A Proclamação Luterana: Proclamação, não comunicação
Robert W. Schaibly[1]
Trad.: Horst Kuchenbecker
1. A respeito da pregação luterana, já foi dito e escrito muita coisa. Escrevo isto na convicção de que nosso Sínodo, em particular e o luteranismo em geral, está enfrentando um grave problema nesta área. Minha convicção cresce pela noção de que, mais cedo ou mais tarde, vou precisar voltar-me a todos os meus paroquianos e todos os meus queridos colegas, que me empurram para, de tempos em tempos, fazer uma investigação sobre o que está acontecendo nos púlpitos luteranos, e o que esperam que aconteça. Ofereço aqui alguma coisa dessas investigações.
2. Dito isso, desejo ser compreendido ao oferecer a meus leitores uma perspectiva e uma atitude sobre a pregação luterana. Não posso fazer mais do que oferecer. Não tenho mecanismos pelo quais pudesse pesquisar. Na verdade, despertei para esse tema ao ler o sermão de Lutero sobre o cego de nascença em João 9, pregado na quarta-feira, após Laetare, dia 17 de março de 1518.
Vocês sabem, meus amigos em Cristo, que eu não entendo muito sobre pregação, e por isso prego um sermão louco; por ser um louco eu agradeço a Deus. Por isso, preciso ter ouvintes loucos. Todo aquele que não deseja ser louco, pode fechar seus ouvidos. Este evangelho me impulsiona a tomar esta atitude. Como vocês ouviram, este evangelho de Cristo é lido somente por cegos. E Cristo conclui que todos os que vêem são cegos e todos os sábios e prudentes são tolos. Estas são suas palavras. Se eu tivesse dito isso, seria tido como um novo profeta. Mas Cristo não mente. Pois, todos nós somos cegos, nossa luz e iluminação vem somente de Cristo, nosso bom e gracioso Deus.[2]
[1] Lutheran Preaching: Proclamation, Not Communication Concordia Journal, January, 1992. Vol 18, nº 1, p.6.
[2] Luther`s Works, Am. ed., vol. 51, pp. 35-36.
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