terça-feira, 17 de julho de 2018

A taça é nossa

      Depois da Copa, o caminho da volta tem o mesmo destino tanto aos vitoriosos como aos perdedores. Pouco importa a taça do mundo. Claro, as glórias trazem satisfação, aumentam a auto-estima, aproximam o sucesso. Mas, isto tem sido o começo do fracasso de muita gente. Histórias não faltam de peitos estufados que sucumbiram com o peso das medalhas. É a velha lição que adverte contra o perigo da arrogância, vaidade, soberba. Aula que ninguém aprende com a teoria, só na prática.

      É disto que fala o sábio em Eclesiastes (7.2), que “É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia também vamos morrer. E os vivos nunca devem esquecer isso”. Lembrar a morte não significa viver atormentado. Ao contrário, a finitude terrena indica que “a morte está destruída, a vitória é completa” (1Co 15.54). E sabemos quem a venceu. Mas, ela avisa que a coroa dos aplausos não dura muito, e que existe um prêmio que permanece para sempre (1 Co 9.25).

      Por isto as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os pobres de espírito pois o Reino dos Céus é deles” (Mt 5.3). Se a primeira bem-aventurança no caminho das doze no Sermão da Montanha é a humildade, e se a Bíblia tanto insiste que a primeira partida para se chegar à final é vencer a arrogância, então devemos levar a sério este adversário que tenta nos driblar a cada minuto no jogo do bem contra o mal. 

      Sem dúvida, quem mais ganhou não foi a França, mas as outras 31 seleções. E, se a grande crítica foi aos jogadores que se jogaram no chão para cavar falta, o escândalo é maior no assunto “campeonato da fé”. Invertem o caminho da humildade com falsas interpretações bíblicas, e enchem o coração dos “crentes” com o orgulho da prosperidade, riquezas e sucesso. Mas, e se esta taça não chegar? Irão aceitar que o poder de Deus é mais forte quando estamos fracos? (1Co 12.9).

Marcos Schmidt
pastor luterano
Novo Hamburgo, 17 de julho de 2018

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