15º Domingo após Pentecostes
Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês! (2Co 13.13).
Sl 1; Dt 30.15-20; Fm 1-21; Lc 14.25-35
A Paz do Senhor esteja com todos vocês. Amém.
Queridos irmãos no Senhor Jesus.
Temos diante de nós o texto de Paulo a Filemom.
Paulo está preso, talvez em Roma ou em Cesareia. E nesse tempo ele conheceu Onésimo.
Onésimo era um escravo de Filemom que, provavelmente tinha fugido do seu senhor. E ao ouvir a mensagem do evangelho, esse escravo fugido começa a crer no Senhor Jesus.
O apóstolo não acha correta a fuga e resolve mandar o escravo de volta. Mas como resolver a situação?
Lembremos que era uma época em que se permitia ter escravos, mesmo que muitos pensassem que era errado.
O apóstolo, com a sabedoria do Senhor, resolve a situação de uma maneira maravilhosa. Ele não entra em critérios das leis do país. Paulo não discute os direitos que as leis daquele tempo, davam para um dono de escravos fugidos. Paulo aplica a maior de todas as leis, a Lei do Amor. E por esta lei, Paulo se sente à vontade para pedir a Filemom: “receba Onésimo de volta como se você estivesse recebendo a mim mesmo.” (v. 17).
Paulo, como irmão na fé, pede que Onésimo, agora não seja mais recebido como escravo, mas que seja recebido como irmão na fé. E assume até mesmo prejuízos que Onésimo possa ter dado a Filemom.
O que este texto tem a ver conosco?
Se falarmos da questão escravo e senhor, tem muito pouco. Mas considerando a situação apresentada, o texto tem muito a nos ensinar sobre o amor ao próximo. Na prática e não na teoria.
1. Amor independente da situação que se está vivendo. Paulo estava preso e, por amor, intercede por Onésimo.
2. Amor independente da situação da outra pessoa. Onésimo era um escravo fugido. E como escravo, desprezado por muitos.
3. Amor independente do que os outros poderiam alegar. Paulo intercede por um escravo fugido, mesmo que a lei estivesse a favor dos castigos que o escravo poderia sofrer.
4. Amor que leva a tentar resolver uma situação difícil. E Paulo faz isso com todo o carinho. Não procura impor nada. Mesmo podendo exigir, como afirma “eu sei que tenho o direito de exigir o que você deve fazer.”
Por amor a Onésimo e Filemom, Paulo espera que os dois irmãos se entendam. E o que une os dois é o mesmo que une a nós como Comunidade Cristã: é o amor a Jesus Cristo e o amor de Deus por nós, como nos lembra o apóstolo: “Peço a Deus que a fé que une você a nós faça com que compreendamos mais profundamente todas as bênçãos que temos recebido na nossa vida, por estarmos unidos com Cristo.”.
Acima dos problemas que possam aparecer, a vida cristã é união permanente do povo de Deus com Cristo Jesus. Esta união com o Salvador também nos une como irmãos numa mesma fé.
É nessa união e nesse amor que o apóstolo Paulo se sente no direito e na obrigação de tentar resolver uma situação ruim entre Onésimo e Filemom.
Queridos irmãos em Cristo.
Em nosso meio também aparecem discórdias. Mas será que elas valem perder um irmão em Cristo?
Em nosso meio também aparecem ideias divergentes, mas será que elas são maiores do que o amor que nos une ao mesmo Salvador e Senhor?
Será que nós vemos no outro um irmão na fé, ou alguém a ser superado e suplantado?
A semente da discórdia é plantada pelo inimigo. Às vezes por uma palavra mal compreendida. Às vezes por uma reação desmedida. Às vezes por ignorar o irmão que passa do nosso lado. E por tantas outras situações que nos machucam tanto.
É muito fácil destruir amizades e destruir aquilo que nos une. Não que Cristo seja fraco, mas é que nós fraquejamos. Nós, em vez de procurarmos resolver as situações, como foi o caso de Paulo, Onésimo e Filemom, procuramos nos livrar da situação difícil, passando de longe. Mas isso não resolve.
Porque onde há ofensa, precisa aparecer o perdão. Onde há rancor, precisa aparecer a suavidade do Senhor, para limpar nosso coração. Não é possível que dois irmãos na fé não se cumprimentem. Porque são irmãos e precisam, em amor, aprender a lidar com as diferenças.
Essa foi a atitude de Paulo, Filemom e Onésimo.
E o texto bíblico de hoje nos ensina que precisamos aprender agir com amor por todos. Sejam eles do nosso círculo de amizades ou sejam conhecidos por causa da igreja.
Paulo podia simplesmente esbravejar sua autoridade pra cima de Filemom, mas ele não o faz. Muito ao contrário o apóstolo é humilde e pede que Filemom leve em consideração o amor mútuo e o amor de Cristo por todas as pessoas.
Paulo age com brandura. Ele não busca mostrar razão, mas apresenta o amor de Jesus.
Que bom se nós sempre pudéssemos agir assim! Que bom se sempre víssemos no outro um alvo de nosso amor! Naquele que está sentado do nosso lado. Naquele que trabalha conosco. Naquele que encontramos na escola.
Quero encerrar esta mensagem com a oração de São Francisco. Um texto escrito também demonstrando muito amor ao próximo.
A oração diz:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.Que possamos ser assim. Amando porque Deus nos amou. Perdoando porque Deus nos perdoou, e na certeza que, mesmo morrendo, viveremos para a vida eterna. Amém.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz;
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus.” (Fp 4.7)
Pastor Jarbas Hoffimann
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