O texto de Mateus descreve um acontecimento sem precedentes e que
jamais se repetiu.
Aparecem
juntos Moisés e Elias, que já estavam com Deus na vida eterna, mas
descem para falar com Jesus.
Sempre
que leio este texto, uma atitude se destaca.
A
atitude de Pedro, no versículo 4: “Então Pedro disse a Jesus:
Como é bom estarmos aqui, Senhor! Se o senhor quiser, eu armarei
três barracas neste lugar: uma para o senhor, outra para Moisés e
outra para Elias.”
Estava
acontecendo algo fantástico.
Estavam
ali, na frente dos apóstolos, os três grandes profetas bíblicos:
Moisés (que livrou o povo da escrevidão), Elias (que livrou o povo
da idolatria) e o próprio Cristo, que além de profeta era também o
Salvador.
Então
parece que o mundo, com seus problemas, tinha desaparecido.
Não
importava mais.
Ali
não havia preocupações com as perseguições, com os judeus que
queriam prender Jesus.
Ali
era o céu na terra, como a gente diz.
E
quando é que a gente diz que o céu está na terra?
Quando
as coisas são tão boas que não há o que possa explicar.
É
uma sensação até difícil de descrever.
Talvez
algo que traduza esta sensação seja pegar um filho nos braços pela
primeira vez.
Vi
uma reportagem esta semana em que uma grávida descobriu que tinha
contraído zika vírus…
Ela
relatou o terror que sentiu. O medo de perder seu bebezinho. O medo
de ele nascer com algum problema de saúde ou outro sintoma físico…
Ela,
com muito medo, foi fazendo os exames, constatando que tudo estava
bem com seu bebê. E ela disse que já está bem aliviada.
Mas
eu tenho certeza que no momento que ela pegar seu filho no colo, a
sensação dela será a de ter o céu na terra…
Pedro
estava ali. Fascinado. Maravilhado. E não é pra menos.
Acredito
que nós ficaremos assim quando Jesus aparecer descendo nas nuvens.
Não haverá palavras para descrever a felicidade de ver as promessas
de Deus cumpridas.
E
Pedro ouve o próprio Deus afirmando que Jesus era o Messias...
Os
apóstolos querem ficar ali, mas não podem. Ainda não. Ainda havia
muito a ser feito.
Por
isso Jesus diz: “Levantem-se e não tenham medo!”
Era
hora de descer. Era hora de voltar para o mundo, onde certamente
encontrariam dificuldades. Mas Jesus vai junto. Ele não os manda
sozinhos. Ele vai junto.
Este
texto nos lembra que na presença de Deus sempre estaremos seguros.
Sempre acontecerão coisas fantásticas. Aprenderemos mais da sua
palavra para nossa orientação e conforto.
Mas
este texto também nos dá uma tarefa: descer da montanha.
É
legal estarmos em nossos cultos, retiros, congressos.
Temos
boa companhia de cristãos que têm a mesma fé que nós. Cantamos,
nos divertimos, nos emocionamos. Aprendemos mais sobre o amor de Deus
por nós.
Mas
ainda é preciso descer.
Precisamos
voltar para o mundo. Para nossa vida cotidiana.
Porque
é no mundo que vamos desenvolver a tarefa que foi dada por Jesus:
“levar a sua Palavra para salvar as pessoas”.
No
mundo teremos perseguições.
No
mundo teremos dias difíceis e alguns deles muito difíceis.
No
mundo haverá pessoas que não querem saber de nós, nem do amor de
Deus.
Mas
Jesus, como esteve junto com os apóstolos, continua junto conosco. O
Espírito Santo nos auxilia sempre que precisamos de palavras para
falar do amor de Deus.
Temos
o batismo e a Santa Ceia para nos ajudar a estarmos sempre preparados
para enfrentar o mundo.
Estar
no alto do monte é muito legal e um dia estaremos lá para sempre.
Junto de Deus e de todos que já estão lá. Porque todos que creem
em Jesus, estarão lá.
Mas
hoje ainda estamos no mundo.
Enquanto
estamos no mundo podemos falar de Jesus para todos.
E
falamos mais com as nossas ações do que com as nossas palavras. As
pessoas veem o que fazemos. Veem nosso exemplo.
Nossos
filhos veem nossa vida e imitam. Por isso, é preciso sempre, de
novo, subir o monte, ou seja, voltar à Palavra de Deus, à Igreja,
aos grupos de estudo bíblico.
E
ali, fascinados pela presença de Deus, somos preparados para descer
o monte e testemunhar com palavras e ações. Testemunhando que todos
que creem e vivem para Jesus terão a vida eterna.
E
aí, subiremos de uma vez por todas, para o banquete da vida eterna.
Amém.
Mt 17.1-9
Transfiguração de Jesus
Nova Venécia, Castelo Forte, 20160206-1900
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