ESTUDO 4 - A LITURGIA do Culto
I – INTRODUÇÃO
O culto faz parte da vida cristã.
Estamos acostumados a ele mas nem sempre nos damos conta da sua necessidade. Os
pastores convocam os membros para o culto e se esmeram em argumentos para convencerem
a todos da necessidade de irmos ao culto. Mas será que estamos lembrados de
quais são as reais necessidades do culto ou nos esmeramos em citar utilidades
que o culto tem para a vida cristã e não atingimos o ponto central sobre a
necessidade do culto e conseqüentemente da liturgia?
Neste
trabalho queremos refletir sobre a necessidade do culto e da liturgia e nos acercar
de argumentos sobre as reais necessidades que nós temos do culto, esperando que
com isso possamos nós, pastores e líderes, equipar nossos membros das igrejas a
sentirem esta necessidade fundamentados na palavra de Deus.
O que acontece no culto vai além da
capacidade da compreensão humana. Os atos, palavras e atitudes no culto são
perceptíveis apenas pela fé. Por isso, o que acontece no culto é um mistério. O
autor dos eventos no culto é o próprio Deus, e isto faz dos atos do culto um
mistério.
II – A
NECESSIDADE DO CULTO
Após ter recebido o batismo e
afirmado sua fé, necessita realmente o homem ainda algo para a sua salvação?
Deus ainda quer operar nela alguma coisa? O culto não é supérfluo para aquele
que já está salvo? Depois de regenerados não seria o verdadeiro culto do
cristão as demonstrações de amor ao próximo? Pode o amor a Deus ser expresso de
outra maneira além do amor demonstrado ao nosso próximo?
Todos os cristãos vão concordar que
é necessário que se proclame o evangelho para que outros venham a crer. Também
todos vão concordar que o batismo precisa ser administrado pois Cristo mesmo
ordenou o batismo e disse que "quem crer e for batizado será salvo"
(Mc 16.16). Mas existe uma convocação de Cristo ao culto para toda a vida?
Havendo esta convocação para o culto, poderia ser este culto algo diferente do
que a continuação desta proclamação missionária que leva as pessoas à fé? Mas
não seria supérfluo este culto para aquele que já crê?
Parece que a situação de muitas de
nossas congregações de uns 20 anos para trás foi a de insistir que a
proclamação e pregação consistiam o ponto culminante de nossos cultos. É claro
que não podemos dispensar a proclamação missionária de nossos cultos. O culto
sempre terá uma tarefa missionária pelo simples fato de nele se proclamar a
palavra que salva e liberta dos pecados. Mas não podemos fazer do culto apenas
um aperfeiçoamento para os que ainda são neófitos; isto seria contrário à
essência do culto. O culto precisa justificar-se até na hipótese de que a ação
missionária já estivesse basicamente resolvida. O que dizer, por exemplo, de
uma pequena vila, onde todos se professam cristãos, sobre a necessidade do
culto? Uma vez que todos já professaram sua fé, teria ainda sentido realizar
cultos num local assim? Somente quando a necessidade do culto é reconhecida
pelos que já estão na fé e são de fato cristãos é que o culto vai também
atingir seus interesses missionários, mesmo que estes interesses venham a
necessitar de programas especiais como visitas a prospectos e relapsos e que
precisem ser feitos fora do contexto do culto corporativo.
Em certo sentido podemos dizer que o
culto não acrescenta nada àquilo que já foi dado ao indivíduo quando este
recebeu a fé. No entanto precisamos de algo que nos mantenha na fé que nos foi
dada ou confirmada no batismo. A salvação pode ser perdida; por isso é
necessário que o Espírito Santo nos mantenha nesta fé para permanecermos na
salvação. Tentações, aflições e problemas podem ser um perigo para a fé. Por
isso também de nada nos adianta querermos ostentar qualidades pessoais para nos
mantermos na salvação. A salvação somente é mantida enquanto a fé apreende os
méritos que Jesus conseguiu para nós. O crente está ciente de que os pecados
diários são uma ameaça constante à firmeza na fé. Por isso ele fica dependente
da remissão dos pecados. Não é sem motivo, portanto, que todas as programações
da igreja sempre visam o perdão dos pecados. A salvação só pode ser mantida
enquanto somos envolvidos no ato salvador de Cristo. Preservar a nossa salvação
nada mais é do que preservar nosso estar em Cristo. Mas permanecer em Cristo
significa permanecer na sua palavra através da qual ele quer estar conosco e
nos garantir seus feitos salvadores.
