Nova
Venécia “começou” assim, segundo informação oficial do IBGE: “O território do atual Município de Nova
Venécia foi habitado pelos índios Aimorés, que, fugindo dos combates com as
forças portuguesas, nas proximidades da foz do rio Cricaré, procuraram refúgio
nas serras situadas nas cabeceiras daquele rio. A primeira penetração no
território efetuou-se em 1870, pelo Major Antônio Rodrigues da Cunha, Barão de
Aimorés, quando, em Cachoeira do Cravo, no rio Cricaré, foi tentado a explorar
uma serra que dali se avistava. ... Tangidos pela seca de 1880, vários grupos
cearenses reuniram-se aos primeiros colonizadores e, em 1890, chegaram os
imigrantes italianos para o vale do rio São Mateus. Em 1893, serra dos Aimorés
foi elevada à sede de distrito do município de São Mateus. No ano seguinte, a
sede do distrito foi transferida para a Vila Aimoreslândia, que, mais tarde,
passou a ser conhecida por Nova Venécia... Elevado à categoria de município com
a denominação de Nova Venécia, pela lei estadual nº 767, de 11/12/1953,
desmembrado de São Mateus. ... Constituído de 4 distritos: Nova Venécia,
Córrego Grande, Guararema e Rio Preto. Instalado em 26/01/1954...”
Neste
breve registro consta que uma das causas de Nova Venécia existir é a seca. Não
aqui, mas no nordeste, trazendo aqueles cidadãos para fazerem parte de nossa
plural história. Pois é, Nova Venécia é um pouco cearense, mas a gente nem se
dá conta disso... Enfim, isso fique para os historiadores.
A
Seca: no último dia 15 de outubro, o município decretou situação de emergência
por causa da estiagem. Na crise, as pessoas costumam procurar culpados.
É
preciso economizar. Deus nos ordenou cuidar de sua criação. Mas nesse momento,
muitos também começam a se perguntar, o que fizemos para Deus mandar esse
castigo? Outros dizem que é a natureza “se vingando”, como se a natureza fosse
um ente com pensamentos e decisões próprias, assim como aquelas árvores da
Trilogia “O Senhor dos Anéis”...
Está
escrito em 1º Reis capítulo 17, versículo 1: “Um profeta chamado Elias, de Tisbé, na região de Gileade, disse ao rei
Acabe: Em nome do Senhor, o Deus vivo de Israel, de quem sou servo, digo ao
senhor que não vai cair orvalho nem chuva durante os próximos anos, até que eu
diga para cair orvalho e chuva de novo.” Aqui, claramente, a seca é uma
ordem de Deus. E não choveu. Deus queria ensinar uma lição àquele povo rebelde.
Como não temos atualmente (desde Jesus Cristo não vieram mais) profetas que
falam diretamente da parte de Deus, podemos cogitar, a partir do que entendemos
da Palavra.
Deus
nem sempre quer simplesmente castigar, muitas vezes quer ensinar: a confiar
nele, mesmo em momentos de crise hídrica. Que pode vir pela seca, ou pelo
excesso de chuvas nas vésperas do Natal, como ocorrido em 2013. A natureza não
se vinga, mas colhemos os frutos de nossa irresponsabilidade. Então é preciso
cuidar sempre mais.
Quem
sabe esta seca nos sirva pelo menos para olharmos com mais cuidado para um bem
que é necessário a todos: a água. Usemos com cuidado, repartamos com amor e nos
humilhemos debaixo daquele que pode fazer brotar água da rocha no meio do
deserto.
Deus
sempre faz a parte dele e logo vai chover novamente. Quando chover, continue
cuidando da natureza.
Jarbas Hoffimann
é formado em Teologia
e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
em Nova Venécia. (www.facebook.com/pastorjarbas)
é formado em Teologia
e pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil,
em Nova Venécia. (www.facebook.com/pastorjarbas)
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