Na cidade de Medina, na Arábia, por exemplo, está o túmulo de Maomé, o fundador do Islamismo. No Kremlim, em Moscou, num caixão de vidro, está o corpo de Lenin, o fundador do comunismo. Em Paris, na França, está o túmulo de Napoleão, o grande general francês que quis conquistar a Europa. Em Wittemberg, na Alemanha, está o túmulo de Lutero, o reformador da igreja. Em Sevilha, na Espanha, está o túmulo de Colombo, o descobridor da América. Em Cairo, no Egito, está o túmulo de Ramsés II, o faraó que escravizou o povo de Israel.
Em algumas desses túmulos é possível ver o corpo da pessoa que ali foi sepultada: todo deformado, ressecado, um verdadeiro bacalhau. Como se costuma dizer: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.
Esses corpos ressecados e todas as sepulturas são uns sinais de derrota e fracasso de tudo quanto é humano. O homem, por mais rico e poderoso que seja, não escapa da morte.
Enquanto esses corpos e todas as sepulturas são uns sinais de derrota e fracasso do ser humano, o túmulo vazio de Cristo simboliza vitória, esperança e vida.
Sexta-feira Santa havia sido um dia negro para os seguidores de Cristo. Não podiam compreender o que estava acontecendo com o seu Mestre. Cristo tinha sido a sua grande esperança. E agora, de repente, se vêm desiludidos: mataram o seu líder. Nada mais lhes restava senão enterrar o seu corpo e voltar para suas atividades. Aquela sepultura parecia o fim de sua esperança.
Mas veio a manhã de Páscoa, e com ela o maior acontecimento da história: Cristo ressuscitou, saiu da sepultura, tornou a viver. Ali estava o túmulo vazio, a pedra removida e os lençóis em que ele estava embrulhado. Os discípulos mal conseguem acreditar no que aconteceu. Será verdade o que estamos vendo? Será que não estamos sonhando?
Não. Eles não estavam sonhando. Cristo realmente ressuscitou. E para não deixar nenhuma dúvida na mente dos seus seguidores, ele aparece a todos eles, come com eles e fica junto com eles durante quarenta dias, falando do reino de Deus. E nesses quarenta dias ele aparece a centenas de pessoas, sendo que de uma só vez para mais de quinhentas pessoas.
Isso é importante, pois Deus quer que tenhamos certeza da ressurreição de Cristo. Diz o apóstolo Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados” (1 Coríntios 15). Isto quer dizer que se é mentira que Cristo ressuscitou, estamos perdendo tempo na igreja. O melhor seria aproveitar a vida, já que tudo termina com a morte. É como conclui o mesmo apóstolo, usando a linguagem dos ímpios: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”.
Uma das coisas que mais incomoda o ser humano é a morte. O homem tem medo da morte. Por isso mesmo a evita, faz de tudo para prolongar a vida. Constrói hospitais, procura médico e gasta fortunas em remédio. Contudo, o homem continua a morrer.
Apesar de todo o progresso da ciência, medicina e tecnologia, o homem ainda não conseguiu vencer a morte. Frequentemente vemos a luta dos médicos para salvar a vida de uma pessoa importante. Mesmo estando num dos melhores hospitais, cercado pelos melhores médicos, os médicos não conseguem dar jeito no doente. É que a morte é uma coisa inevitável.
E sabem de uma coisa? Daqui a cem anos todos os seis bilhões de habitantes que estão hoje sobre a face da terra estarão mortos.
Mas há uma solução para a morte. A solução é Cristo. Para todos os que quiserem continuar a viver daqui a cem anos, Cristo oferece a oportunidade de viver. Diz ele na sua palavra: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê e mim, não morrerá eternamente” (João 11.25-26).
Cristo, através da sua morte na cruz, tirou o poder da morte. Assim como ele ressuscitou da morte, também nós, pela fé nele, tornaremos a viver. Diz ele: “Eu vivo e vós também vivereis”.
