ESTUDO 6 – OS
SÍMBOLOS DO CULTO
A
ARTE A SERVIÇO DE DEUS NA ADORAÇÃO
"Adorai ao Senhor na beleza de sua
santidade". (Salmo 96.9)
A arte, na busca da beleza no culto
e na igreja, não é luxo e nem supérfluo. Ela sensibiliza o nosso espírito, e
com ela retribuímos e homenageamos a Deus, em toda a riqueza de sua criação e
criatividade. Através dela reconhecemos a grandeza infinita, a bondade, a
sabedoria, e a beleza de Deus. A ele devemos consagrar as coisas mais
perfeitas, mais íntegras, mais completas na ordem da beleza, sem confundir
beleza com riqueza e ostentação. A arte na igreja, especialmente na simbologia
litúrgica, deve corresponder a seu fim, à sua finalidade, que é de apontar para
Cristo, com harmonia, reverência, equilíbrio e sobriedade. Para tal ela deve
adaptar-se a isto da maneira mais favorável.
A Palavra de Deus e os Sacramentos
não dependem de enfeites humanos para sua eficácia, pois eles são, por si
mesmos "poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê". No entanto, com o fim de melhor
comunicar a mensagem de Deus, é importante que se faça uso de tudo o que
contribui para colocar as pessoas num contexto mental mais receptivo para o
culto. Aí entra o valor da arte litúrgica, tanto no uso dos símbolos como na
preparação do ambiente de culto.
O QUE É UM
SÍMBOLO?
Símbolo é qualquer coisa que
exprime, representa, caracteriza ou identifica uma idéia, uma verdade, um
conceito. O símbolo pode ser um objeto, um gesto, um elemento, um movimento,
uma expressão corporal, uma veste, onde o que vale não é mais aquilo que é em
si, mas o que exprime, o que significa.
É riquíssimo o simbolismo na Bíblia
e, o culto cristão, por sua vez, é carregado de simbologia. Difícil seria para
nós, criaturas humanas, adorarmos o intocável, invisível e inatingível Deus
Eterno, sem o auxílio dos símbolos. A presença de Cristo, na Palavra e nos
Sacramentos, qualifica e autentica, nossos cultos, o lugar onde eles se
realizam e todos os símbolos usados para caracterizar a presença e a ação de
Deus entre nós.
O próprio culto é um símbolo do grande
encontro da família de Deus no céu. Momento de alegria, de adoração, de louvor.
Mas enquanto aqui, além de adoração, o culto é também catequese e testemunho.
As realidades que Deus nos quer
revelar e comunicar na Liturgia são tão grandes, tão profundas e inefáveis, que
o homem não consegue, muitas vezes, compreendê-las nem exprimi-las por
palavras. Por isso o próprio Deus, com o fim de aproveitar todos os recursos e
faculdades da mente humana, na compreensão, retenção e frutificação da mensagem
lida ou ouvida, recorre a uma linguagem mais profunda, aos sinais sagrados, aos
símbolos, para atingir ao ser humano em todo o seu ser: sua alma e inteligência,
seu corpo e suas emoções.
O simbolismo cristão quer edificar
os nossos sentimentos e fortalecer-nos na fé.
Mas o símbolo só tem
valor se ele nos
apresenta Cristo e auxilia a focalizar nossa atenção nele.
A principal função da ARTE LITÚRGICA é levar-nos à
consciência da presença do sagrado, tornar
visível aquilo que não pode ser enxergado por olhos comuns. Não torna Deus
presente, porém traz a sua presença à nossa consciência.
A arte litúrgica tem um potencial
tremendo por causa do seu poder
religioso. Trata-se do poder de penetrar além do óbvio e transmitir
o divino.
Um ato-símbolo carregado de emoção, como
a imposição de cinzas na Quarta-Feira de Cinzas, faz parte do culto e comunica
a mensagem divina da mesma forma que um sermão doutrinal.
Símbolos, porém, podem morrer. Quando já
se não compreende seu significado e não se capta a realidade que eles querem
expressar; quando eles não servem para focalizar nossa atenção em Cristo, autor
e consumador da fé, eles se tornam esotéricos e objetos de idolatria e
superstição.
Portanto, é preciso que haja sempre
uma boa compreensão dos símbolos.
Recuperando seu poder de comunicação
e sua beleza eles podem ser um excelente instrumento para comunicar a Verdade
Eterna, a esta geração pré-fim-de-milênio, sedenta de espiritualidade, que está
correndo atrás do místico e do esotérico, do fantástico, do sobrenatural, do
supersticioso.
"OS
SÍMBOLOS DO CULTO"
A IGREJA (templo)
O verdadeiro templo cristão não é o
edifício de pedras. Em Cristo, cada cristão se constitui o templo de Deus. Em
Cristo, onde dois ou três se reunirem em seu nome ali está ele - ali há culto
- ali é igreja (local de cultos).
Todas as religiões da antigüidade
tiveram seus lugares sagrados. Eram lugares acanhados comportando apenas a estátua
do deus e, com freqüência, o altar do sacrifício. O Tabernáculo, construído por
Moisés, era uma tenda de pequenas dimensões. Só o sumo-sacerdote nele entrava.
Os fiéis ficavam em redor, ao ar livre, em átrios preparados para eles.
O que diferencia e caracteriza a
igreja cristã é o lugar de reunião:
-
um edifício público destinado simultaneamente ao culto divino e à prece coletiva
dos fiéis.
E já que, por questões de ordem e de
espaço, decidimos ter um local próprio para celebrar os cultos de Deus, então
temos de cuidar dele com muito carinho, pois é símbolo da presença e ação de
Deus no mundo através do seu povo.
É como se Deus dissesse através do
templo: "_ terra, terra, ouve a Palavra
de Deus!" ou dissesse: Eu estou
aqui para vocês - desço e entro em suas vidas - me encarno na realidade de
vocês."
No momento do culto, a igreja é o lugar mais
importante da terra, centro da história e da vida do mundo. Todas as
atenções deviam se voltar para lá.
