segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Felicidade

Semana passada aconteceu em São Paulo a I Conferência Nacional sobre Felicidade Interna Bruta – FIB. Vários especialistas do mundo e ONGs brasileiras debateram neste encontro sobre o que faz alguém ser feliz. Segundo a antropóloga norte-americana Susan Andrews que palestrou no encontro, pessoas felizes têm sistemas imunológicos mais fortes, vivem mais tempo, têm melhor desempenho no trabalho, são mais capazes de lidar com situações difíceis, têm melhores casamentos, se saem melhor nas entrevistas de emprego, têm maior capacidade de liderança, são mais sociáveis e despertam mais empatia nas outras pessoas. Apesar do dinheiro não tornar as pessoas mais felizes, ela explica que o conceito de felicidade não implica em negar o progresso material, mas ter uma vida equilibrada entre as coisas materiais com amorosos relacionamentos e paz interior.
A psicóloga Carla Lauffer, na palestra que assisti “Felicidade Autêntica” (baseada no livro do mesmo nome de Martin Seligman), explica que “ser feliz” tem grande relação com a maneira de se enfrentar os problemas. “Os pessimistas têm um modo pernicioso de explicar seus reveses e frustrações, enquanto os otimistas têm uma força que lhes permite interpretar os reveses como resultantes de circunstâncias temporárias”. Entendo que neste mundo onde todos indistintamente passam por situações ruins, o segredo da felicidade está na “esperança”. E aqui entra o meu campo, a religião. Porque segundo pesquisas sobre os efeitos psicológicos da fé, as pessoas religiosas são fisicamente mais saudáveis e vivem mais tempo. Isto quer dizer que pessoas religiosas são mais felizes, e se são mais felizes é porque têm esperança. No entanto, creio que dependendo da religião a pessoa pode ser extremamente infeliz.
A Bíblia fala bastante sobre a felicidade. Diz que quem confia em Deus é feliz (Provérbios 16.20). Jesus, depois de mencionar as famosas “bem-aventuranças” (ou “a verdadeira felicidade” na Bíblia da linguagem de hoje), lembra:
“Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês” (Mateus 5.12).
Mas será que o cristão deve enxergar tudo na expectativa do céu? E as conquistas aqui neste mundo terreno? Na verdade, não é preciso se desligar das coisas materiais para ser feliz – ter uma vida contemplativa. Como explica a antropóloga, é preciso equilíbrio. Uma harmonia que tem um segredo: confiança em Deus. É nesta direção que Jesus explica, após falar das bem-aventuranças:
“Não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações” (Mateus 6.34).
Se alguém me perguntar: Marcos, tu és feliz? Responderei: Sim, eu sou feliz! Não só pela certeza daquilo que me está reservado lá do outro lado, mas por tantas coisas do lado de cá. Aliás, “contentamento” vem daquilo que disse o apóstolo:
Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação (Filipenses 4.12).
Marcos Schmidt
Pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo-RS
06 de novembro de 2008

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