Quando se fala em ressurreição, logo surge uma porção de perguntas: Como pode uma pessoa que já morreu há mais de cem anos, tornar a viver? O que será daqueles que morreram queimados no fogo, comido pelos animais ou destruídos pelo tempo? Será que eles também vão ressuscitar?
A Bíblia nos diz que todos ressuscitarão, tanto os que foram queimados pelo fogo como os que foram destruídos pelo tempo. Lemos em João 5.28: “Vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiveram feito o bem para a ressurreição da vida, os que tiveram feito o mal para a ressurreição do juízo”. E em Apocalipse 20.13 lemos: “Deu o mar os mortos que neles estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras”.
Nós achamos difícil uma pessoa tornar a viver depois de cem, mil anos, ou mais, quando o seu corpo já virou pó ou desapareceu totalmente. Mas para Deus não há nada impossível. O mesmo Deus que criou o mundo do nada, que nos deu vida e nos sustenta, tem poder para ressuscitar os nossos corpos, não importando quantos anos estiverem enterrados.
Quando certa vez os saduceus perguntaram a Jesus sobre a ressurreição, querendo fazer ver que a ressurreição era uma coisa ridícula, Jesus lhes repreende, dizendo: “Errais, não conhecendo as Escrituras e o poder de Deus. Ele não é Deus dos mortos, e sim dos vivos” (Mateus 23.29).
O erro dos judeus, que negavam a ressurreição, estava em não acreditar no poder de Deus, de que Deus seria capaz de fazer uma pessoa morta tornar a viver.
Jesus, quando esteve aqui na terra, deu provas desse poder ao ressuscitar Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim. Também aquelas pessoas que ressuscitaram por ocasião da morte de Jesus e entraram em Jerusalém na manhã de Páscoa, é uma demonstração do poder de Deus em ressuscitar mortos.
Por ocasião da Segunda Guerra Mundial foi afundado um navio alemão, com milhares de pessoas dentre, entre elas estava o filho de um casal de cristãos, membros da igreja luterana. O pastor, para consolar a família, fez uma cerimônia na igreja e, numa certa altura, emocionado, disse: “O filho de vocês não está mais entre nós, pois morreu afogado no mar. Mas haverá um dia em que Deus ordenará ao mar e ele vai ter que devolver o filho de vocês. Sim, o mar vai entregar o filho de vocês e ele vai voltar a viver”.
Muitos de vocês que estão lendo esta mensagem já perderam algum ente querido e hoje estão tristes, sentindo a sua falta. Pois eu quero dizer a vocês, firmado na palavra de Deus, que este seu ente querido vai ressuscitar. Não importa quanto tempo já tenha sido sepultado, qual o tamanho da catacumba que o encobre. A sua sepultura vai abrir, o seu corpo vai sair para fora e vocês vão poder vê-lo novamente.
É isso que dá sentido a nossa vida: saber que os mortos um dia vão ressuscitar. Se não fosse isso, a nossa vida seria uma tristeza, um desespero sem fim. Não teríamos condições de suportar a partida de um ente querido.
É por isso que celebramos a Páscoa. É por isso que nós estamos tão alegremos hoje. É por isso que nós, ano após ano, nos reunimos na igreja todos os domingos.
Neste dia cantamos: “O grande herói, Senhor Jesus, venceste a morte lá na cruz, venceste o próprio Satanás. E tal vitória a vida traz”.
Nesse dia ouvimos: “Ele não está aqui, ressuscitou. Cristo está vivo, ele saiu da sepultura. Se ele vive, nós também viveremos”.
Neste dia confessamos: “Creio na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna”.
Nesse dia exclamamos: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Daqui a pouco nosssa vida vai voltar ao cotidiano, mas, por Cristo, estaremos cheios de fé, coragem e confiança, dispostos a enfrentar mais uma semana de trabalho. E, agradecidos, terminamos cantando: “Jesus, eu quero te servir: pois tu quiseste me remir. Demais irás me despertar e aos céus contigo me levar”.
Que a lembrança da ressurreição de Cristo nos conforte em todos os momentos da nossa vida, especialmente nas horas de provação. Amém.
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