Por isso, as igrejas cristãs - no
seu aspecto externo, arquitetônico e paisagístico, devem procurar transmitir,
de forma harmoniosa e bela, essa grandiosidade e importância celestial.
Cuide-se então da boa localização e
acesso, da indicação e do estado do local do culto de Deus.
Ao
se construir a igreja, deveria se escolher o melhor terreno e a melhor
localização. Usar material de boa qualidade e mão-de-obra qualificada.
Deus zela pela qualidade e beleza de
sua casa. Nossa adoração a ele compreende o mesmo zelo: "Amo, Senhor, a habitação da tua casa". (Sl 26)
Em Êxodo 35, ao dar a orientação para a
construção do Tabernáculo e para a confecção de utensílios e vestes sagradas,
Deus solicita ao povo que oferte material de
boa qualidade e convoca artistas para a
execução da obra:
v. 05- "Façam uma
oferta ao Senhor...
v. 10- Todos os homens
habilitados deverão vir e fazer o que o Eterno mandou
v. 25- Todas as mulheres
hábeis traziam o que por suas próprias mãos tinham feito."
Quando da construção do templo por
Salomão, usou-se material nobre e muito ouro, para simbolizar a santidade e
pureza de Deus. (2 Cr 3 em diante).
O autor de Eclesiastes recomenda: "Tudo o que
você tiver de fazer, faça o melhor que puder"... (Eclesiastes
9.10)
Esse tudo
inclui a casa de Deus e o culto: - o melhor, o mais belo, dentro de parâmetros
litúrgicos e teológicos coerentes.
A arte é um dom de Deus e deve estar
a serviço dele. E tudo que envolve o culto do Senhor, deve ser feito e tratado
com arte. Tanto o local de cultos (interna e externamente), como os utensílios
litúrgicos, as vestes, a ornamentação, o canto, a música e a pregação também...
A medicina reconhece que o ambiente
exerce muita influência sobre o nosso ânimo. Um templo "prá baixo" (mal
cuidado, feio, cheio de mato, mal localizado), pode gerar desânimo também na
participação aos cultos e em conseqüência na missão e no ofertar. É o lado
psicológico de cada um de nós.
Além do que, cuidado, bom gosto e
qualidade artística em relação ao templo, representa, para os de fora, uma
parte de nosso amor a Deus e de nosso respeito às coisas sagradas.
"Adorai ao Senhor na beleza de sua santidade". (Salmo 96.9) Isto
vale tanto para o culto (reunião) quanto para o aspecto interno e externo do
templo.
O templo deveria ser um oásis
espiritual, aberto diariamente, a convidar os passantes a dar uma parada,
entrar e se revigorar, através de uma oração, ou leitura e meditação.
Igualmente à noite, a casa de Deus,
não deveria ficar às escuras. Deveria ser iluminada externamente, de forma a
dar-lhe destaque; e internamente poderia também permanecer com uma sugestiva e
discreta iluminação junto ao altar. Pois a igreja é símbolo da presença de
Cristo - a luz do mundo, entre nós. (Ver significado no Título: "As luzes na Igreja (velas)").
(Recomendo
a leitura do artigo "Pregando por imagens"
Pastor C.W.Winterle, Mens. Lut. jan. 1987, pp.12,13)
O ALTAR
O altar é o centro do culto da
congregação. Não é apenas uma peça do mobiliário sacro, como o púlpito ou ambos;
é um monumento.
O culto se desenvolve no altar, a
partir dele e ao redor dele.
Portanto, não é um adiáforo, que
tanto faz ter ou não ter no ambiente de culto. Nem é uma mesa decorativa ou
para colocação dos utensílios do culto.
No Novo Testamento o altar é, antes
de tudo, A MESA SAGRADA DA CEIA DO
SENHOR. É símbolo da graciosa presença de Deus em sua igreja.
Seu significado é o de sacrifício.
Simboliza primeiramente o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo para a
redenção do mundo.
Também simboliza o nosso sacrifício
pessoal, da oração, do louvor, e das posses a Deus, por meio de Cristo, nosso
Mediador e Sumo-Sacerdote.
Sendo o altar, por excelência, a
mesa de celebração da Santa Ceia, duas considerações se fazem necessárias:
1º - Todo culto deve ser com celebração da
Santa Ceia. Sem a Santa Ceia o altar perde o significado dentro do
culto e o culto está incompleto.
2º
- Sobre
a mesa do altar - devem ser colocadas apenas:
2.1. As
coisas pertinentes à celebração da Santa Ceia:
a)
jarra do vinho (não colocar garrafas ou litros sobre o altar);
b)
o cálice;
c)
a patena (prato do Pão);
d)
o cibório (recipiente depósito de hóstias).
2.2. O
livro do culto (agenda litúrgica).
(Mais
orientações in: Manual da Comissão de Altar,
Concórdia, p. 50).
Para
ornamentação da mesa da Ceia:
a) as toalhas e paramentos
apropriados, de tecido de boa qualidade, (nada de plástico); (Ver orientações
in: Manual da Comissão de Altar, Concórdia,
p. 70ss).
b) as duas velas eucarísticas -
brancas - representativas das duas naturezas de Cristo (Ver orientações in: Manual da Comissão de Altar, Concórdia, p. 43
e 49).
c) o crucifixo (com o corpo do
Cristo crucificado, esculpido). (Ver orientações in: Manual da Comissão de Altar, Concórdia, p. 43; Ver também:
Mensageiro Luterano, Julho/92, p.26).
Não
se põe sobre a mesa da Ceia:
a)
flores (a mesa do altar não deve parecer mesa de restaurante);
b)
nem Bíblia aberta (o lugar da Bíblia é de onde se proclama
a Palavra - púlpito de leitura ou púlpito da pregação). O costume da Bíblia
sobre o altar surgiu da necessidade de preencher o altar com alguma coisa
devido a prática equivocada da Igreja Reformada de não celebrar a Ceia
dominicalmente.
c)
a coroa de advento ou outros adereços natalinos;
Obs: Nos
altares que não se compõem só da mesa - mas dispõe do retábulo (degrau ou
estante mais elevada um pouco, junto e atrás do altar, dever-se-á colocar ali
as velas eucarísticas, o crucifixo e, para os que fazem questão de flores no
altar, então ali se colocam as flores, de forma discreta e harmoniosa, nunca
mais altas do que os braços do crucifixo, nem a encobri-lo. (Modelo de altar in: O culto cristão, Concórdia, 1988, p. 35).
