sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

O Culto Luterano - manual litúrgico 15

Este manual encontra-se completo aquiMas está disponibilizado também nas postagens, com o marcador "manual da comissão de culto". Há outras duas publicações no blog (mais antigas) devem aparecer na busca também, mas estas aqui estão atualizadas.



ORDEM DO CULTO PRINCIPAL

CRISTO NOS RESGATOU DO PECADO
·         Somos agora seu povo
·         Queremos viver um culto constante a Deus

CULTO OU LITURGIA SIGNIFICA: SERVIÇO A DEUS

DUAS MANEIRAS DISTINTAS PARA PRESTAR CULTO:
·         Individualmente: Rm 12.1-2.
·         Em grupo: AT – Templo, sinagogas
 NT – At 2.42,46; Hb 10.24-25; Mt 18.20; Lc 22.19

A NECESSIDADE DE UMA ORDEM DE CULTO

Para o culto em grupo precisamos de uma Ordem de Culto que nos ofereça palavra e sacramento e nos dê oportunidade de prestarmos adoração e louvor com “ordem e decência.”

Origem
·         Herança de séculos.
·         Diversas influências:         - Liturgia judaica;
-          Liturgia grega;
-          Liturgia galicana;
-          Liturgia romana.

Características
·         Ordem coerente: Partes fixas e partes variáveis.
·         Posições dos fiéis: De pé, sentado, ajoelhado.
·         Conteúdo: Partes sacrificais e partes sacramentais.
·         Divisões: Ofício preliminar da confissão, Ofício da Palavra, Ofício da Santa Ceia.

OFÍCIO PRELIMINAR DA CONFISSÃO

·         Prelúdio – nos ajuda a nos concentrarmos para um clima de devoção.
·         Invocação – lembra-nos que o Deus verdadeiro nos motiva ao culto.
·         Confissão dos pecados – nos prepara para prestarmos culto (1Jo 1.9; Sl 124.8; Sl 32.5)

OFÍCIO DA PALAVRA

Intróito
Introduz o assunto do Dia. Os intróitos para serem cantados pelo coro têm o seguinte esquema:
·         Antífona – um ou mais versículos.
·         Salmo – um versículo.
·         Gloria Patri – conclusão para o Salmo.
·         Antífona – repetição dos primeiros versículos.
Em lugar destes intróitos cantados pelo coro podemos usar o Salmo do Dia com leitura responsiva e com participação da congregação.

Kyrie Eleison (Senhor, piedade)
·         Reconhece nossa dependência de Deus

Gloria in Excelsis
            Tem os seguintes assuntos:
·         Belém - Encarnação
·         Calvário – Sofrimento de Cristo
·         Reino celestial – Intercessão perpétua de Cristo

Saudação

·         “Emanuel” – “Deus conosco” (Rt 2.4; 2 Tm 4.22)

Coleta
            Pequena oração que “coleta” os desejos da igreja e as apresenta a Deus. Tem o seguinte esquema:
1.       Invocação;
2.       Base para a petição;
3.       Petição em si;
4.       Propósito ou benefício desejado;
5.       Conclusão doxológica.

Leituras bíblicas
·         Chegamos ao centro do Ofício da Palavra: Leitura da Palavra e sermão.
·         Leitura de seleções bíblicas já havia na sinagoga: Lc 4.16-19. A Igreja Antiga acrescentou trechos das Epístolas e dos Evangelhos.
·         No início não haviam leituras definidas – com o tempo surgiram as perícopes. No ano 800 as perícopes históricas estavam prontas. Atualmente temos a Série Trienal.

Leitura do Antigo Testamento
·         Nossa fé é histórica – o NT repousa sobre o AT.

Leitura da Epístola
·         Trechos de Cartas dos Apóstolos – doutrina, Lei e Evangelho, exortações à Santificação.

Gradual
·         Originalmente para uso coral. Trechos de Salmos e outras passagens com aleluias.

Evangelho
·         Palavras do próprio Cristo ou fatos da vida de Cristo.
·         Responsos são cantados antes e após a leitura e é ouvido de pé para destacar sua importância.

Confissão de fé
·         “Credo” = “Creio”
·         Credo é a palavra da igreja em resposta à Palavra de Deus.
·         Três Credos Históricos: Apostólico Niceno e Atanasiano.
·         Os Credos surgiram para defender a igreja de falsas doutrinas que estavam sendo ensinadas.

