
Em todo o caso, virou um mercado com “m” maiúsculo. "Não criei o Dia das Mães para ter lucro", disse Anna Jarvis, a idealizadora desta data mundial. Ela até entrou com um processo em 1923 para cancelar a data festiva nos Estados Unidos, mas sem sucesso. Anna morreu em 1948, aos 84 anos, sem nunca casar e ser mãe. Filha de pastor metodista, tudo começou quando em 1905 ela fez uma singela homenagem pelo primeiro ano de falecimento de sua mãe, enviando 500 cravos brancos para as mães da sua congregação. Percebe-se daí que o Dia das Mães começou mesmo com o “m” da morte. E quem sabe é por isto que hoje, quando a mãe vive morta de cansada e estressada, no lugar dos cravos, deveríamos oferecer um alento para a dona da mão que não tem mais tempo para embalar o berço, e por isto, desse mundo embalado na desgraça.
Quando a mãe moderna precisa manter o equilíbrio melindroso da trinca maternidade-matrimônio-mercado, não é por nada o “m” do “meu Deus me ajuda”. Por isto a infelicidade da mulher que precisa cuidar da casa, do trabalho fora de casa, dos filhos, e ainda dar atenção ao marido. Tal situação é apontada como a principal causa de brigas e separação entre casais. E aí surge o “m” da madrasta – aquela que matou Isabella Nardoni. Com tantas separações de pai e mãe, é cada vez maior o número de padrastos e madrastas, e os casos de abusos, assassinatos e violência contra os filhos e enteados. Por isto o “m” da maldade – aquela que segundo palavras de Jesus (Mateus 24.12), vai se espalhar de tal maneira, que o amor de muitos esfriará. O que gera um planeta monstruoso e maldito.
No entanto, se o “m” da maldade surge porque em pecado fomos concebidos, ainda bem que existe o “m” da misericórdia divina. Porque, igual à mãe que consola o filho, Deus promete que também nos consolará (Isaías 66.13). Um Deus-mãe que mandou o seu filho para salvar o mundo e não para julgá-lo (João 3.17). E quando neste mês de maio também lembramos o “m” da mensagem de Pentecostes, que através do Espírito Santo enche o mundo das maravilhas do amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gálatas 5.22), então o mundo não está perdido na maldade.
Ah, lembrei ainda do “m” de mandamento, aquele mencionado pelo Messias, o filho de Maria: “Honra o teu pai e a tua mãe”. E se o modo natural da vida é deixar a própria mãe para se unir a mãe dos filhos, ainda permanece o mandamento do amor: “Não despreze a sua mãe quando ela envelhecer” (Provérbios 23.22). São tantas palavras com a letra “m” que falam da mãe, que só resta dizer o “m” de muito obrigado.
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