A posição do altar:
O altar ocupa a posição mais honrosa
na igreja.
Deve estar em posição mais elevada e
assentado sobre chão firme. (Não sobre pisos falsos - ocos ou aéreos - tipo
sacadas/terraços).
Deve ter espaço amplo o bastante
para que vários oficiantes possam atuar ao mesmo tempo, sem aperto, quando isso
for necessário.
Durante o culto nada deve impedir a
visão do altar. Coral, leitores, apresentadores, ou equipamentos não deveriam
ser posicionados na sua frente.
A mesa do altar deve ficar
preferencialmente afastada da parede para permitir que o oficiante assuma a
posição que Cristo assumiu na instituição da Santa Ceia, ficando então atrás do
altar, de frente para a Congregação.
A decoração da igreja e o mobiliário
devem sujeitar-se ao altar, enfatizando a dignidade dele e não desviando a
atenção do mesmo. (Ver orientações in: Manual
da Comissão de Altar, Concórdia, p. 42).
Obs.: O
altar deveria permanecer ornamentado o tempo todo - e não ser usado para outras
coisas, nem tratado com desleixo e irreverência fora do momento do culto.
A construção do altar:
A mesa do altar deve ser construída
de material nobre, sólido, trabalhado (madeira maciça ou pedra). Não deveria
ser de madeira compensada. Não deve ser oco (tipo balcão) para evitar usá-lo
como armário ou depósito de material.
(Para
quem vai construir um altar, veja alguns modelos na p. 54, do Manual da Comissão de Altar.
- Sobre a parte de cima do altar (a mesa) veja
orientações na p. 43, título: "O topo do altar".)
O PÚLPITO
O púlpito - diferente do altar - não
é um monumento central e necessário do culto. É um mobiliário - trazido para a
igreja para facilitar o serviço da pregação. Como tal, poderia ser dispensável.
No entanto ele adquiriu um "status" e significado próprio que o
tornam peça importante dentro do templo.
Simboliza a presença de Deus na
igreja, no culto, pela Palavra.
Simboliza a autoridade da igreja em pregar a palavra de Deus.
Deus age dando-se a nós por meio de
palavras humanas: "Eis que ponho na tua boca as minhas palavras" (Jr
1.9).
A pregação é, nas mãos de Deus, um
instrumento importantíssimo de intervenção direta e profética na vida dos fiéis
e na vida da Igreja, a fim de consolar, corrigir, reformar...
A pregação, no entanto, não é o
ponto culminante e mais importante do culto; não deve monopolizá-lo, mas estar
em equilíbrio com o restante do culto e preparar e conduzir à Santa Ceia.
Localização:
Ele deve estar colocado no
presbitério, ligeiramente mais à frente do altar, indicando que é pela Palavra
que temos acesso a Cristo, presente na Santa Ceia. Não se deve, porém,
colocá-lo muito alto. Além de ser prejudicial à linha visual da comunicação,
põe a pregação em posição de relevo e destaque dentro do culto, em desarmonia
com as demais partes, especialmente a Santa Ceia.
Quanto
às leituras bíblicas, em não havendo o púlpito de leitura, recomenda-se
fazê-las, ou do próprio púlpito, ou ao lado do altar, de modo a não ficar de
costas para o altar durante a leitura.
Fabricação:
É recomendável fazê-lo de material
nobre, firme, maciço, evitando compensados. Pode ser móvel, para ser
deslocado, mas deve ser firme e estar bem assentado, por uma questão de
conforto e segurança ao pregador e para simbolizar que a Palavra de Deus é
firme como a rocha, segura e confiável. Seria conveniente que fosse do mesmo
material do altar e seguindo o mesmo estilo.
Junto a ele pode ser colocado um
crucifixo, simbolizando que a verdade central de toda a pregação é Cristo
crucificado.
(Para
quem vai montar um púlpito, veja alguns modelos na p. 54, do Manual da Comissão de Altar)
A PIA BATISMAL:
A pia batismal é, junto com o altar, o objeto mais importante
do culto.
O
santo Batismo é o sacramento de inclusão ou entrada no corpo de Cristo, a
igreja. Para simbolizar esta entrada ou incorporação, a pia é muitas vezes
colocada perto da entrada principal da igreja. Normalmente, porém, nós a colocamos
próximo ao altar, relacionando assim os dois sacramentos dados por Cristo.
Sua presença no local de cultos é
sempre lembrança do nosso batismo e, um importante símbolo a proclamar o que
Deus opera em nós e a favor de nós.
Deveria ser construída do mesmo
material do altar, respeitando o estilo.
(Para
quem vai fazer uma pia, veja alguns modelos na p. 54, do Manual da Comissão de Altar).
O modelo tradicional é de forma
octogonal. O número
oito simboliza o novo nascimento espiritual, diretamente relacionado à
ressurreição de Cristo, no primeiro dia da semana, que também era chamado de
oitavo dia.
Tendo em vista que o batismo é um
Sacramento que Cristo deu à sua igreja, é desejável que, sempre que possível,
ele se realize em culto público.
OS
PARAMENTOS
A palavra paramento
deriva de parare = preparar.
A casa de Deus é paramentada = preparada - simbolizando
que "a mesa está pronta" - para a
Ceia.
Paramentos,
portanto, são todos os objetos que usamos na Mesa da Santa Ceia e para o adorno
do recinto sagrado. Entre estes
estão as
toalhas e guardanapos do altar. A toalha superior, feita de linho
fino, simboliza o lençol que cobriu Cristo
na sepultura.
