Após a consulta médica os familiares de João ficaram sabendo que ele estava com uma doença muito grave. A filha foi taxativa ao contar para sua vizinha. Ela disse: "A doença do pai não tem cura. Não há mais nada que possa ser feito!"
Talvez o leitor já tenha ouvido ou dito essa frase em alto e bom tom. No entanto, sempre há o que fazer, talvez pouco que seja "curativo", mas muito na área "paliativa".
O dia 10 de outubro é o dia mundial dos Cuidados Paliativos. Os cuidadores paliativos são as pessoas que cuidam dos doentes sem possibilidades de cura. São aqueles que realizam uma série de ações, mesmo quando alguns dizem que já não há nada que possa ser feito.
Sempre é possível ouvir, tocar, cantar, apoiar, chorar, enfim cuidar de um doente terminal, dando-lhe todo calor humano possível, num momento em que a frieza da morte vem trazer seus calafrios.
O senhor João soube que estava com uma doença terminal, mas pouco a pouco, em meio a dor e as fúrias, compreendeu que de certa forma, tudo nessa vida é paliativo, tudo é passageiro, tudo é rápido, e que todas as nossas vaidades são como correr atrás do vento.
Num mundo onde a única certeza é a morte, Jesus diz: "Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (João 11.28)
Por isso, mesmo quando parece que não há nada mais a ser feito, lembremos que sempre é possível amar, pois mesmo terminando a fé, mesmo acabando a esperança, o amor ainda permanece, pois o amor é eterno (1º Coríntios 13).
Nesta vida onde tudo é paliativo e por vezes sofrido, choremos nos braços do Pai do Céu, permitindo que as lágrimas limpem os olhos da fé, para enxergarmos o que realmente vale a pena.
Que o amor de Deus seja a força de todos os doentes terminais, dos familiares que os acompanham e dos profissionais que os cuidam. Que nossas limitações físicas não limitem nossa solidariedade. Se já não podemos minimizar a dor, lembremos de maximizar o cuidado, na perspectiva de Jesus, que fez o máximo – deu sua vida por nós.
A morte já não tem poder! Ela já não pode fazer nada contra nós. Por isso, em fé, podemos dizer que o "nosso viver é Cristo e o morrer é lucro!" (Filipenses 1.21).
07/10/2009
Comunidade Luterana Cristo Redentor – Pelotas, RS
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