
Para muitos a tragédia da semana foi a ausência desse ou daquele craque na lista de Dunga. Poucos perdem saliva comentando a chacina ocorrida na zona norte da capital paulista. Afinal, para que lamentar e comentar? São pessoas que estavam fora da seleção social.
Em que posição cada um dos seis mortos atuava? Como eram os seus nomes? Eles não apenas deixaram de estar numa seleção de destaque nacional, a verdade é que para eles não havia espaço nem na várzea. No futebol da vida real essa gente não pode nem mesmo ser gandula!
O jeito é olhar para as alturas e reclamar do técnico! “Ó Senhor Deus, por que tudo isso? Por que tamanha violência? Por que essa gente jogada pelo chão em todas as cidades? Por que essa gurizada de rosto sujo e olhos marejados insiste em pedir esmola? Por que deixaste essa gente de fora? Por que não os convocaste?”
Ao ler a história da Ascensão, comemorada na última quinta-feira, verifico que após Jesus ter sumido entre as nuvens, surgem dois anjos dizendo: “Por que vocês estão olhando para os céus? (At 1.11)”. Concluo que também eu devo parar de olhar para as alturas, pois evidentemente a culpa não é do técnico celeste. Preciso olhar para os lados e preciso também olhar para mim mesmo. Afinal, o Senhor Deus concede riquezas naturais e colheitas que matariam a fome no mundo inteiro, mas a ganância contida no coração humano sempre resolve “selecionar” a melhor parte para si mesmo, de forma que muitos ficam sem nada!
Por que os sem-teto estão fora da seleção social? Culpa deles? Em parte sim! Culpa nossa? Também! A verdade é que estamos enredados por pecados e culpas de todos os lados. É por isso que o apóstolo Paulo escreve em Romanos 7.24-25: “Como sou infeliz! Quem me livrará desse corpo que me leva a morte? Que Deus seja louvado, pois ele fará isso por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!”
Por Jesus, que venceu por nós, somos convocados a jogar com raça, para que injustiças sejam vencidas e a vitória seja comemorada por todos!
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