Perseverar na Palavra salvadora
envolve mais do que simplesmente leitura particular da Bíblia. Desde meu
batismo estou incorporado ao povo de Deus, à igreja, que é a epifania do corpo
de Jesus Cristo na terra. E os que são reunidos como povo de Deus, como igreja,
retêm em seu meio a Palavra através deste estar junto. "O culto da
ekklesia é necessário porque somos incapazes de preservar a salvação obtida
nesta vida terrena de outra maneira do que por restaurar sempre de novo a
Palavra viva, na qual Jesus Cristo mesmo está presente com seus atos e frutos
da salvação e com o que Ele trabalha em nós." Se alguém declara ser
desnecessário estar na comunhão da igreja ele está desprezando a palavra
salvadora e negando sua membresia no corpo de Jesus.
Mas não estamos reduzindo assim
nosso culto a um tipo de continuação da proclamação missionária do evangelho?
Ainda temos que fixar nossa atenção na relação da Palavra que é vital em
ekklesia e que edifica a ekklesia com a Palavra missionária designada para
aqueles que estão fora da ekklesia. Temos que considerar a diferença que existe
entre estas duas formas da Palavra. Se notarmos a particularidade da Palavra
edificante ficará claro que aquilo que acontece no culto não pode ser uma mera
continuidade da atividade missionária, mesmo que o culto seja apenas proclamação
da Palavra. Até este culto terá outra característica do que a pura proclamação
missionária.
1. Justificação da
necessidade do culto
a)
"O culto é necessário por ter sido instituído por Jesus Cristo e por ele
ordenado."
Quando a igreja celebra o culto ela não
está inventando coisa nova; ela simplesmente segue a ordem de Cristo
"Fazei isto em memória de mim" (Lc 22.19; 1Co 11.24,25). Isto é de
suma importância para nos fazer lembrar de duas coisas: primeiro, o culto
instituído por Cristo não é homilético, mas, sim, eucarístico; segundo, a Santa
Ceia é o ponto culminante da adoração cristã. A concepção errônea do culto como
continuação da proclamação missionária será desfeita quando compreendermos o
culto ligado à Santa Ceia. Toda concepção do culto será incompleta e errônea
quando não considerarmos as palavras "Fazei isto em memória de mim."
O dom especial que Jesus deu aos batizados é a Santa Ceia.
A Santa Ceia no culto faz com que
este culto deixe de ser uma "escola" com uma "doutrina" à
maneira de uma aula de filosofia. A Santa Ceia é que reúne crentes e batizados
como uma ekklesia. A Santa Ceia existe somente onde a congregação está reunida
em assembléia como ekklesia. E a Santa Ceia foi instituída por Cristo
particularmente para aqueles que já são membros de seu corpo para a preservação
da sua salvação. A Santa Ceia é o meio da graça específico para aqueles que já
formam a congregação dos discípulos. Onde o batismo é recebido com fé lá também
o desejo da Santa Ceia se torna necessário. No evento da Santa Ceia existe como
que uma continuação do evento do batismo. O Espírito Santo nos conduz a este
desejo e ele não pode ser expresso racionalmente.
É claro que não estamos desprezando
a pregação. O próprio Jesus instituiu também o ministério da Palavra (Mt 28.19;
Jo 20.23; At 1.8 etc.). "Mas o ministério da Palavra não foi instituído
diretamente para o culto, mas sim para torná-lo possível, para reunir, por meio
do desempenho da missão, o povo a quem Cristo deseja transmitir vida mediante a
sua carne e o seu sangue." A presença da palavra no culto mostra que a
igreja ainda se encontra em peregrinação e que ela não pode dispensar a palavra.