Hino do dia
·         Preparo à mensagem;
·         O hino é uma das formas mais adequadas de preparar o povo para a pregação;
·         Texto e música juntam-se;
·         Auxílio para fixação de doutrinas;
·         O hino da congregação: uma das restaurações da Reforma;
·         Ninguém deveria ser negligente ao canto de hinos (Cl 3.16).

Sermão
·         Interpretação,
·         Exposição e
·         Aplicação da Palavra de Deus
·         Precisa conter Lei e Evangelho

Ofertório
·         Oferecemos nossa vida a Deus.

Ofertas
·         Oferecemos nossos bens a Deus.

Oração geral
·         Oração da igreja que trata dos problemas em geral do mundo (1Tm 2.1-2).

OFÍCIO DA SANTA CEIA

Prefácio
·         Sentenças: parte mais antiga da liturgia;
·         Prefácios próprios: enfatizam uma época do Ano da Igreja;
·         Sanctus: clímax do prefácio . Liga o AT com o NT (Is 6.3; Mt 21.9; Sl 118.25).

Consagração e administração
·         Oração dominical;
·         Palavras da instituição (separamos pão e vinho para seu uso sagrado);
·         Pax Domini (A Paz do Senhor – Jo 20.19-21; Fp 4.7);
·         Agnus Dei (Jo 1.29; Is 53.7,12; 1Pe 1.18-20; Ef 2.13-17);
·         Distribuição (Cristo é um conosco).

Pós-comunhão
·         Nunc Dimitis (Agora despedes): Lc 2.29-32. Relacionamos o sacramento com a vida eterna;
·         Ação de graças: 1Co 11.26. Oração que Lutero já usava. Pede fortalecimento da fé e, consequentemente, amor para com o próximo;
·         Saudação: O “Emanuel” para o culto da vida diária que se seguirá;
·         Benedicamus (Bendigamos): Aparece também no final de cada livro dos Salmos ( Sl 41, 72, 89, 106 e 150);
·         Bênção: Nm 6.24-26. Deus prometeu por o seu nome sobre os filhos de Israel com esta bênção de “Paz”. Encerramos o culto na certeza da Paz do Senhor.


CONCLUSÃO

Nosso culto é
·         Litúrgico
·         Cristocêntrico
·         Bíblico-confessional


Nossa liturgia está fundamentada na Bíblia
·         Há citações diretas da Bíblia. Ex.: Ofertório, Sanctus e Bênção.
·         Há aplicações e exposições da palavra. Ex.: Hinos, Sermão e Glória.

Nossa ordem de culto é meio eficaz
·         Para anunciar a palavra (Lei e Evangelho);
·         Para administrar os sacramentos (Santa Ceia e Batismo);
·         Para nos conduzir ao louvor e à adoração.



OS OFÍCIOS MENORES: MATINAS E VÉSPERAS

Origem
·         AT – Sacrifícios Diários: Êx 29.38-39. Horas de Oração (At 3.1; 10.9);
·         Igreja Antiga: Continuaram as Horas de Oração. São Bento fixou as horas de oração em + ou - 530 AD.
                                                            Matinas
 Laudes
 Ofício Divino Prima (6h)
 Ofício das horas         Tércia (9h)
 Horas Canônicas        Sexta (12h)
 Horas de Oração       Noa (15h)
 Vésperas
 Completas (ao recolher)


·         Reforma: Enfatizou o uso diário das Matinas e Vésperas nas escolas, uso dominical nas igrejas, como ofícios menores (sem celebração da Santa Ceia).



A ORDEM DAS MATINAS


Matinas: Vem do Latim Matutinus (“Matutino,” “De manhã,” “Pertencente à manhã”).

Lutero: Simplificou as Matinas conservando o esboço tradicional. Latim – usado nas escolas durante a semana. Alemão – usado nas igrejas aos domingos.
Destaque: Louvor e orações agradecendo pela noite passada e pedindo proteção para o novo dia.

VERSÍCULOS
Sl 51.15: Destaca o louvor a Deus que só é possível se Deus mesmo nos abrir os lábios.
Sl 70.1: Imploramos ajuda e libertação de Deus.
Gloria Patri: Conclusão costumeira para salmos no culto cristão; liga o AT com o NT.

INVITATÓRIO

Convite à adoração: Mostra-nos a razão para a nossa adoração.

Invitatórios especiais: Colocam a motivação do louvor de acordo com a época do Ano Eclesiástico.


