sábado, 7 de novembro de 2015

Morreu. Mas vai ressuscitar.

Há muitos seriados que tratam do tema da morte. Um deles, mais recente é “Resurrection” . Pra quem nunca assistiu, as pessoas (mortas há muito tempo) começam a reaparecer, até com a mesma roupa que morreram. Na verdade, não são ressurreições como imaginamos, mas elas reaparecem.
Antes já havia outras séries que tratavam do tema da morte, como “Lost”, que, quando se chegou ao final (aviso de “spoiler”), descobriu-se que todos estavam mortos desde a queda do avião e que, segundo a filosofia da série, enquanto todos não aceitassem a morte, ninguém poderia seguir à diante. E o Jack é o último que aceita a morte.
Fora isso, que sucesso fazem os CSI! São mais de 15 anos de cadáveres e assassinos em série recheando a tela de todos os canais. A morte é um assunto que dá ibope. Jornais falam de mortes e acidentes, pessoas falam de mortes e acidentes. Há pessoas que, ao saberem de um acidente, saem do conforto da sua casa, para ir ver os corpos dilacerados. Outros, sem bom-senso, postam em redes sociais, ignorando o respeito á família enlutada e à pessoa falecida. Aliás, isso é crime. É vilipêndio (previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro, lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940). Claro que é preciso de uma interpretação específica, mas corre-se o risco de ir preso ou ser multado.
E se alguém ressuscitasse agora? Bem! Certamente haveriam problemas jurídicos, uma vez que os bens já seriam de posse dos herdeiros, por exemplo. Seria preciso “provar” que está vivo para, na justiça, reaver os direitos.
Mas por que se teme tanto à morte. Tem gente que nem fala da morte, porque diz que “atrai”. Olha, o que atrai a morte é se colocar em situação de risco... Afinal, “para morrer, basta estar vivo”.
Para os cristãos, a morte também é uma realidade. Mas lidamos com ela de uma forma diferente: “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” (1º Coríntios 15.55).
É claro que sentimos dor. Sofremos. Choramos. Mas não choramos porque aquela pessoa desapareceu para sempre. Choramos porque se chora em despedidas. Ainda mais quando vai demorar um pouco para nos vermos novamente. Mas choramos na certeza do reencontro. Afinal, todo aquele que morre crendo em Jesus Cristo, cremos, parte para a vida eterna. E se nós estivermos na mesma fé, um dia nos reencontraremos.
Finados passou. E é um dia que muitos vão honrar seus mortos. Isso é bom. É bom reconhecer aquelas pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui. Mas é preciso reconhecer que, como disse Fernando Pessoa: “o homem é um cadáver adiado”. E uma hora dessas, todos vamos.

Lembro também de uma cerimônia fúnebre que assisti. Um padre a ministrou e, ali, junto ao caixão, ele disse: “agora é hora de deixar todas as mágoas. Se você ainda tem algo a pedir desculpas ao falecido, peça a Deus e receba dele o perdão. Não guarde mágoas, guarde boas lembranças.” E, assim, até finados é uma data boa: de uma saudade que aperta o peito, mas conforta na certeza de que aquele túmulo ficará vazio novamente.

Jarbas Hoffimann
  
é formado em Teologia
 e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
 em Nova Venécia.
www.facebook.com/pastorjarbas

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