Se os quadros da Santa Ceia “engordaram”, concluo que não seja por uma simples questão cultural destes tempos modernos, hábitos que aparecem na balança. Penso que é um aspecto religioso, e que interfere no colesterol espiritual entupindo as artérias da alma. Começando por aquilo que disse Jesus ao Diabo, que “o ser humano não vive só de pão” (Lucas 4.4), ou à multidão que pensava apenas na barriga: “Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna” (João 6.27). Por outro lado, quando o alimento é motivo para divisões, Paulo sugere um ingrediente: “O Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com alegria que o Espírito Santo dá” (Romanos 14.17). Julgo por aí que, ao exagerarem nas calorias da Santa Ceia, os artistas cozinharam, sim, religião. Agora, se ela é servida num prato proporcional ao das Escrituras, isto já pertence a outro livro de receitas.
O assunto deveria, no entanto, aguçar o nariz nas delícias da Santa Ceia – estas que foram oferecidas pelo Senhor Jesus na medida certa. Caso contrário, esta ceia até pode provocar indigestão. Ou como disse Paulo aos coríntios: “Quando vocês se reúnem, não é a Ceia do Senhor que vocês comem. Pois, na hora de comer, cada um trata de tomar a sua própria refeição. E assim, enquanto uns ficam com fome, outros chegam até a ficar bêbados”. É que os primeiros cristãos celebravam a Santa Ceia durante uma refeição completa, mas a falta de etiqueta, o egoísmo e a extravagância queimaram a panela da comunhão. Por isto o recado: “A pessoa que comer do pão ou beber do cálice sem reconhecer que se trata do corpo do Senhor, estará sendo julgada ao comer e beber para o seu próprio castigo” (1Coríntios 11.20,21,29).
Na verdade, quando a Bíblia diz que no cálice e no pão, o comungante toma parte no sangue e no corpo de Cristo (1Coríntios 10.16), isto mostra que a Santa Ceia é muito mais que uma degustação simbólica. Junto, com e sob o pão e o vinho, está presente o próprio Cristo, que disse: - “Toma e come, isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”. Um alimento que vem direto da fonte – daquele que convidou: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome” (João 6.35). Portanto, uma pintura real da salvação que não precisa de acréscimos nas porções dos alimentos.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo-RS
1º de abril de 2010
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo-RS
1º de abril de 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente... Compartilhe...