.
Fora
isso, que sucesso fazem os CSI! São
mais de 15 anos de cadáveres e assassinos em série recheando a tela de todos os
canais. A morte é um assunto que dá ibope.
Jornais falam de mortes e acidentes, pessoas falam de mortes e acidentes. Há
pessoas que, ao saberem de um acidente, saem do conforto da sua casa, para ir
ver os corpos dilacerados. Outros, sem bom-senso, postam em redes sociais,
ignorando o respeito á família enlutada e à pessoa falecida. Aliás, isso é
crime. É vilipêndio (previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro, lei nº
2.848 de 07 de Dezembro de 1940). Claro que é preciso de uma interpretação
específica, mas corre-se o risco de ir preso ou ser multado.
E
se alguém ressuscitasse agora? Bem! Certamente haveriam problemas jurídicos,
uma vez que os bens já seriam de posse dos herdeiros, por exemplo. Seria
preciso “provar” que está vivo para, na justiça, reaver os direitos.
Mas
por que se teme tanto à morte. Tem gente que nem fala da morte, porque diz que
“atrai”. Olha, o que atrai a morte é se colocar em situação de risco... Afinal,
“para morrer, basta estar vivo”.
Para
os cristãos, a morte também é uma realidade. Mas lidamos com ela de uma forma
diferente: “Onde está, ó morte, a sua
vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” (1º Coríntios 15.55).
É
claro que sentimos dor. Sofremos. Choramos. Mas não choramos porque aquela
pessoa desapareceu para sempre. Choramos porque se chora em despedidas. Ainda
mais quando vai demorar um pouco para nos vermos novamente. Mas choramos na
certeza do reencontro. Afinal, todo aquele que morre crendo em Jesus Cristo,
cremos, parte para a vida eterna. E se nós estivermos na mesma fé, um dia nos
reencontraremos.
Finados
passou. E é um dia que muitos vão honrar seus mortos. Isso é bom. É bom
reconhecer aquelas pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui. Mas é preciso
reconhecer que, como disse Fernando Pessoa: “o homem é um cadáver adiado”. E
uma hora dessas, todos vamos.
Lembro
também de uma cerimônia fúnebre que assisti. Um padre a ministrou e, ali, junto
ao caixão, ele disse: “agora é hora de deixar todas as mágoas. Se você ainda
tem algo a pedir desculpas ao falecido, peça a Deus e receba dele o perdão. Não
guarde mágoas, guarde boas lembranças.” E, assim, até finados é uma data boa: de
uma saudade que aperta o peito, mas conforta na certeza de que aquele túmulo
ficará vazio novamente.
Jarbas Hoffimann
é formado em Teologia
e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
em Nova Venécia.www.facebook.com/pastorjarbas
é formado em Teologia
e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
em Nova Venécia.www.facebook.com/pastorjarbas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente... Compartilhe...