quarta-feira, 18 de julho de 2018

Cansei de "ser desonesto"


     Não... Não enlouqueci.
     Faz um tempão que estou incomodado com frases que ouço (e leio) repetidamente. E mesmo uma mentira, repetida muitas vezes, acaba por parecer verdade.
     Mas eu não enlouqueci.
     Outro dia, num "incidente", acabei por ver a primeira entrevista ao vivo do juiz Sérgio Moro (Faço um parêntese: acredito que nele, os cidadãos honestos, esperam que todos os outros juízes se espelhem e agilizem a justiça brasileira.)
     O Dr. Moro disse na entrevista, algo assim: “o brasileiro quer a honestidade, quer o bem. Nossa autoridades é que querem a corrupção.” Pessoalmente acredito que ele, ao fazer seu trabalho não faz mais que sua obrigação. O problema são aqueles que não fazem o que deveriam… Você sabe como é isso… Especialmente no seu ambiente de trabalho… Alguém “faz direito o que é pago para fazer” e os primeiros que se incomodam são os preguiçosos. Pois aquele que trabalha evidencia a preguiça dos “encostados”. Daí vêm os apelidos e “puxa-saco” é o melhor deles.
     Assim, eu NÃO. Não acho que eu (e você) seja desonesto nem me satisfaço ou nunca me satisfiz com a desonestidade.
     Sou daquelas pessoas que voltam para devolver o troco, mesmo que tenha sido maltratado pelo funcionário da loja, porque “é o certo a se fazer”. Sou e conheço muita gente que procura fazer o certo, porque pai e mãe, a partir da Palavra de Deus, ensinaram que é assim que se faz. Sem nem esperar se outros vão fazer. E não é grande coisa. É algo a se fazer porque é o certo. Simples assim.
     Muitas vezes querem reduzir a corrupção de nosso grandes bandidos de colarinho a algo como comprar um CD pirata. Isto também é errado. Assim como exceder o limite em estradas. O problema é alguém querer comparar a corrupção generalizada de nossos governos, com os crimes que o cidadão comete por vez ou outra.
     Repito: não deveria fazer. É errado.
     Sabemos que o nosso judiciário tem a tendência de prender o ladrão de galinha, que faminto, cometeu um crime, enquanto janta junto com seus bandidos de estimação.
     Então… Repito: me cansei de “ser desonesto”. Ou melhor: “me cansei de ser chamado de desonesto”, quando políticos usam o “todo brasileiro” é corrupto pra justificar sua própria corrupção. E mesmo que essa mentira fosse verdade, a autoridade, o líder, deveria dar o exemplo de honestidade, não o oposto.
     Ouço muitas vezes as pessoas dizendo: “Nossos políticos e demais autoridades são corruptas e desonestas porque o povo é desonesto.” Eu não sou. Você é? A maioria absoluta das pessoas que conheço e convivo também não são sistematicamente corruptas como a ampla maioria de nossas autoridades em todos os poderes.
     Diz-se assim: “o problema não é o político corrupto e sim o povo corrupto que o elege”. Em parte pode até ser verdade. Mas no todo é mais uma mentira de nossa multidão de autoridades corruptas, que querem te convencer de que você é corrupto também, então “não pode falar nada deles”... É igual o cara que fuma e não pode dar “lição de moral em quem não fuma”. Embora alguém que tenha fumado a vida toda e sinta hoje as consequências pra saúde, possa sim, orientar quem está começando no vício. Até com exemplo de seu pulmão falido. Ou alguém que perdeu a família por causa do vício (seja qual for) pode sim falar de sua desastrosa experiência e mostrar seus “calos”.
     Voltando: temos uma legião de corruptos comandando o Brasil (sem medo da justiça, porque mais de 45 mil têm “foro privilegiado”) em todos os níveis, mas temos muito mais gente honesta tentando ganhar a vida e chegando a pagar metade do ano em impostos, para “empreender”.
     Temos pais e mães servindo de bons exemplos a seus filhos, para que “sejam boas pessoas”. Mas somos chamados de tudo que é coisa ruim… E ainda temos que aguentar as pessoas dizendo que “o povo brasileiro” é corrupto. Eu não sou. Você é? Acho que não. E mesmo que fosse, não dá direito à “autoridade” de fazer o que quiser. A “autoridade” deveria ser exemplo. Servindo ao povo e não se servindo dele.
     Você não cansou de “ser desonesto”? Eu cansei. Não aceito mais o rótulo. Assim como não aceitei nunca a alcunha de “estuprador” (por causa da dita cultura do estupro), nunca aceitei que sou “machista”, só porque faço questão de tratar bem minha esposa e filhas e procuro fazer com que nada lhes falte, pois para isso Deus me chamou. Não aceito ser chamado de “genocida” porque entendo que o cidadão deve ter a liberdade de comprar ou não uma arma, é uma questão de direitos e liberdades individuais. Mesmo porque as "autoridades" estão protegidas em suas salas VIP e com seguranças armados e carros blindados pagos com o nosso dinheiro, pois dinheiro de imposto é dinheiro nosso, não "do governo". O governo administra e PESSIMAMENTE.
     Quem é esse governo corrupto pra achar que sabe alguma coisa? Mudam as leis para beneficiar seus bandidos de estimação (de todas as cores e partidos). Usam mulheres (e outros cadáveres de seu interesse) assassinados como “bandeira” política. Já outros usam o mesmo assassinato para mostrar que os inimigos “escolhem” seus corpos… Todos são iguais. Todos brigando hoje para ver quem será o dono da verdade amanhã. Porém a Bíblia já diz: “Maldito o homem que confia no homem… e aparta o seu coração do Senhor” (Jeremias 17.5)...
     Eu cansei “de ser desonesto”. Aliás, nunca fui, se não na boca desses que se dizem “irrepreensíveis”.

Jarbas Hoffimann, Rev.

Pastor Evangélico Luterano
Congregação Castelo Forte, Nova Venécia, ES

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