Existe um conflito óbvio e permanente da nova lei da união civil homoafetiva com a fé cristã. Mas, num país onde estado e religião não se misturam, a Constituição Brasileira carrega a sabedoria divina ao dizer que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença”. Enquanto esta regra permanecer, devemos procurar a paz social e o respeito às diferenças, mesmo que elas sejam tão opostas. O problema é a conduta extremista de cada lado: paradas gays, incitações fundamentalistas, agressões, propaganda da mídia contra os valores cristãos, ideologias. Enfim, esta guerra moral e imoral praticada por dois extremos.
O cristão tem a tarefa de viver e pregar o Evangelho. Não precisa fazer novas leis, nem julgar. Elas estão nos Dez Mandamentos e nas orientações da Bíblia, e quem julga é Deus. Assim, o seguidor de Cristo não é juiz nem advogado, mas testemunha. Com respeito ao casamento e à família, a regra divina é uma só desde o princípio (Gênesis 2), confirmada pelo Senhor Jesus: “No começo o Criador os fez homem e mulher. E Deus disse: Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa.” (Mateus 19).
Por isto, mesmo quando a deputada Manuela D’Ávila prega que “qualquer maneira de amar vale a pena” ao defender a relação homoafetiva, para os cristãos só existe um amor conjugal que vale a pena: “Marido, ame a sua esposa assim como Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela” (Efésios 5.25). E se o ministro Ayres Britto lembrou que “nas coisas ditas humanas, não há o que crucificar, não há o que idealizar, há só o que compreender”, cabe lembrar que nas coisas divinas Cristo foi crucificado para idealizar um amor impossível de compreender. Aqueles que seguem esta afeição divina fazem de tudo para viver o amor ideal no matrimônio e nas outras relações. Um desafio cada vez maior nesta sociedade carente de afeição que vale a pena.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo-RS
12 de maio de 2011
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