Quanto aos "antepêndios"
(os panos coloridos) - que chamamos
de paramentos
- usados no altar, no púlpito e no púlpito de leitura, - simbolizam a alegria
festiva pelo perdão que vamos receber na Ceia.
(Sobre as diversas toalhas e
guardanapos do altar, sua colocação e uso, ver: O
culto cristão, Concórdia Ed., 1988, p. 38 e Manual
da Comissão de Altar, Concórdia, p. 71, 82-85)
AS CORES DO ANO
ECLESIÁSTICO:
As cores passaram a ser usadas no
culto originalmente por motivos de beleza e alegria. Com o passar do tempo
foram sendo associadas a determinadas épocas do calendário litúrgico adquirindo
assim um simbolismo, que perdura até hoje, demarcando os diferentes momentos
litúrgicos do ano da igreja.
As
cores atualmente aceitas em nossa igreja são:
Branco - Simboliza
a perfeição, a glória, a santidade e a alegria. É destinado às grandes festas do Senhor e suas estações, como Natal,
Epifania, Páscoa, período Pascal e SS. Trindade.
Vermelho - Simboliza
grande fervor e zelo, vitória e triunfo. Usada no Dia de Pentecostes e festas
menores como dia da Reforma, dias de apóstolos e mártires da fé, aniversário da
igreja.
Roxo - Simboliza preparação e
penitência. Usada na Quaresma e no Advento (quando este for celebrado de forma
penitencial).
Verde - Simboliza
a vida e o crescimento espiritual produzido pela semente da Palavra de Deus.
Usado para os domingos comuns (não comemorativos de eventos eclesiásticos
especiais)
Azul - Simboliza
o céu, a alegria e esperança cristã - que vivenciamos em Cristo, enquanto
aguardamos seu 2º advento. É indicada para o Advento.
preto - simboliza a humilhação e morte do Filho de
Deus: Toda luz se apagou, o sol perdeu seu brilho, porque o Filho de Deus
morreu. Indicado apenas para 4ª-feira de cinzas e sexta-feira santa.
Escarlate - simboliza
o sofrimento de Cristo. Próprio p/ a Semana Santa.
Dourado - simboliza
a vitória, a coroação e a glória de Cristo, vencedor sobres os poderes do mal e
da morte. Indicada para os cultos pascais (entre a Páscoa e o Pentecostes).
Quanto aos desenhos dos paramentos é importante que eles sejam bem feitos
(desenhados) e os símbolos e decorações neles usados devem estar em harmonia
com o propósito para o qual se usa cada peça. Não se faz qualquer desenho só
porque é bonito mas sem um significado litúrgico coerente. (Sobre o simbolismo
de alguns desenhos próprios para paramentos e estolas confira Mensageiro Luterano, junho/1966, 8-10; Manual da Comissão de Altar, p. 121-131; O culto cristão, p. 51-55)
Os paramentos precisam ser feitos
por quem realmente habilitado, bordados à mão e em material de primeira
qualidade, genuíno, não imitações.
E, o
que não é comum em nossa igreja, - lembrar que a estola faz parte do conjunto de paramentos. Deve ser feita ou
adquirida junto com os paramentos, para ter o mesmo tecido, o mesmo tom, e
combinar nos motivos. Ela pertence aos paramentos da Congregação e não ao
pastor.
(Ver:
Manual da Comissão de Altar, Concórdia,
cap. XII e XIII)
AS
VESTES LITÚRGICAS
Altar e púlpito são devidamente
"preparados" (paramentados)
para o culto. O mesmo seria conveniente para as pessoas que participam do
culto, sejam eles os ministros ou os leigos. A Moisés, junto à "sarça ardente", Deus ordenou que
tirasse as sandálias, em sinal de respeito ao lugar santificado pela presença
de Deus.
No Antigo Testamento Deus determinou
aos sacerdotes e levitas que usassem trajes específicos ao ministrarem no
tabernáculo ou no templo.
A igreja do Novo Testamento não
recebeu tal ordenança de Deus mas, dentro do espírito de liberdade cristã, de
boa ordem, reverência e decência, foi influenciada por este exemplo e
desenvolveu novos tipos de vestes conforme suas necessidades.
Na sua origem, as vestes sacerdotais
eram vestimentas civis (comuns). O princípio que foi norteando a questão da
vestimenta na igreja era de que para o culto se
usava, se possível, a melhor roupa que se tivesse, uma roupa de festa, que
não se distinguia do vestuário profano. Os dirigentes da comunidade (bispo,
presbítero, diácono) usavam roupas características de sua posição e cargo.
Assim trajavam as vestes próprias da classe intelectual. (A alba branca, a
túnica colorida, a casula, e a estola).
Este vestuário não obedeceu a regras
rígidas, mas não demorou a surgir a prescrição de que as vestes usadas no
serviço do altar não poderiam ser trajadas em outras ocasiões.
Quando através dos séculos o
vestuário foi se modificando, tal não aconteceu no culto, onde permaneceram as
vestes usuais. Assim aconteceu que, com o passar do tempo, o traje litúrgico se
distinguiu completamente do vestuário usado diariamente. Até a Reforma
conservou-se, em toda a cristandade, o traje oriundo da igreja primitiva.
Lutero não modificou nada neste setor. Ele e seus companheiros usaram as vestes
brancas e coloridas, então em uso, para a celebração da Santa Ceia. Por ocasião
da pregação, parece ter usado seu talar de professor, o mesmo que usava nas
suas preleções.
Mais tarde o uso das vestes talares
brancas e coloridas, por influência de movimentos reformistas não luteranos,
foi abandonado em determinados tempos e lugares, mas fazem parte, até hoje, de
nossa herança cristã e luterana.
Quanto ao simbolismo podemos dizer
que:
1) A ALBA ou sotaina branca simboliza a inocência e "manto de
justiça" que recebemos de Cristo. Indicada para o uso no culto
eucarístico.
2) A ESTOLA representa o "jugo de Cristo", ou seja: - o pastor
está sob as ordens e a serviço de Cristo quando a usa. (Só pastores ordenados a
usam).