VENITE

Convite ao louvor: Confronta-nos com a motivação para o louvor .
-          “Rochedo da nossa salvação”;
-          Criador de tudo e nosso criador;
-          Somos “povo de seu pasto e ovelhas de sua mão”.

HINO
·         É o hino principal das matinas – Hino do Ofício.
·         Separa o Venite (Sl 95) do(s) salmo(s) que segue(m).

SALMODIA
·         É a leitura ou canto de um ou mais salmos.
·         Os salmos eram os cantos utilizados pelos levitas no AT.
·         Os salmos continuaram a ser usados na Igreja Antiga e na Idade Média passaram a integrar as Horas de Oração.
·         Canto tradicional dos salmos – coral duplo seguindo o paralelismo hebraico.
·         Gloria Patri – conclusão para o salmo.

LEITURA
·         Um ou mais trechos do AT ou do NT são lidos.
·         Segue o versículo: “Ó Senhor tem compaixão de nós” e o responso: “Graças te damos, Senhor” – Confessamos nossos fracassos em guardar a palavra de Deus e agradecemos a Deus pela sua graça e perdão infalíveis.

RESPONSÓRIO
·         Consiste de alguns versículos com responsos de salmos.
·         Variam de acordo com o Ano da Igreja.

SERMÃO
(Como os ofícios menores são ordens para oração e louvor é possível excluir o sermão)

OFERTAS
(De acordo com o momento também podem ser excluídas)

CÂNTICO
Te Deum Laudamus
·         Texto do século IV.
·         Dividido em duas partes:
-          1ª Parte: Louvor à Santíssima Trindade.
-          2ª Parte: Recorda a obra redentora de Cristo e conclui com pedido de auxílio para chegarmos à vida eterna.


Benedictus
·         Lc 1.68 ss
·         Comemora a encarnação de Cristo.

ORAÇÕES
·         Parte final das Matinas e Vésperas.
·         Pode ser substituída pela Litania ou pelos Sufrágios.

Kyrie
·         Iniciamos esta seção com a oração do Kyrie reconhecendo nossa dependência de Deus.

Pai Nosso
·         Como é a “Oração do Senhor” para todas as ocasiões, é apropriada também aqui.

Saudação
·         Introduz aqui as coletas finais: - Coleta do dia ; - Outras coletas ou orações.

Coleta pela graça
·         Reconhece a proteção da noite anterior e pede a proteção para o novo dia.

BENEDICAMUS
(Motivado pelo final de cada livro do saltério – Sl 41, 72, 89, 106 e 150)

BÊNÇÃO
(É a chamada Bênção Apostólica – 2Co 13.13)


A ORDEM DAS VÉSPERAS

Vésperas: Vem do Latim Vespera (“Entardecer”, “Vespertino”, “Anoitecer”, “Pertencente ao entardecer”).

Objetivo: Recontar as graças do dia e pedir a proteção para a noite.

Origem: Sacrifício vespertino dos judeus;
 Ofício cristão das luzes.

Estrutura: Muito semelhante às matinas.

CÂNTICO

(Magnificat ou Nunc Dimitis introduzido pelo Sl 141.2 – Compara nossa oração com o sacrifício vespertino dos judeus).

Magnificat (Engrandece): Lc 1.46-55. Semelhanças com o Cântico de Ana (1Sm 2.1-10). Semelhanças com alguns salmos (Sl 35.9; 111.9; 103.11, 13, 17; 147.6; 98.3).

Nunc Dimitis (Agora despedes): Lc 2.29-32. Hino que expressa desejo de partir para a eternidade e oração por paz e descanso. Alusões ao AT (Is 52.10; Sl 98.2).

ORAÇÕES

Têm o mesmo esquema final das Matinas. Esta parte final também pode ser substituída pela Litania ou pelos Sufrágios.

Coleta pela paz
·         Petição pela paz de Deus que o mundo não pode oferecer a fim de cumprirmos os mandamentos de Deus.
·         Petição de proteção contra o “temor de nossos inimigos” para vivermos em paz e tranqüilidade.

CONCLUSÃO
Os ofícios menores são:
·         Litúrgicos;
·         Cristocêntricos.

Os ofícios menores são meios eficazes:
·         Para um momento de oração e louvor;
·         Para um momento de pregação;
·         Para um momento especial ou festivo;
·         Para devocionais diários.


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