“Quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram” (Mateus 25.40).É contraditório dizer: “Eu te agradeço, Senhor, pela comida, casa, saúde, fé, perdão, salvação...”, se este louvor aos céus não baixar à terra – em atitudes concretas de amor aos desprovidos.
Ação de graças não é dar esmolas, fazer assistencialismo, muito menos praticar obras de caridade para merecer as dádivas divinas. Aliás, sempre é bom lembrar que as bênçãos na terra e no céu são presentes de Deus devido ao sacrifício de Cristo, e que as boas ações dos agraciados são consequências da fé neste imensurável amor. Quando um seguidor de Cristo estende a mão ao semelhante, faz isto impulsionado por aquilo que já recebeu de graça. “Charis” é o termo grego de “graça”, também traduzido por carisma, dom, presente. Ou, como diz a Bíblia:
“Pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus (...) Foi Deus quem nos fez o que somos agora (...) para que fizéssemos as boas obras” (Efésios 2.8-10).É só ler o restante da epístola sagrada para descobrir que as boas obras são tudo aquilo que o mundo tanto precisa, sobretudo ao recomendar: “Sejam bons e atenciosos uns para com os outros” (4.32).
Por fim, ação de graças é bálsamo às próprias feridas quando o bom samaritano reflete no coração e nos gestos. É a melhor terapia para angústias, amarguras, aflições. Ouso dizer que a doença do século, a ansiedade, tem grande culpado no crescente egoísmo da modernidade. Se olharmos mais para cima por aquilo que temos e olharmos mais para o lado por aquilo que os outros não tem, a vida terá sentido e as aflições se dissiparão.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Novo Hamburgo, RS
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