Obs: As estolas devem compor com
os paramentos, na cor e no símbolo do momento do Ano Eclesiástico. Ela faz
parte dos paramentos do altar e cada Congregação deve confeccioná-las ou
adquiri-las junto com estes.
3) A CORRENTE COM A CRUZ - símbolo de autoridade pastoral. (Deveria ser
usada somente pelo pastor presidente e conselheiros).
4) A BATINA PRETA, bem como o colarinho clerical são oriundas das
vestimentas domésticas de professores, de clérigos, juízes e oficiais de
justiça, dos séculos XVI e XVII, adotados por igrejas reformadas. Os luteranos
os adotaram por influência destas. Mas elas não têm nenhuma simbologia litúrgica
plausível. O preto é a ausência das cores, da luz, não simboliza a alegria e a
luz que as vestes brancas acompanhadas das estolas tem.
5) A SOBREPELIZ BRANCA é usada por cima da Batina Preta nos ofícios
religiosos em geral, tanto por pastores como por diáconos leigos.
A veste litúrgica, se não é
necessariamente essencial, é recomendável e prática. Ela tem a função de
encobrir o indivíduo e ressaltar a função sacerdotal. Naquele momento da
celebração, desaparece o que caracteriza o homem e fica evidente o sacerdote -
servo e ministro de Cristo.
Ao mesmo tempo elas sugerem
reverência, alegria, festa.
Os fiéis também deveriam "paramentar-se"
para a celebração do culto.
Uma é a roupa de trabalho, outro o
traje de passeio, outro o da prática do esporte. Poderiam ter também o traje
para o culto. Discreto, bonito, sem ostentação, que não chame a atenção nem
distraia e tire a concentração dos demais, mas que contribuam para a
reverência, alegria e beleza do momento.
Não é recomendável o uso de camisetas
de clubes de futebol, ou de propagandas de firmas, ou com dizeres estranhos ao
espírito do Evangelho. Nem roupas transparentes, ou colantes, que realcem o que
não convém ser realçado no culto.
Vestes para Acólitos (Diáconos) e outros
auxiliares.
Embora pouco utilizado por nós, convém que ao
menos uma Bata ou Sobrepeliz branca seja por eles usada, quando estão servindo
no culto.
Vestes para confirmandos
É conveniente e fica bonito o uso de batas
brancas para meninos e meninas nesta ocasião. Além da uniformidade reverente, e
de encobrir as vaidades dos desfiles de moda, elas podem simbolizar o manto da
justiça e santidade recebido no batismo. Por outro lado, evita-se despesas
desnecessárias aos pais
(Sobre outras vestes litúrgicas ver:
Manual da Comissão de Altar, Concórdia, p.
86-93).
A CRUZ
E O CRUCIFIXO
A cruz é o distintivo cristão por
excelência. Desde o 4º século ela propagou-se como ornamento de templos,
cemitérios, casas, e como adorno pendurado ao pescoço.
A CRUZ VAZIA é o mais forte e importante
símbolo presente em toda igreja e culto cristão. Deve estar nas fachadas,
torres, portas, placas...
Dentro do ambiente de culto ela deve
estar por trás do altar, e sobressaindo acima dele. Ela simboliza a vitória de
Cristo sobre a morte e aponta para a nossa futura ressurreição.
O CRUCIFIXO, por sua vez, é o mais
importante ornamento do altar. A cruz contendo a escultura do corpo de Cristo, enfatiza a sua humanação e seu sacrifício
vicário.
Essa duplicidade simboliza: na cruz vazia,
o nosso futuro glorioso na ressurreição; e na cruz com o Cristo crucificado, o
nosso presente pecaminoso, para o qual só há perdão e salvação Naquele que se
deu por nós na cruz e vem a nós com os benefícios deste sacrifício, na Santa
Ceia.
A cruz eleva nossos pensamentos ao
céu, de onde vem nossa salvação, e igualmente nos encaminha para o mundo de
Deus - a quem Jesus serviu com sua vida e a quem somos convidados a amar e
servir também.
A CRUZ PROCESSIONAL - é considerada a
verdadeira cruz litúrgica originalmente utilizada na igreja. Era usada em
cortejos religiosos, procissões, desde o século V. Compõe-se de uma haste e a
cruz propriamente dita, de madeira ou de metal, destacável da haste para
colocar sobre o altar para a celebração eucarística. Também pode ser colocada
ao lado do altar, com a haste, num pedestal apropriado. No cortejo
(processional) - ela sempre deve ir à frente e ser bastante alta para sobressair
a tudo, e a todos, simbolizando que Cristo é quem abre e dirige a nossa devoção
e culto. O portador da cruz (o crucificerário)
deve cobrir-se com uma sobrepeliz.
Ela pode ser usada nos cultos em que
há um processional de entrada (e saída), nos cultos ao ar livre, no cortejo
fúnebre...
(Maiores
informações sobre a cruz e o crucifixo: Manual da
Comissão de Altar, Concórdia, p. 43 e 120; A
casa de Deus, Edith Thomas, Ed. Sinodal, 1968, p. 22-25; Mensageiro Luterano, P. Weirich, Julho 1992,
p.26)
AS
OFERTAS
Algumas pessoas gostariam que não
houvesse recolhimento de ofertas no culto, alegando que o dinheiro é símbolo do
mundo profano.
No entanto, se a Palavra de Deus a
tudo santifica e dignifica, também o faz com o dinheiro que, a exemplo de nossas
vidas profanas, uma vez santificadas, se tornam preciosos instrumentos nas
mãos de Deus.
As ofertas em dinheiro no culto são
parte da nossa adoração e da nossa resposta ao amor de Deus que nos supre com o
perdão e todo o necessário para o viver. Jesus fez a oferta (sacrifício) de sua
vida por nós e nós ofertamos (sacrificamos) a ele nossas vidas e os diversos
dons que ele nos deu, inclusive o dinheiro.
