No último domingo, zapeei algum tempo com o controle remoto da TV. É impossível não saber: o carnaval está “chegando” novamente ao Brasil. A tragédia do Haiti ainda ocupa os holofotes, mas de maneira crescente os meios de comunicação voltam suas pautas para considerada “maior festa popular do Planeta”. Cada vez mais, tamborins, cuícas, fantasias, passistas, blocos aos poucos anunciam a sua chegada, convocando o povo para dias de “muita festa”.
Mas que festa? O Dicionário Etimológico Nova Fronteira explica que o carnaval é o "período anual das festas profanas, os três dias imediatamente anteriores à quarta-feira de cinzas, dedicados a folias, folguedos... do italiano carnevale". Ou, literalmente, festa da carne, carnal; relativa aos “prazeres” conectados com o lado físico do ser humano.
Boa parte das denominações religiosas cristãs tem procurado ficar a uma boa distância do carnaval. Não que exista algo errado no fato do cristão festejar, pular, cantar, alegrar-se. Também não existe problema no carnaval como uma manifestação cultural de grande mobilização e intenso apelo estético. O problema está no que o carnaval simboliza, provoca e, em muitos casos, pressupõe em diversos círculos sociais: o culto à “carne” (em detrimento de “espírito”), libertinagem, drogas, bebedeiras, sexo desvairado, desprotegido e, na maioria das vezes, descompromissado. Quem "pula" carnaval expõe-se ao risco de ser afetado negativamente por um ou mais destes excessos.
Diversas denominações religiosas têm olhado o feriadão de carnaval como uma época propícia para fazer uma espécie de contraponto à “festa da carne”: a “festa do espírito”. Grupos maiores ou menores se reúnem para celebrar a “festa” da fé. Uma “festa” que procura a edificação e a responsabilidade, e não a exposição ao dano físico e emocional e o descompromisso com valores necessários para bem-estar individual e social.
O cristão procura ter como norma para a sua vida individual e social o que a Palavra de Deus recomenda: “posso fazer todas as coisas, mas nem todas me convêm” (1º Coríntios 6.12). Dentro da sua liberdade cristã, ele questiona: Deus está presente? Isso vai trazer algum dano físico (e espiritual) para mim e para outras pessoas? Existe maneira de aproveitar melhor minhas capacidades, meu dinheiro e meu tempo?
Diz-se que, no Brasil, o ano somente começa depois do carnaval. Isso é grave. O início das folias tantas semanas antes permite uma reflexão oportuna sobre os nossos valores e o que queremos para a nossa própria vida e para o nosso país.
Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Neste Blog você encontra material cristão, sejam artigos, pregações, estudos, música e tudo mais que couber... Há também, no youtube, muita coisa: www.youtube.com/pastorjarbas
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