Racismo é um escândalo (escândalo vem do grego e significa “separação”) que diabolicamente (diabo significa “aquele que separa”) traz divisão na própria igreja cristã. Um péssimo exemplo vem dos Estados Unidos onde existem igrejas de brancos e igrejas de negros. E agora o grande desafio para este país da “Ku klux klan” — organização que tem a própria cruz como símbolo para defender a “supremacia da raça branca” — será proteger Barak Obama contra racistas fundamentalistas, os mesmos que mataram Martin Luther King. Mas isto é um mal globalizado, que provoca divisões e injustiças pelo mundo afora nesta Babel de arrogância.
Não podemos e nem queremos mudar a cor da nossa pele, nem a raiz de costumes e culturas. Mas quando estas coisas criam diferenças presunçosas de tratamento com as pessoas, isto ofende o Criador que ama a todos indistintamente, e estraga a grande missão da igreja. A Bíblia diz com todas as letras:
“Meus irmãos, vocês que crêem no nosso Senhor Jesus Cristo, nunca tratem as pessoas de modo diferente por causa da aparência” (Tiago 2.1).O teólogo luterano Gottfried Brakemeier escreve que Deus criou um mundo multiforme, em que cada “peça” tem sua característica inconfundível. Que o propósito de Deus nesta diversidade é a complementação de uns pelos outros e no serviço mútuo, usando cada qual o dom que recebeu. “Discriminação racial equivale a desprezo ao Deus Criador, que moldou a criação assim como a fez, e que por amor a ela deu o seu Filho Unigênito”.
Marcos Schmidt
Pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
20 de novembro de 2008
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