O AMBIENTE:
O ambiente de culto deveria ser
preparado para cada culto segundo o tema proposto e/ou o evento do Calendário
Eclesiástico, de tal forma que, ao adentrar a igreja a pessoa já seja impactada
pela comunicação litúrgica/simbólica do ambiente, que associada à mensagem do
culto, a faz compreender e reter melhor a palavra de Deus. (Ex.: Domingo de
Ramos: - decoração com ramos verdes).
AS
LUZES NA IGREJA (VELAS)
Deus é luz inacessível que faz a
muitos se alegrarem com a sua luz. A primeira palavra que procede da boca de
Deus na criação é: "Haja luz".
Quando a Bíblia quer falar da glória de Deus, costuma usar a linguagem da luz:
"Senhor, Deus meu, como tu és
magnificente! Sobrevestido de glória e majestade, coberto de luz como de um
manto". - "na tua luz vemos a luz". - Cristo, nos
evangelhos, é chamado "sol nascente
que nos veio visitar para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da
morte". - Ele mesmo se autodenomina "a luz do mundo" e afirma que seus seguidores são "filhos da luz" e "luz do mundo".
-
Por essa riqueza de expressões bíblicas é que a luz tem grande importância
simbólica na liturgia.
O
uso simbólico e cerimonial da luz é prescrito pelo próprio Deus para o
culto do Antigo Testamento.
É por causa deste simbolismo que há
velas na igreja. Com a luz elétrica elas não seriam mais necessárias para
iluminação - mas elas permaneceram.
O fogo simboliza o amor-sacrifício. As velas no
culto simbolizam a Cristo, a luz do mundo. Ao queimar simbolizam o
amor sacrificial tanto de Cristo, como de seus discípulos. Simbolizam também a
luz da Palavra de Deus que irradia no culto.
O próprio lugar de culto deve ser um
lugar de luz, bem iluminado, simbolizando que a luz da Palavra de Deus afugenta
as trevas. Amplas janelas para entrar a luz do sol de dia e, se o culto for à
noite, que a iluminação seja profusa, maior do que a mínima necessária. Além
disso, pode-se ter luzes especiais, para focar e realçar o altar, um estandarte,
a cruz. Elas criam uma comunicação visual que, além de bonita, alegra o
ambiente.
A quantidade de velas:
Ladeando o crucifixo, no altar,
devem ir as duas velas (brancas), chamadas
eucarísticas, (da Santa Ceia), representando as duas naturezas de Cristo
(divina e humana). Deveriam ser acesas somente na celebração da Santa Ceia e
apagadas ao término desta.
Castiçais
com mais velas (3, 7, 10 velas), devem ser colocados ao lado ou atrás do
altar, em estantes ou pedestais próprios ou dependuradas do teto.
O acender e apagar das velas deveria ser
realizado cerimonialmente por um acólito paramentado (com uma bata ou
sobrepeliz branca) munido de um acendedor e apagador de velas apropriado.
Acender com fósforo ou isqueiro e apagá-las com o dedo ou com um sopro não é
muito reverente.
Obs: - Se
só há fósforo ou isqueiro para acendê-las, acenda-se antes de chegar o primeiro
participante do culto. Ou, um acólito, paramentado, durante o prelúdio, entra
com uma vela acesa na sacristia, e acende-as.
O acendimento das velas deve seguir a ordem
seguinte: - no início do culto, as dos castiçais e candelabros fora do
altar. As duas velas eucarísticas, na hora da celebração da Santa Ceia. Se
houver somente as da Santa Ceia, podem ser acesas no início do culto também.
Usar sempre velas verdadeiras, (51%
de cera, preferencialmente). Não lâmpadas elétricas ou velas de parafina.
Só é
necessário substituir as velas quando estão num tamanho que não durem mais
um culto inteiro.
Velas especiais usamos nos seguintes períodos:
Advento - (Coroa
de Advento: 4 + 1, ver informações no título: "Coroa de Advento")
Quaresma - O "Menorah" (Castiçal
com 7 velas) brancas, todas acesas no início da Quaresma, e depois sendo
apagadas uma a uma a cada domingo.
Páscoa - A vela pascal (círio pascal) é um
símbolo da ressurreição de Cristo e de sua presença visível na terra nos quarenta
dias até sua Ascensão.
Ela
é colocada num suporte sobre o piso, perto da ponta do altar onde se lê o
evangelho. Ela permanece ali e é acesa em todos os cultos litúrgicos até a
leitura do evangelho do dia da Ascensão. Nesse dia ela será apagada quando forem
lidas as palavra do evangelho: "...
foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus" (Mc 16.19). (Mais
detalhes ver Manual da Comissão de Altar,
Concórdia, p. 103)
Velas de Batismo/Velas de Funerais (ver Manual da Comissão de Altar, Concórdia, p. 102
e 103)
Período pascal - do 1º domingo após Páscoa
até Pentecostes pode-se novamente usar o "Menorah" (Castiçal com 7
velas) brancas. Serão acesas uma a uma a cada domingo, indicando a aproximação
do Espírito Santo e seus dons.
- ESTANDARTES
O estandarte, ou panô, é a mais
versátil de todas as formas de arte eclesiástica. Não é cara e pode ser mudada
com freqüência. É vistoso. Apela para a visão, o sentido através do qual
aprendemos a maioria das coisas. Um estandarte bem planejado pode ser um eficiente
recurso didático, ajudando a abrir ouvidos e corações para uma mensagem que já
foi ilustrada simbolicamente, desde o início do culto. Há referência a eles no
Antigo Testamento: (Sl 60.4; Cl 2.4; Is 11.10). - Foram introduzidos como arte
sacra cristã no tempo do imperador Constantino. (Manuais, com modelos, disponíveis na Biblioteca do Seminário Concórdia).
AS FLORES e FOLHAGENS
Até a época de Lutero e após a
Reforma não se colocava flores no altar.
O
costume surgiu na Igreja Católica, durante a Contra-Reforma, no século XVII.
As flores não são essenciais ao culto,
como componente litúrgico. Mas,
no
espírito da liberdade cristã, de adorar a Deus com beleza e alegria, podemos
trazê-las, expressando consideração e reverência para com Deus e sua casa.
