
Mas que festa? O Dicionário Etimológico Nova Fronteira explica que o carnaval é o "período anual das festas profanas, os três dias imediatamente anteriores à quarta-feira de cinzas, dedicados a folias, folguedos... do italiano carnevale". Ou, literalmente, festa da carne, carnal; relativa aos “prazeres” conectados com o lado físico do ser humano.
Boa parte das denominações religiosas cristãs tem procurado ficar a uma boa distância do carnaval. Não que exista algo errado no fato do cristão festejar, pular, cantar, alegrar-se. Também não existe problema no carnaval como uma manifestação cultural de grande mobilização e intenso apelo estético. O problema está no que o carnaval simboliza, provoca e, em muitos casos, pressupõe em diversos círculos sociais: o culto à “carne” (em detrimento de “espírito”), libertinagem, drogas, bebedeiras, sexo desvairado, desprotegido e, na maioria das vezes, descompromissado. Quem "pula" carnaval expõe-se ao risco de ser afetado negativamente por um ou mais destes excessos.

Diversas denominações religiosas têm olhado o feriadão de carnaval como uma época propícia para fazer uma espécie de contraponto à “festa da carne”: a “festa do espírito”. Grupos maiores ou menores se reúnem para celebrar a “festa” da fé. Uma “festa” que procura a edificação e a responsabilidade, e não a exposição ao dano físico e emocional e o descompromisso com valores necessários para bem-estar individual e social.
O cristão procura ter como norma para a sua vida individual e social o que a Palavra de Deus recomenda: “posso fazer todas as coisas, mas nem todas me convêm” (1º Coríntios 6.12). Dentro da sua liberdade cristã, ele questiona: Deus está presente? Isso vai trazer algum dano físico (e espiritual) para mim e para outras pessoas? Existe maneira de aproveitar melhor minhas capacidades, meu dinheiro e meu tempo?
Diz-se que, no Brasil, o ano somente começa depois do carnaval. Isso é grave. O início das folias tantas semanas antes permite uma reflexão oportuna sobre os nossos valores e o que queremos para a nossa própria vida e para o nosso país.
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