Chamou-me atenção o caso do humorista Felizberto Duarte, o Feliz, de 71 anos, o homem do tempo que finalizava seu programa com o “piriri-pororó”. Hospitalizado e deprimido, o “Feliz está infeliz”, anunciava a manchete. “Eu só queria que ele tivesse um pouco de dignidade e não acabasse a vida dele assim, tão chateado”, lamentou a mulher dele. É duro pensar nisto, mas a satisfação que hoje tenho com o trabalho, a família, os amigos, a saúde, o lazer, enfim, esta vida de realizações, tudo acabará. E depois? Como enfrentar este terremoto, de um dia levantar da cama e perceber que o meu tempo acabou?
O rei Salomão já confessava: “Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso?” (Eclesiastes 1.3). Este homem culto, inteligente, poderoso, rico, bem sucedido, reconhece que tudo é como correr atrás do vento – palavras que repete insistentemente no livro. No final, depois de confessar que “ninguém sabe quando a hora da desgraça vai chegar” (Eclesiastes 9.12), faz uma recomendação: “Tema a Deus e obedeça aos mandamentos, porque foi para isto que fomos criados. Nós teremos que prestar contas a Deus de tudo o que fizemos e até daquilo que fizemos em segredo, seja o bem ou o mal” (Eclesiastes 12.13-14). Intrigante! Além das doces ilusões e desagradáveis surpresas terrenas, ainda existe este tribunal divino? Na verdade, este é um dos lados da moeda. Salomão lembra que estas palavras são como as varas pontudas que os pastores usam para guiar as ovelhas (Eclesiastes 12.11).
Muito tempo depois o apóstolo Paulo escreveria: “Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, somos as pessoas mais infelizes deste mundo.” (1 Coríntios 15.19). Lembra, no entanto, que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia da nossa própria ressurreição (1 Coríntios 15.20). Em outra carta Paulo diz que “nada pode nos separar do amor de Deus, nem o presente nem o futuro, nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo.” (Romanos 8.38,39). Esta foi também a convicção do rei Davi, pai de Salomão e antepassado de Jesus: “Estou certo de que o Senhor está sempre comigo; ele está ao meu lado direito e nada pode me abalar. Por isto o meu coração está feliz e alegre, e eu, um ser mortal, me sinto bem seguro, porque tu, ó Deus, me proteges do poder da morte.” (Salmo 16.8-9). Por isto confessa: “Quando me deito, durmo em paz, pois só tu, ó Senhor, me fazes viver em segurança.” (Salmo 4.8).
Sinceramente não sei o que pode me acontecer nos próximos minutos. Mas sei quem estará comigo. E isto me deixa mais tranqüilo.
Comunidade São Paulo - Novo Hamburgo-RS
10 de julho de 2008
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