Um documentário exibido pela TV francesa dias atrás mostrou até onde vai o poder da televisão sobre as pessoas. Foi num jogo de perguntas e respostas, onde 80 voluntários foram instruídos a sabatinar um participante sentado numa cadeira elétrica. A cada resposta errada, o homem levava um choque disparado pelos voluntários. O equipamento elétrico, no entanto, era falso e o homem na cadeira era um ator contratado. Os voluntários e a platéia, convictos de que tudo era verdade, ficaram assustados com os gritos do homem que levava choques pelas respostas erradas, e que aumentavam na voltagem a cada rodada das perguntas. Mesmo assim, seguiram no jogo da morte até a descarga fatal de 460 volts que o matou diante de todos. Claro, de forma simulada. O documentário revelou que apenas 16 dos 80 participantes não quiseram “eletrocutar” o homem. A intenção do falso show de televisão era testar o poder da televisão. “A televisão tem poder que pode nos transformar em carrascos potenciais”, concluiu o produtor do programa.
Colocar a culpa na televisão é fazer igual ao Chaves, que disse para o Quico: "Não fui eu. Foi a bola que pegou a bola e me bateu com a bola!". É o coração humano que tem poder sobre as mentes humanas. Os meios de comunicação são meros instrumentos. As novelas, por exemplo, se fossem sadias e instrutivas, poderiam acabar com muitos problemas na família, na sociedade. Mas qual a mensagem que passam? E até onde os milhões de telespectadores conseguem separar a realidade da dramaturgia? E neste Big-Brother, se no lugar do telefone, os da poltrona em casa tivessem um botão para eletrocutar o desafeto? E agora, no retorno do espetáculo “Isabella Nardoni”? O que aconteceria com o casal em julgamento se os pensamentos do povo fossem armas engatilhadas?
No amanhecer daquela sexta-feira, há dois mil anos, não tinha televisão nem cadeira elétrica, mas os componentes do jogo da morte estavam acionados. Porque “fizeram os seus planos para conseguir que Jesus fosse morto” narra o evangelista Mateus (27.1). Por isto a gritaria do povo: - “Crucifica-o, crucifica-o”. Pilatos lavou as mãos e a turba não enxergava mais nada: - “Que o castigo por esta morte caia sobre nós e sobre os nossos filhos”. No meio do povo tinha gente boa, honesta, de igreja, de família. Mas a “televisão” do Gólgota prendeu a atenção e as mentes deles. E pior que não era encenação, mas a realidade da Morte e do Inferno. Por incrível que pareça, era também o espetáculo da realidade da Vida e do Céu.
Não é por nada a recomendação: “Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente” (Filipenses 4.8). Caso contrário, se não nos cuidarmos, qualquer dia poderemos nos surpreender com nós mesmos, apertando um botão e eletrocutando alguém. É a culpada não será a televisão...
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
Novo Hamburgo-RS
25 de março de 2010
Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Neste Blog você encontra material cristão, sejam artigos, pregações, estudos, música e tudo mais que couber... Há também, no youtube, muita coisa: www.youtube.com/pastorjarbas
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