“Vocês têm ódio daqueles que defendem a justiça e detestam as testemunhas que falam a verdade; vocês exploram os pobres e cobram impostos injustos das suas colheitas. Por isso, vocês não vão viver nas casas luxuosas que construíram, nem chegarão a beber o vinho das belas parreiras que plantaram. Eu sei das muitas maldades e dos graves pecados que vocês cometem. Vocês maltratam as pessoas honestas, aceitam dinheiro para torcer a justiça e não respeitam os direitos dos pobres. Não admira que num tempo mau como este as pessoas que têm juízo fiquem de boca fechada!”
Este
texto não é de um jornal qualquer da semana passada, ou de vinte anos atrás.
Ele está registrado no livro do profeta Amós, no capítulo 5, versículos 10 a 13
da Bíblia Sagrada. Por isso, antes de prosseguir, é preciso que saibamos um
pouco mais desse tal Amós: ele viveu cerca de 2.800 anos atrás e foi um dos
grandes profetas do povo de Israel. Definia a si mesmo como um homem simples. Hoje
diríamos: um homem do povo, trabalhava na roça.
Mas ele
precisou sair da roça e falar para seu povo. Não só aos líderes, mas todos. A
corrupção havia tomado conta e até mesmo as pessoas boas, preferiam ficar
caladas, pois não havia ninguém que as defendia. Os responsáveis pelo direito
do povo cometiam injustiças e já não se tinha mais a quem recorrer. Todo o sistema
estava corrupto. Imagino a sensação de impunidade...
Outro dia
ouvi um especialista em polícia e justiça dizendo: “o que faz o crime prosperar
não são as leis falhas, pois temos boas leis. Eles fazem o que fazem, porque
têm certeza da impunidade para quem pode pagar o preço da corrupção”.
Algo
muito parecido com o que acontecia com Amós, parece acontecer hoje no Brasil.
Mas o que fazer? Adianta um lado gritar contra o outro? Aliás, em questões
políticas, parece que hoje só temos dois lados e cada um se acha certo,
enquanto o outro estaria errado. Mas parece que quanto à corrupção, há apenas
um lado e pessoas “dos dois lados” parecem estar de lama até os pescoços.
Triste. O que fazer?
Amós vê
uma luz no fim do túnel: “eu construirei
de novo o reino de Davi, que é como uma casa que caiu.” (Amós 9.11). Todos
os profetas do Antigo Testamento apontavam para o Cristo que viria. Reino de
Davi era o símbolo do reinado de Jesus. Não político, econômico, terreno,
religioso ou qualquer coisa do tipo, pois ele mesmo disse: “o meu reino não é deste mundo” (João 18.36). Quem tenta envolver o
Salvador em discussões políticas, querendo construir um sistema de governo
baseado em seus ensinamentos, está, no mínimo, equivocado. Jesus não era
comunista, presidencialista, parlamentarista, monarquista... Ele era Jesus e o
reino dele transcende o terreno.
Por causa
desse reino futuro, que ainda aguardemos em plenitude, vamos também ver a luz
no fim do túnel. Precisamos ser cidadãos mais conscientes de nossas realidades
quanto à seca, à limpeza pública, à eleição de candidatos melhores...
Precisamos deixar de lado os favores em troca de votos. Só assim, melhoraremos
este mundo, enquanto aguardamos a chegada daquele futuro reino. O mundo aqui
nunca será perfeito. Perfeição só no reino de Cristo. Mas como bons cidadãos
podemos melhorar, e muito este reino onde vivemos hoje. Então, mãos à obra.
Jarbas Hoffimann
é formado em Teologia
e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
em Nova Venécia.
(http://www.facebook.com/pastorjarbas)
e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
em Nova Venécia.
(http://www.facebook.com/pastorjarbas)
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