Enquanto estamos no mundo precisamos ainda da palavra; e o fato de que podemos
participar da Santa Mesa atesta que já podemos desfrutar da dádiva celestial.
Allmen diz que "é na Ceia
preparada
pela Palavra e não simplesmente na Palavra proclamada na leitura e pregação,
que se localiza o ponto culminante do culto."
É possível realizarem-se cultos sem
Santa Ceia. O ofício da Palavra e as horas de oração entram nesta categoria. No
entanto, tais ofícios onde a Santa Ceia não é celebrada precisam ser concebidos
como ofícios isolados e fundamentados nos ofícios onde a Santa Ceia é
celebrada. O culto com Santa Ceia é o centro de todos os cultos. O ofício de
pregação independente, que não está fundamentado no culto com Santa Ceia, tende
a ser uma forma racionalizada. Não pode haver fundamentação teológica para o
culto da igreja que não é centralizado e baseado no mandamento "Fazei isto
em memória de mim."
Qual seria a necessidade de
recebermos a Santa Ceia, se, já no Batismo e, constantemente, na proclamação da
palavra recebemos o dom da salvação? O modo de recebimento na Santa Ceia é
singular. Na Santa Ceia não somente sou assegurado da remissão dos pecados, mas
também este perdão me é concedido de maneira física com o recebimento do
verdadeiro corpo e do verdadeiro sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. No
Sacramento do Altar o perdão dos pecados e a nova vida estão presentes no
"corpo sacrificial, verdadeiramente presente, de Jesus" e não são
recebidos apenas pelo nosso coração, mas também pela nossa mão e nossa boca. O
homem todo, coração e corpo, ouvidos e olhos, mão e boca, ganha participação no
corpo sacrificial de Cristo, toma-o para dentro de si e é, ele mesmo, através
disso, tomado para dentro dele. Aqui o totus
Christus se faz presente na unidade
da Palavra e da ação. Aí está, portanto, a singularidade da Santa Ceia: eu
recebo fisicamente Cristo em meu corpo; tenho união com Cristo sob a recepção
corporal dos elementos.
A singularidade da Eucaristia não é
o Que da presença de Cristo; nela está como na Palavra e no Batismo, o totus Christus presente. A singularidade
é o Como desta presença; o Senhor não apenas está presente no coração com o seu
corpo e sangue, mas ele penetra, com a ajuda dos elementos, em nossa boca. Como
elementos isolados o corpo e o sangue de Cristo não garantem o dom da salvação;
até um descrente recebe corpo e sangue mas para a sua condenação. A descrença
rejeita o dom da salvação constante na Santa Ceia. Quando recebido em fé o
corpo de Cristo sacrificado e o dom do perdão dos pecados são uma união
indissolúvel. Qualquer tentativa de querer mostrar a necessidade do recebimento
da salvação fora da instituição de Cristo vai fracassar. Se Jesus ordenou
"Fazei isto" então eu vou fazer. E isto não é obediência forçada mas
um ato de espontaneidade do Espírito Santo em nós. No entanto o imperativo da
instituição de Cristo resultará em condenação se esta instituição for
desprezada e não realizada. Os dons recebidos no Batismo e na Santa Ceia me
levam a dar testemunho. E isto é uma tarefa para todos. A própria instituição
desta comemoração é em si testemunho da morte de Cristo (1Co 11.26). É indispensável
que a Santa Ceia seja administrada pois isto promove o testemunho. O
recebimento da Santa Ceia impulsiona ao testemunho e é em si já um testemunho.
b) "O culto é necessário porque é
suscitado pelo Espírito Santo."
Vemos nos relatos do Novo Testamento que
os curados por Cristo davam-lhe graças (Lc 5.25; 13.13; 17.15; 18.43). Aqueles
que reconheceram em Jesus o Messias também lhe davam graças (Lc 2.20; 23.47). O
perdão restaura a capacidade de adorar, que foi perdida por causa do pecado.
c)
"O culto é necessário porque é um dos meios de efetivação da história da
salvação."
