7. Ali está a palavra falada, e ela está intimamente unida à palavra de Deus. Como já indiquei, Richard Lischer, escreve: Ali está a palavra escrita! Nós ouvimos a palavra falada de Deus. Nós lemos a palavra escrita de Deus. A palavra escrita e a palavra falada têm uma dinâmica diferente. Eles são na verdade uma linguagem diferente, têm um impacto diferente sobre nós. É característica da palavra escrita, mover-nos a pensar e contemplar. A palavra escrita pode fazer isto, por causa de suas propriedades. A palavra escrita “permanece firme” onde ela está e permite a todos, mesmo ao mais grosseiro dos leitores a tomá-la ou deixá-la onde ela está, pensar ou não pensar algo. É uma característica da palavra falada de mover-nos a percepções e intenções. Obviamente estas características sobressaem. A palavra falada pode convidar à contemplação, mas, pela virtude de sua propriedade, quando ela o faz, ela leva o ouvinte além. A palavra falada não permanece quieta. Quando ela deixa de pensar, core seu próprio risco, e perde por cada pausinha que faz. E quando que, pela virtude de suas propriedades, a palavra escrita move alguém à ação, esta ação faz a pessoa abandonar a palavra escrita e ir além por si mesma. Enquanto a palavra escrita fica ali onde foi jogada.
8. Pregar é palavra falada, com os benefícios e possibilidades que provém destas propriedades. Mas isto não é o fim da história. A pregação luterana nunca é um mero exercício da palavra escrita. A pregação luterana é normada pela Escritura, como veremos a seguir. Mas esta observação também tem significado aqui, pois a Bíblia é a palavra escrita, com todas as propriedades da palavra escrita. E novamente, esta não é toda a história, para estas palavras escritas. Primeiramente, por um fato especial: Esta palavra escrita deve ser falada e ouvida! Birger Gerhardson atesta: “a maior parte da literatura antiga é destinada mais para os ouvintes, e nem tanto para os olhos. Palavras eram entendidas como sons, os autores escreviam, trabalhavam o que pensavam para serem lidas em voz alto.”[1] Claramente, esta observação é verdadeira, com respeito à Escritura pela virtude de como nós achamos os textos sagrados devem ser manejados, na narrativa da Escritura, e por instrução explicita na leitura dos textos, como tais.
9. O fato de a palavra escrita ser escrita para ser falada, nos faz esperar ainda mais do sermão como palavra falada, baseada na palavra escrito para prover isto que característica da palavra falada, a saber, criar vivas percepções e formar intenções nos ouvintes. O sermão é bem apropriado para a proclamação de ambos, da culpa e do perdão. Sermões são bons veículos para admoestações e exortações. Sobre tudo, podemos falar de ambos os benefícios e das variações destas propriedades da palavra falada relacionados à pregação luterana. Mas, neste ponto, é suficiente dizer que a pregação luterana necessita conscientemente ser conduzida como uma visão às propriedades de uma atividade lingüística oral.
[1] Birger Gerhardsson, Memory and Manuscript, trans. Eric J. Sharpe, Acta Sminarii Neotestamentici Upsaleinsis, XXVII (Upsala, Sweden: Gleerup, 1961), p.163; cited in Lischer, p. 68.
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