No entanto, temos que levar em
consideração o tipo e tamanho da igreja e do altar. É preciso ter equilíbrio,
bom senso, bom gosto e moderação.
A mesa do altar não é lugar para flores.
Nos altares que dispõe do retábulo (degrau ou estante mais elevada um pouco),
junto e atrás do altar, poder-se-á colocar ali, além das velas eucarísticas e o
crucifixo, as flores, de forma discreta e harmoniosa, nunca mais altas do que
os braços do crucifixo nem a tapar este. Elas não devem chamar a atenção sobre
si mesmas.
O ideal seria colocá-las em
pedestais apropriados ao lado, ou atrás do altar, sem atrapalhar a movimentação
dos oficiantes e nem ofuscar nenhuma decoração significativa, como crucifixo,
vitrais, quadros, e tão pouco esconder os utensílios de Santa Ceia. (Deve-se
remover embalagens de plástico ou de celofane, fitas, etc.)
Flores plantadas não devem ser
colocadas no altar (retábulo), mas em pedestais próprios ao lado dele, ou no
chão. O altar é o local-símbolo do sacrifício de Cristo, que foi cortado da terra dos viventes. Por
isso, ali, só flores cortadas, simbolizando esse sacrifício, doação.
As flores jamais devem ser
artificiais (plástico, papel, tingidas, etc). Tudo o que ofertamos a Deus deve
ser autêntico, puro, nunca uma imitação.
A presença, quantidade ou ausência
de flores, pode ajudar a expressar o tipo de culto que se realiza. Se a ideia
principal é de tristeza, arrependimento, reserva, silêncio, devem ser usadas
flores mais escuras e em cores não muito vivas ou, até, nenhuma flor é a melhor
ornamentação (como nos cultos quaresmais). Se o espírito é de alegria e festa,
tanto mais vivas e numerosas poderão ser as flores. Evitar arranjos com mistura
exagerada de tipos e cores, e o excesso de vasos e flores amontoados sem um
plano estético e simbólico.
A cor das flores independe da época
eclesiástica, mas pode se buscar um equilíbrio com a cor eclesiástica e seus
símbolos, a fim de ajudar a exprimir a temática de cada culto, ou harmonizar
com o ambiente.
Não deixar flores murchas no templo. É
preferível que dominicalmente se envie as flores com um cartão de saudação da
Congregação a alguém doente ou de aniversário, ou se homenageie os visitantes.
Pode haver arranjos de flores e
plantas ornamentais em outros pontos da igreja, fora do ambiente do altar,
desde que não desviem a atenção deste, nem atrapalhem a visão dele, ou a
locomoção das pessoas.
(Mais informações sobre as flores na
igreja, ver: Manual da Comissão de Altar,
Concórdia, p. 116-119)
As folhagens não fazem parte da decoração
da igreja, especialmente do altar. Não há explicação litúrgica para seu uso. Em
todo o caso, dentro do espírito da liberdade, assim como ornamos nossa casa com
folhagens, elas podem ser usadas como um complemento estético, desde que não
chamem a atenção demasiado para si, não atrapalhem a visão do altar e nem
congestionem o espaço junto ao altar. Elas podem compor o ambiente
liturgicamente - em um culto específico e temático sobre a criação, ou a
ecologia.
-
A COROA
DE ADVENTO
A Coroa de Advento é uma forma de expressar
alegria pela vinda de Cristo. Ela deve ser preparada anualmente e sempre com
ramos verdes naturais. Igualmente deve se usar velas legítimas e não lâmpadas
elétricas. E devem ser acesas - uma no 1º domingo de advento, duas no 2º, e
assim por diante, se não, ela perde seu sentido. Também não vão na Coroa de
Advento bolinhas coloridas e outros enfeites natalinos. Somente os ramos
verdes enlaçados por uma fita vermelha de tecido (não plástico ou papel) e as
velas.
O lugar da Coroa na igreja: - Ela nunca
deve ficar sobre o altar, nem dependurada em frente a ele de forma a atrapalhar
ou desviar a atenção deste.
Pode
ser colocada num pedestal ao lado do altar, contrabalançando com outro pedestal
do outro lado, onde ficam outras velas litúrgicas ou as flores.
- A cor das 4 velas da coroa pode
sugerir a temática do advento: - na igreja, deveriam ser usadas velas brancas.
Em casa, no salão ou outros locais, pode-se
usar velas coloridas para expressar a ênfase que se quer dar:
- quatro velas azuis simbolizando a esperança e a alegria em Cristo;
- quatro velas vermelhas - simbolizando o amor de Deus revelado ao
mundo no natal (embora este significado já apareça na fita vermelha);
- quatro velas roxas ou violeta - se a ênfase é penitencial
(preparação).
Além das quatro velas tradicionais,
que marcam cada um dos quatro domingos de advento, pode-se usar no centro da coroa, uma
vela branca, maior que as outras. Ela simboliza o cumprimento da
profecia, a chegada de Cristo, - a luz do mundo, no Natal. Só será acesa no
Natal.
Significado:
- O Círculo da Coroa simboliza a aliança de Deus com a humanidade,
através de Cristo.
- A fita vermelha simboliza o amor de
Deus que nos enlaça.
-
Os ramos verdes simbolizam a
esperança cristã na vida eterna.
- As quatro velas, simbolizam o tempo da espera pelo Salvador -
quando a luz das profecias messiânicas foi se tornando cada vez mais forte, até
que Cristo mesmo veio e disse: "Eu
sou a luz do mundo".
Simbolizam também a alegria da
aproximação de Cristo, a "LUZ DO MUNDO", que veio no Natal, - que vem
diariamente pela Palavra e Sacramentos e que virá no dia derradeiro - seu 2º
advento.
A SIMBOLOGIA DOS GESTOS:
a)
O SINAL
DA CRUZ:
Traçar
o sinal da cruz sobre pessoas, objetos e elementos, é um gesto que aparece
com muita freqüência em nossa liturgia, como símbolo de dedicação e consagração
a Deus, e da bênção do Deus Triúno por meio da cruz de Cristo.