Cristo morreu por toda a humanidade, mas
nem por isso podemos pensar que todos estão salvos. Para que haja salvação é
necessária a intervenção do Espírito Santo, que nos traz à fé e nos coloca e
sustém na igreja. Por meio do culto a história da salvação é presenteada. A
pregação, as leituras bíblicas e a liturgia necessariamente vão nos apresentar
fatos relacionados com a história da salvação. Assim, a história da salvação
nos é lembrada e aplicada para os fatos de nossa vida contemporânea.
d)
"O culto é necessário porque o Reino de Deus ainda não se manifestou em
todo o seu poder."
A nossa vida não é ainda toda de adoração.
O momento do culto é algo diverso dos momentos em geral durante os dias da
semana. Nem todos os dias são domingo. Nosso culto não pode se resumir em
glorificar a Deus no próximo. Com o culto demonstramos ao mundo que Deus
continua a visitar-nos querendo salvar os perdidos e que neste culto somos
restaurados em nossa comunhão com Deus que ele queria antes da queda e que nos
dará na vida eterna.
2. A Utilidade do culto
Na verdade só podemos falar em utilidade do
culto depois de termos falado da sua necessidade. Não é a utilidade do culto
que vai justificar a sua realização; mas é a necessidade do culto que vai nos
motivar a realizá-lo, pois, se precisamos do culto é evidente que necessitamos
realizá-lo. No entanto, podemos tecer alguns pontos sobre a utilidade do culto,
uma vez que já estamos fundamentados na sua necessidade.
a)
A "utilidade pedagógica do culto"
"O culto é, por assim dizer, a tela sobre
a qual a Igreja desenha o seu ensino." Quando realizamos o culto
aprendemos a ser cristãos, nos encontramos com Deus e com o nosso próximo. Além
disso somos ensinados como nos dirigir ao mundo e como agir no mundo. Somos
instruídos na fé, na esperança e no amor. O culto é a escola por excelência do cristianismo,
apesar de não ser primordialmente um local de ensino, mas, sim, de comunhão.
b)
"Utilidade sociológica"
É no culto que vamos encontrar a mais profunda
das coesões e a mais fundamental solidariedade. "Porque nós, embora
muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do
único pão" (1Co 10.17). No culto nos reunimos para fazermos atitudes em
comum: ouvir a Palavra, receber o Sacramento, orar, cantar, adorar, ofertar.
Isto faz com que nos sintamos unidos, tendo nossos propósitos em comum.
c)
"Utilidade de caráter psicológico"
O culto oferece aos fiéis um refúgio de paz e
de alegria. É possível que no culto nos abriguemos de tal maneira que
esqueçamos de dar nosso testemunho e que esqueçamos de nossos compromissos de
vida cristã. Por outro lado, o culto é útil também como momento em que dizemos
a Deus que o amamos e que nos consagramos ao seu serviço. O culto faz com que
nos sintamos bem. O fato de termos sido perdoados novamente de nossos pecados
pela Palavra e pelo Sacramento nos dão este refrigério para nossa vida e nós
saiamos de cada culto reconfortados e animados para continuarmos nosso
testemunho e nossa vida do dia-a-dia.
3. A Unidade com Cristo e
com os irmãos no culto
O que Nosso Senhor fez na última Ceia ele o
fez "enquanto comiam." Nesta Ceia Jesus deu também aos seus
discípulos seu corpo e sangue para ser comido e bebido.
A igreja de Corinto seguiu a
celebração da Ceia nos moldes como Cristo a instituíra. No entanto, haviam
problemas. Na refeição comum que faziam não distinguiam mais o comer e o beber
comum do comer e beber do corpo e sangue do Senhor. Os participantes estavam
negando o corpo e o sangue do Senhor quando banqueteavam uns com os outros como
se o Senhor não tivesse lhes dado seu corpo para comer e seu sangue para beber.
Não distinguiam o banquete comum que vinha antes, da Santa Ceia que se seguia.
O Senhor está fazendo parte de nosso corpo quando recebemos seu corpo e sangue.
Em conseqüência somos um só corpo em Cristo; os crentes juntos formam o corpo
de Cristo, a igreja ( 1Co 10.17; 12.12ss.). O corpo e sangue de Cristo tem a ver
conosco. Vivemos uns com os outros como aqueles aos quais Cristo deu seu corpo
e seu sangue. E em Corinto havia os que estavam negando isto e isto era para seu
perigo. Negação do corpo verdadeiro de Cristo é, conseqüentemente, negação da
unidade do corpo de Cristo formado pelos crentes. O comer e o beber do corpo e
sangue de Cristo não acontece somente entre mim e Cristo. Quando recebo seu
corpo e seu sangue todos os demais participantes também o recebem.
Aí reside o cuidado pastoral de
Paulo em não deixar cada um à sua sorte; ele se preocupa com aqueles que não
estão discernindo o corpo do Senhor. Aí também deve estar o cuidado pastoral na
pregação, no ensino, no catecismo, na comunhão fechada: cuidar para que ninguém
"coma e beba juízo para si" (1Co 11.29). Não é possível incluir nesta
Ceia crentes e descrentes. Esta comunhão profunda evidencia uma divisão. Em
Corinto eles estavam divididos, pois havia os que comiam e bebiam o corpo e
sangue de Cristo como se estivessem comendo e bebendo coisa comum.
Nas liturgias antigas os não
batizados e os que ainda não tinham feito a sua confissão eram separados. Na Deutsche Messe isto é evidenciado pela
atitude dos comungantes que se reúnem ao redor do altar, enquanto outros
permanecem em seus lugares.
4. Liturgia e comunidade
"Você ouviu que é dito que a família que
ora unida permanece unida. Eu lhes digo que a família que come unida permanece
unida." Será que o desmoronamento de muitas de nossas famílias não pode
ser atribuído ao fato de que a família raramente se encontra para as refeições?
Além disso a praticidade de comidas já prontas hoje em dia favorece a cada um
fazer rapidamente suas refeições sem estar de frente um com o outro à mesa. Não
conseguimos compartilhar alguma coisa tão básica quanto nossa comida!
Semelhantemente podemos falar da
família de Deus. Alguma coisa sagrada acontece quando a família de Deus
compartilha uma refeição. Isto é algo que ultrapassa a todas as culturas: comer
em conjunto é um sinal de unidade e amor. Vemos o próprio Jesus participando em
inúmeras casas em que ele está à mesa com outras pessoas; com santos e com
pecadores. A exemplo de Jesus as congregações podem promover refeições
comunitárias para enfatizar o amor e a fraternidade entre a congregação.
A Santa Ceia, a Comunhão, tem muito
a ver com formação de comunidade. Aliás, é o ato central da comunidade cristã.
Falta de comunidade era o problema principal da congregação de Corinto. A
primeira congregação de Corinto estava fragmentada (1Co 1.1-12). Até os dons do
Espírito estavam fragmentando a comunidade (1Co 12). Interessante notar que
neste contexto Paulo ensina sobre a Santa Ceia querendo curar o esfacelamento
da congregação (1Co 11.17-34).
A partir do capítulo 11 v. 17 Paulo
trata especificamente da Santa Ceia. Paulo lembra novamente as divisões em que
se encontram os coríntios (v. 18). Alguns comem e bebem até ficarem bêbados,
outros estão envergonhados porque não têm o que comer. Como depois disso
seguia-se a Santa Ceia; Paulo lhes admoesta que a Ceia do Senhor é algo
diferente, assim como o cristianismo é uma religião diferente. Entre os
cristãos precisa haver comunhão. Isso não estava expresso nesta refeição
comunitária onde cada um pensava em si mesmo, comia a sua refeição sendo que
alguns pobres não tinham o que comer. A Santa Ceia que se seguia tornava-se,
assim, um ato blasfemo, uma condenação da sua condição de divididos. É
interessante notar que no capítulo seguinte Paulo começa a falar nos dons
espirituais culminando com seu hino ao amor no capítulo 13.
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WILLIMON, William H. Worship as Pastoral Care.
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ZIMMER, Rudi. A
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Rev. Raul Blum
São Paulo, SP
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