Essa presença tão freqüente da cruz
e do sinal da cruz nos faz lembrar continuamente que toda a Liturgia não é
outra coisa do que a evocação do mistério pascal de Cristo, que por sua morte e
ressurreição nos traz nova vida.
O sinal da cruz, segundo Basílio
(século 4), é de origem apostólica. Era aplicado no Batismo e na Santa Ceia, na
liturgia do culto e na vida diária do cristão.
É um
gesto confessional, que define nossa fé na SS. Trindade. Ao fazê-lo
sinalizamos que por meio de Cristo, pertencemos a Deus e é dele, por meio de
Cristo, que provém toda bênção e a nossa salvação. É também um sinal de
consagração e obediência, submetendo toda nossa vida a Deus, por meio de
Cristo.
Quando na Invocação o fazemos sobre
nós mesmos, com a mão espalmada indo da fronte ao peito, depois para os ombros
direito e esquerdo, sinalizamos que, por meio da redenção da cruz, podemos e
queremos adorar a Deus com todo o nosso ser. Declaramos que todo o nosso pensamento,
nossa vontade e nossa ação, representadas pela fronte, pelo peito e pelos
braços, à luz da morte de Cristo, se desenvolvem em nome da SS. Trindade.
Também indica que cremos em Deus com nossa mente, amamo-lo de todo o coração e
servimos a ele no mundo com os nossos braços. Lutero recomenda fazê-lo no
início de nossas orações diárias.
b)
DO
LEVANTAR-SE:
Estar de pé expressa sobretudo
respeito e honra a Deus, presente entre nós na Palavra e nos Sacramentos. Expressa
também prontidão para ouvir a Deus e disposição para obedecê-lo. Por isso, é a posição própria para ouvir o Evangelho,
para a oração dos fiéis, a profissão de fé a ação de graças.
c)
DO
ASSENTAR-SE:
Estar assentado expressa acolhimento e
meditação. Daí o estar assentado para ouvir a palavra de Deus e para acolhê-la
no coração.
d)
DO
AJOELHAR-SE:
O ajoelhar-se exprime humildade,
arrependimento, respeito, adoração, entrega e consagração.
Nossa Liturgia o recomenda para
todos no momento da Confissão dos pecados e, particularmente, nas cerimônias
de ordenação e instalação (pastores e professores) e nas bênçãos e votos
especiais (confirmação, casamento, etc). Em algumas congregações se recebe a
Santa Ceia ajoelhado.
Lutero o recomenda para os momentos
de oração individual. Neste caso, além da reverência, o ajoelhar-se pode ajudar
na concentração. O apóstolo Paulo escreveu: "Por esta causa me ponho de joelhos diante
do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo"; e citando o Antigo Testamento:
"...diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará
louvores a Deus."
e)
DO
JUNTAR AS MÃOS:
O gesto litúrgico de unir as mãos,
juntando as palmas ou entrelaçando os dedos, para a oração, expressa
recolhimento, devoção, reverência. É um ato de aquietar-se, parar de fazer
qualquer outra coisa, para falar com Deus. Embora Deus nos ouça em qualquer lugar,
a qualquer momento, com mãos unidas ou não, é importante para o nosso espírito
que também o corpo esteja desocupado e ore junto. As mãos que se desocupam e se
juntam expressam um reverente e confiante colocar-se nas mãos de Deus. Como no
ajoelhar-se, o juntar as mãos ajuda na concentração. É gesto recomendado ao nos
aproximarmos do altar na Santa Ceia.
f)
DA
IMPOSIÇÃO DAS MÃOS:
É sinal de bênção e de
reconciliação, de transmissão do dom do Espírito Santo. Jesus impunha suas mãos
freqüentemente sobre as pessoas; - sobre as crianças trazidas a ele, para as
abençoar; sobre os enfermos, para os curar. Das suas mãos emana poder e
bênçãos.
No gesto litúrgico de impor as mãos é
o próprio Senhor quem opera através de nós, consagrando e transmitindo seus dons,
sua bênção.
g)
A
GENUFLEXÃO: (Gesto de curvar-se dobrando ligeiramente um ou os dois
joelhos).
É por excelência um ato de adoração
e reverência, recomendado quando nos aproximamos do altar, para o batismo e
para a Santa Ceia.
AS PESSOAS NO
CULTO
OS
OFICIANTES:
Na pessoa do pastor, na celebração
do culto, temos simbolizada, de maneira viva entre nós, a presença do próprio
Senhor Jesus Cristo, Pastor e Senhor da Igreja. Assim que, por boca do pastor,
é Cristo que absolve, que batiza, que consagra e que dá o pão e o vinho, na
Santa Ceia.
E assim, os ministros auxiliares,
diáconos, acólitos, no ofício do culto, revelam para nós, de modo bem pessoal,
o Cristo que veio não para ser servido, mas para servir.
A
CONGREGAÇÃO:
A congregação é o povo convocado por
Deus para ouvir a sua Palavra e fazer com ele uma Aliança. É o povo de Deus
chamado para viver na comunhão da SS.Trindade - implantando no mundo o reino de
Deus.
A congregação reunida em culto,
Þ
é a
expressão do amor de Deus pelo mundo.
Þ
simboliza
e prefigura o povo de Deus reunido para sempre na glória eterna.
Þ
recria
o mundo perfeito projetado pelo Criador, onde todos são irmãos, onde todos são
iguais, onde todos se amam e se respeitam. E desta forma ela sinaliza qual é,
de fato, o mundo que Deus quer.
Þ
é
memorial e testemunho vivo da ação de Deus na história.
Þ
é o
centro vital e o novo começo da história da humanidade.
Þ
ela é
esperança para o mundo.
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Congr.Prof.Esc.Sup. de Teol/Inst.Conc./S.Paulo, (estudo para a 50ª
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16.
O simbolismo do templo cristão - Jean Hani,
Coleção Esfinge, Edições 70, Lisboa
Rev.
João Carlos Tomm
São Leopoldo, RS
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